sexta-feira, novembro 28, 2014






PENSAMENTO DO DIA
Hoje em dia, depois dos 7 a 1 da seleção brasileira e dos escândalos políticos, a única coisa que pode ser premiada no Brasil é a delação. (acadêmico Eduardo Portela – fonte: coluna Ancelmo Góis – O Globo – 22.11.2014)


DEBOCHADO
Pedro Barusco, ex-braço-direito de Renato Duque na Petrobras, costumava circular pelos corredores da empresa puxando uma mala de rodinhas. A todos que lhe perguntavam se estava de viagem, respondia:
— Não uso pasta porque papel pesa muito, e eu tenho problemas de coluna.
- Este aí conhece os outros corruptos só de vista!
O Baiano do PSDB
Revelada por Ricardo Pessoa, dono da UTC, a identidade do “Dr. Freitas”, que, segundo ele, mantinha contato com as empreiteiras em nome do PSDB. O dito-cujo, que responde pelo nome de Sérgio da Silva Freitas, ex-executivo do Itaú, informou que trabalhou, sim, para os tucanos nas campanhas presidenciais de 2010 e 2014. Mas ressalvou que não arrecadava doações, fazia apenas trabalho de “convencimento”.
- Ah bom, no popular, tudo farinha do mesmo saco!
Escárnio
Em prisão domiciliar, Paulo Roberto Costa riu quando soube que executivos de grandes empreiteiras alegaram que só pagavam propina porque estavam sendo extorquidos:
— Como???!!!
Para ele, não faz o menor sentido achar que executivos de grandes empreiteiras, semideuses dos negócios, curvariam-se a um diretor de estatal. (coluna Nhenhenhém – O Globo – 22.11.2014)
- A respeito desta pérola, anteriormente, já fiz um comentário neste sentido, mas assim como a roubalheira do Mensalão virou Caixa 2, pra eles um crimezinho besta, agora, o argumento virou bordão para os nobres, notáveis, eminentes patronos, todos, coitados, foram chantageados pelos poderosos servidores públicos corruptos!
- A propósito:
UM PROJETO DE EXTORSÃO CONTRA A PATULEIA
Empreiteiras querem se passar por Madres Teresas
Dois diretores de empreiteiras disseram à Justiça que foram extorquidos pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e seu operador financeiro, Alberto Youssef. Se não pagassem, teriam seus contratos prejudicados ou até mesmo cancelados. A tese é engenhosa. Pressupõe que empresas angelicais que fazem negócios com a Petrobras tornaram-se vítimas de dois demônios. Para que a pizza fosse ao forno, faltaria só o orégano.
A primeira denúncia da extorsão veio de Sérgio Mendes, vice-presidente e herdeiro da tradicional Mendes Junior, fundada em 1953 por seu avô. Ele contou que em 2011, a mando de Paulinho, pagou R$ 8 milhões a Youssef. Se não fizesse isso, estariam fechadas as portas e os guichês da Petrobras. A Mendes Junior opera com o governo brasileiro há três gerações e com a Petrobras há pelo menos duas. Teve negócios bilionários (em dólares) com a cleptocracia de Saddam Hussein no Iraque. Admita-se que jamais molhou mãos alheias. Tendo sido obrigada, em 2011, não denunciou o malfeito. Seria tudo coisa do Paulinho e do Youssef.
A segunda denúncia de extorsão veio do diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, doutor Erton Medeiros. Seu advogado, José Luis de Oliveira Lima, explicou por que a Galvão ficou calada: “Se ele denunciasse o que estava acontecendo, era ameaçado de perder os contratos. Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef estão longe de serem Madres Teresas de Calcutá”.
Bingo! Paulinho e Youssef são delinquentes, mas colaboram com a Viúva. Madres Teresas seriam a Galvão Engenharia e suas colegas. Segundo o doutor Erton, na origem de tudo estaria o deputado José Janene (morto um ano antes), e o dinheiro do achaque iria para o Partido Progressista. Bingo de novo, e surge mais uma Madre Teresa: o PT.
Durante a última campanha eleitoral, a Galvão Engenharia deu R$ 1,4 milhão ao Diretório Nacional do PT, partido da doutora Dilma. Portanto, a empresa foi achacada por dois delinquentes, não se queixou, e fez uma bela doação ao partido que, governando o país, nomeou Paulinho para uma diretoria da Petrobras. Entre 2006 e 2012, as grandes petroempreiteiras torraram R$ 856 milhões em doações para campanhas eleitorais. O PT ficou com R$ 266 milhões.
Nessa batida, a coisa fica assim: os dois delinquentes que estão colaborando com a Viúva achacavam empresas, e uma delas entrou na dança levada por um deputado que morreu, em benefício de um partido subsidiário. Tudo o mais seria golpismo, terceiro turno, e coisa de uma elite contrariada. Já a elite lubrificada, à qual ascendeu o comissariado petista, vai bem, obrigado.
Jornalista Elio Gaspari
- O risível argumento apresentado pelos idôneos e indefesos empreiteiros, reproduzido publicamente, sem a menor cerimônia, por alguns de seus notáveis patronos, regiamente remunerados, só será crível num lugar da terra, as instâncias superiores do inacreditável Poder Judiciário!
Em paz
A delação premiada de Paulo Roberto Costa forçou o doleiro Youssef a sair da toca e levou vários executivos à cadeia. As confissões do ex-diretor também deixaram muitos políticos de cabelo em pé.
Mas Costa está tranquilo e não se arrepende nem um pouco de ter colaborado com as investigações sobre fraudes na Petrobras.
— Voltei a ocupar a minha alma. Estou em paz — disse ao advogado João Mestiere. (coluna Nhenhenhém – O Globo – 22.11.2014)
- Até porque o efeito Orloff poderá pintar por aí e ninguém quer ser o Marcos Valério do Petrolão que ficará guardando por um bom tempo enquanto os outros, todos serelepes, em viajandão por aí!

NO MAIS
Esta Operação Lava-Jato traz de volta para o noticiário praticamente os mesmos advogados que atuaram no caso do mensalão. Alberto Toron, advogado do ex-deputado João Paulo Cunha, por exemplo, neste rolo atual defende o presidente da empresa UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa.
- Também já comentei anteriormente neste blog fuleiro, de Norte a Sul, estão sempre apostos em defesa destes inocentes injustamente acusados, aliás, já fazem jus a credenciais VIPs cativas nos tribunais, seus clientes a um Cartão de Fidelidade e uma homenagem agora, dia 08 próximo, quando se comemora, acredite, o Dia da Justiça, com medalhas do Mérito do Judiciário por seus relevantes serviços prestados ao país!
Pare, se não, eu choro...
Aliás, o dr. Toron quase levou o país às lágrimas ao contar no “Jornal Nacional”, anteontem, que seu cliente na cadeia não podia usar relógio:
— A primeira pergunta que ele me fez foi: “Que horas são?” Há uma questão, uma angústia muito grande com relação ao tempo, que, segundo ele, não passa. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 22.11.2014)
- Não cheguei a ver a comovente declaração, mas, agora, lendo a nota me veio lágrimas nos olhos!

LIVROS DE FICÇÃO
Das nove empresas investigadas pela Operação Lava-Jato, sete têm códigos de ética ou de conduta e uma outra cita a ética como um de seus valores.
O código da UTC, cujo presidente Ricardo Pessoa foi preso, prega “a honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade”, blá, blá, blá. Conheça os códigos de ética das empreiteiras no blog da coluna. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 20.11.2014)
- Como diria o saudoso Tim Maia, só no Brasil cafetão é ciumento, puta se apaixona, traficante é viciado e acrescentaria... empreiteira tem código de ética!

EIKE E FERNANDO BAIANO
No livro “Tudo ou nada — Eike Batista e a verdadeira história do grupo X”, pela Record, a coleguinha Malu Gaspar conta a relação do ex-bilionário com Fernando Baiano, o lobista preso na Operação Lava-Jato.
Ele teria ajudado a OSX na venda de duas plataformas à Petrobras, um negócio de 450 milhões de dólares.
Ilustres petistas...
O livro diz que o lobista conhecera Eike como representante de uma empreiteira espanhola que trabalhava na construção do Porto do Açu e se tornara próximo do então diretor do OSX Flavio Godinho.
“Baiano estava sempre na sede do grupo X oferecendo oportunidades, e dele se dizia que era bastante ligado não só a Paulo Roberto Costa, como também a figuras ilustres no petismo.” (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 20.11.2014)
- É, mas segundo as idôneas partes, nenhum conhece o outro!

TURMA DO DEIXA-DISSO
Há uma articulação da turma do andar de cima para que as empreiteiras envolvidas nesta Operação Lava-Jato não sejam impedidas de continuar tocando suas obras na Petrobras.
A palavra mágica chama repactuação dos contratos. Algo parecido ocorreu, recentemente, com um contrato da Odebrecht com a estatal, orçado em US$ 825 milhões. Ele caiu para US$ 481,7 milhões, depois da denúncia de superfaturamento. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 18.11.2014)
- E já começaram a operação abafa, pelo menos, nos discursos, mas se depender do honrado juiz que está a frente dos trabalhos que vem fazendo um primoroso e criterioso trabalho vão ter que arranjar uma Súmula Vinculante sobre “constrangimento ilegal” emanada das respeitabilíssimas instâncias superiores do inacreditável Poder Judiciário!

O JUIZ NÃO É NOSSO ADVERSÁRIO
Dirigentes e militantes petistas em todo o Brasil estão excomungando o juiz Sérgio Moro, que comanda as investigações da Operação Lava-Jato. Mas essa visão não é compartilhada por importantes dirigentes do partido e do governo, que têm acesso direto à presidente Dilma. Nesses dias, em reunião, um petista graúdo foi taxativo: “Quem fez m... tem que pagar. O juiz está indo muito bem. Viram sua atitude no caso do Cosenza”. (coluna Panorama Político – O Globo – 21.11.2014)
- Os “esquerdóides-progressistas” andam ensandecidos e já puseram em prática a mesma tática com a qual tentaram desconstruir o juiz De Sanctis e o ministro aposentado Joaquim Barbosa o que é até bom, pois, quanto mais batem, mais apoio recebem da sociedade e, qualquer dia, os abutres farão proposta para que se filie a um partido político, de um lado e de outro, já que são todos farinha do mesmo saco!
- A propósito:
STF QUESTIONA JUIZ SOBRE MENÇÃO A POLÍTICOS
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, encaminhou ao juiz Sergio Moro, que julga a Operação Lava Jato, questionamentos que o advogado Fabio Tofic Simantob apresentou à corte sobre políticos citados na investigação.
Para o advogado, que defende Gerson Almada, vice-presidente da Engevix, a PF sabia desde setembro do ano passado que deputados mantinham relações com o doleiro Alberto Youssef, mas o juiz só reconheceu o fato após a operação ter sido deflagrada, em 17 de março deste ano.
Segundo Simantob, a omissão sobre a presença de políticos visa impedir que o caso seja remetido ao Supremo. Deputados federais só podem ser investigados pelo STF porque gozam de foro privilegiado.
Gerson Almada está preso na PF de Curitiba desde o último dia 14 sob acusação de pagar propina para obter contratos na Petrobras.
Os políticos que apareceram na apuração em 2013, segundo o defensor, são os deputados André Vargas (sem partido-PR) e Luiz Argôlo (SDD-BA). Ele relaciona dois fatos que comprovariam a omissão: a PF cita o número do telefone de Argôlo em relatório de setembro de 2013 e a entrega de R$ 120 mil ao chefe de gabinete do parlamentar também naquele ano.
O advogado diz que o juiz impede réus de citar os nomes de políticos que são acusados de receber propina com o mesmo objetivo: manter o processo sob sua condução.
Procurado pela Folha, Moro não quis se pronunciar.
Em questionamentos similares, ele disse que políticos não são investigados, mas sim o desvio de recursos da Petrobras. Para o juiz, se o dinheiro desviado foi posteriormente usado para pagar propina a políticos, ocorreu um novo crime, de corrupção, que não é objeto das ações que ele julga.
Moro já escreveu que veta réus de citar políticos que são acusados de receber suborno para preservar a autoridade do Supremo.
- Começou a Operação Intimidação ao magistrado, só que desta vez, apesar das instâncias superiores, o buraco vai ser mais embaixo, primeiro que o criterioso e honrado juiz, escaldado das operações anteriores, está se cercando de todo os cuidados possíveis, imaginários e inimaginários, isto porque na republiqueta paraíso da impunidade sempre prevalece o inacreditável e o inimaginável; segundo, porque deram tanto azar que, quem também está na cola dos intocáveis são, simplesmente, os EUA e a Holanda, com um olho neles e outro no retrato falado da republiqueta (a republiqueta não tem imagem internacional, tem retrato falado)!
- Aliás, falando em inacreditável e inimaginável, os notáveis, brilhantes, honoráveis e eminentes causídicos também andam esperneando por não terem acesso às delações premiadas, passemos para os criminosos do andar de baixo, fico imaginando uma operação da polícia civil sobre uma quadrilha de traficantes em que um deles resolve fazer delação premiada e os respeitáveis e eminentes patronos do restante da quadrilha protestam contra o impedimento do acesso a delação premiada do vagabundo delator!

PUNIÇÃO A EMPREITEIRAS DA LAVA JATO NÃO PORIA OBRAS PÚBLICAS EM RISCO
O pânico espalhado por advogados e agentes públicos de que o país pode parar caso empreiteiras denunciadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal sejam declaradas inidôneas é, por números e lógica, pouco racional.
A estratégia do medo foi lançada no fim da semana passada pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que trabalha para algumas das envolvidas. Ao longo da semana, o discurso foi repetido até pela presidente Dilma Rousseff.
Quando uma empresa é declarada inidônea, ela pode ficar até cinco anos proibida de contratar com qualquer órgão público. Mas a lei e o bom senso permitem que as obras que estão em andamento sigam normalmente.
Somente quando comprovado que um contrato tem preços acima do mercado, é possível renegociá-los. Em geral, as empresas concordam com essa repactuação e seguem na construção. Em alguns casos, o órgão público e a companhia levam a questão à Justiça sem parar a obra.
É o caso da empreiteira Delta. Em abril de 2011, a Operação Monte Carlo, da PF, apontou indícios da participação da empresa num esquema de corrupção. Ela foi declarada inidônea em junho de 2012 pelo governo federal.
Na época, se espalhou o mesmo pânico já que a Delta era a maior recebedora de recursos federais, por causa de obras em estradas.
Mesmo após a declaração de inidoneidade, a empresa continuou seus contratos, alguns com valor mais baixo e outros sem alteração. Em 2013 e 2014, a Delta recebeu R$ 450 milhões do governo.
...
- Isto é mais um factóide que compõe a Operação Abafa, conversa fiada, em todo país sério, eu disse sério, multis e transnacionais são punidas com multas altíssimas, executivos pegam cadeia de verdade e nem por isso o mundo acaba, nem as empresas vão pro buraco!
- Já falta até em “milhares de desempregados” e tem uma cretina aí que já anda atrasando pagamento dos trabalhadores!

LAVA JATO: INVESTIGADOS TINHAM ATA DAS REUNIÕES ONDE NEGOCIAVAM PROPINA
- Já tivemos a Oração da Propina, agora, temos a Ata da Assembléia Geral dos acionistas da propina, se não destruíram e a PF tiver conseguido botar a mão é capaz das instâncias superiores do inacreditável Poder Judiciário anular a prova por falta de lavratura de escritura pública ou falta de reconhecimento da firma dos acionistas!

DIGA LÁ BOECHAT
- Por uma questão de justiça o autor da pérola de que “era mais fácil advogar na ditadura” foi o nobre causídico Antônio Cláudio Mariz, patrono de outro nobre “inocente” acusado “injustamente” de falcatruas (fonte: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2014/11/17/ponto-final-554898.asp), não raro, se manifesta em “defesa” do Estado “Democrático” de Direito, do “devido processo legal”, do “amplo, geral, universal, interplanetário e intergaláctico direito de defesa e ao contraditório” com discursos eloqüentes e emocionantes!


PÉROLA
DA SÉRIE: EX POSITIS:
"O objeto deste processo não envolve o crime de corrupção de agentes políticos, mas sim crimes licitatórios, de lavagem e, quanto à corrupção, apenas dos agentes da Petrobras. Se o dinheiro supostamente desviado da Petrobras foi, depois de lavado, usado pagar vantagem indevida a agentes políticos, trata-se de outro crime que não é objeto deste feito. Não há agentes políticos aqui investigados, nem haverá, perante este Juízo, ação penal tendo no pólo passivo agentes políticos ou por objeto crimes de corrupção de agentes políticos. Quanto a eventuais crimes de corrupção de agentes políticos, estes são de competência do Supremo Tribunal Federal e que já dispõe das provas pertinentes da colaboração premiada.
Em relação ao pedido de franquia aos depoimentos de Paulo Roberto Costa prestados no âmbito de sua colaboração premiada, é já sabido que este Juízo não tem competência para apreciá-lo, uma vez que o acordo, por supostamente envolver investigados com prerrogativa de foro, está sob acompanhamento do Egrégio Supremo Tribunal Federal, devendo a Defesa dirigir o seu pleito à Suprema Corte. Quanto aos acordos de colaboração premiada de Alberto Youssef e Pedro José Barusco Filho, não foram eles, até o presente momento, submetidos à apreciação e à homologação deste Juízo, razão pela qual não há igualmente como atender ao pedido das Defesas.
Já quanto ao acesso ao conteúdo dos acordos avençados com Julio Camargo e Augusto Mendonça, intime-se o MPF para que se manifeste a respeito no prazo de 3 dias, conforme já determinado em relação ao outros pedidos".
Quanto aos depoimentos prestados no âmbito da colaboração premiada de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef (envolvendo políticos), o destinatário de eventuais requerimentos das Defesas deve ser o Procurador Geral da República ou o Supremo Tribunal Federal e não este Juízo que deles não dispõe.
A orientação realizada por este julgador na ação penal, para que os depoentes não indicassem, em audiência, o nome de agentes políticos visou, a toda evidência, não esconder o fato da possível ocorrência de crimes da espécie, ou seja, corrupção de agentes políticos, naquele momento aliás já divulgado publicamente, mas sim preservar a autoridade da decisão da Suprema Corte que decretou sigilo sobre este conteúdo específico da colaboração premiada de Paulo Roberto Costa. Se os eventuais crimes de corrupção de agentes políticos estão sendo apurados no Supremo Tribunal Federal - que, aliás, dispõe das provas e não este Juízo - e se aquela Suprema Corte decidiu por manter o sigilo, por ora, sobre aquelas provas, então não caberia a este Juízo violar a autoridade da decisão do Supremo permitindo que o nome dos supostos agentes políticos fosse, em audiência perante este Juízo, revelado.
Caberá, por outro lado, exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal decidir, quando entender que for o caso, levantar o sigilo sobre aquelas provas.
Ao contrário do alegado por parte das defesas, inclusive estranhamente na imprensa e não nos autos, este julgador não está usurpando a competência do Supremo Tribunal Federal, antes, muito pelo contrário, respeitando estritamente suas decisões.
No mesmo sentido, não procedem as alegações de parte das defesas de que as prisões cautelares decretadas visariam extrair confissões forçadas. As prisões cautelares foram decretadas porque estão presentes seus pressupostos e fundamentos. Se, após a prisão, o investigado decidir colaborar ou não com a investigação, trata-se de escolha voluntária dele e que não guarda relação necessária com a manutenção ou revogação da preventiva, o que será decidido à parte. Aliás, a esse respeito, observo que este julgador autorizou a soltura de vários dos investigados presos temporariamente e indeferiu a prisão preventiva requerida pelo MPF de outros, sem qualquer correlação necessária com a colaboração deles com a investigação, aliás, em linhas gerais, inexistente. Este fato já revela, por si só, a inconsistência do argumento de que se prende para obter confissões com o histórico dos autos". (honrado e sério magistrado Sergio Moro – fonte: O Globo - http://oglobo.globo.com/brasil/moro-diz-ser-fantasiosa-acusacao-de-que-estaria-ocultando-politicos-envolvidos-na-lava-jato-14656754)
- Simples assim, pelo menos, para este apedeuta jurídico deste blog fuleiro, nem precisou desenhar!
- Com este magistrado e com países sérios de olho e também investigando, vai ser difícil as manobras (na minha terra tem outro nome) jurídicas, aliás, quem não tem memória curta deve se lembrar muito bem do empenho hercúleo de alguns destes mesmos proeminentes, notáveis, exuberantes, brilhantes, honoráveis, magníficos, estonteantes, bem relacionadíssimos, eminentes e nobres causídicos, patronos de outros corruptos do mensalão defendendo em suas eloqüentes sustentações orais o desmembramento do processo quanto aos réus que não eram detentores da excrescência do foro privilegiado em nome do “juiz natural”, do “devido processo legal”, do “amplo, geral, irrestrito, universal, interplanetário e intergaláctico direito de defesa e ao contraditório”!

Nenhum comentário:

Postar um comentário