“O
CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME INTEGRAL, POR SER CRUEL E DESUMANO IMPORTA
VIOLAÇÃO A ESSES PRECEITOS CONSTITUCIONAIS”
(brocardo lapidar e emblemático de autoria do nobre
ministro “garantista” aposentado do STF EROS GRAU em seu voto
vencedor no HC 82959/SP que examinou a “constitucionalidade” do parágrafo 1°.
do Art. 2°. Da Lei 8072/90 que determinava o cumprimento da pena em regime fechado para
crimes hediondos, JULGADO
INCONSTITUCIONAL pela maioria dos nobres guardiões da
Constituição “Cidadã”)
ONDA DE VIOLÊNCIA
PODE TER MATADO 370 PESSOAS EM 2012, DIZ DEFENSORIA
Levantamento considera mortos entre maio a dezembro do ano
passado.
No período, 320 civis e 50 agentes policiais morreram em confrontos.
Levantamento da Defensoria Pública de São Paulo aponta que
370 pessoas podem ter sido mortas no estado, entre maio e dezembro de 2012,
como resultado da onda de violência entre criminosos da facção que age dentro e
fora dos presídios e policiais militares. O número corresponde a 10% do total
das vítimas assassinadas no período.
A Defensoria, que usou como base dados de reportagens, quer
agora acesso a dados de boletins de ocorrência e prepara uma ação contra o
estado para pedir indenização para parentes de vítimas. Para isso, os
defensores públicos Carlos Weis e Daniela Skromov ainda buscam identificar
todas as vítimas.
O termo onda de violência contempla o aumento dos índices
criminais durante determinado período, principalmente o de homicídio, mas tem
sido utilizado por entidades de direitos humanos e de estudos da violência para
designar o conflito entre criminosos e policiais, principalmente militares.
Assim como em 2012, segundo o Núcleo de Estudos de Violência
(NEV) da Universidade de São Paulo (USP) em 2001 e 2006 ocorreram atentados
contra agentes das forças de segurança e, como resposta, ataques contra os
suspeitos.
Em 2001, uma mega rebelião em quase 30 presídios paulistas
deixou cerca de vinte mortos. Naquela ocasião, a facção se rebelou por causa da
transferência de suas lideranças. Em 2006, quando ocorreu a maior onda de
violência que deixou quase 500 mortos, segundo a pesquisadora do NEV Camila
Nunes Dias, houve uma resposta dos criminosos contra extorção policial.
De acordo com análise do Núcleo de Cidadania e Direitos
Humanos do órgão, 126 dos mortos não foram identificados em 2012. Ainda segundo
o documento, das 370 pessoas assassinadas, 320 eram civis e 50, agentes das
forças de segurança estadual e municipais, que são policiais militares,
policiais civis, agentes penitenciários e guardas-civis. A vítima mais jovem
desse conflito foi uma criança de 1 ano e sete meses e a mais velha, um idoso
de 83 anos que havia servido na Polícia Militar (PM) e estava aposentado.
Além dos parentes de mortos por PMs, familiares dos
policiais militares mortos por criminosos, durante o trabalho ou de folga,
também estão entrando com processos judiciais para que o Estado pague algum
benefício a elas. Em novembro passado, o governador Geraldo Alckmin anunciou o
aumento do seguro de vida para PMs. "Autorizei que o seguro no caso de
morte passasse de R$ 100 mil para R$ 200 mil. E não será apenas para o policial
no seu trabalho, mas é na sua condição de policial", disse à época.
Onda de violência: início
A onda de violência começou em maio de 2012, quando seis criminosos foram
mortos pela PM na Penha, Zona Leste da capital paulista, segundo investigações
do Ministério Público. Para vingar essas mortes, presos ordenaram ataques
contra agentes. Os policiais reagiram e mataram integrantes da organização
criminosa que atua dentre e fora das prisões. Depois, criminosos passaram a
incendiar ônibus, e moradores de comunidades carentes relataram toques de
recolher.
Em outubro passado, a PM ocupou a favela de Paraisópolis, na
Zona Sul da capital, alegando que dali partiram os atentados para assassinar
policiais. Um gabinete criminal de crise temporário foi criado no Tribunal de
Justiça e durou por cerca de 120 dias (até meados de março de 2013), com a
missão de administrar pedidos e decisões relacionados a presos, transferências
e saídas temporárias. Após divergências políticas, o governo estadual e o
federal assinaram acordo em novembro para transferência de detentos suspeitos
de planejar a ofensiva contra às forças de segurança.
Questionado sobre a ocupação de Paraisópolis pela PM, o
secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, afirmou que pasta tem
planos para a comunidade. "Paraisópolis foi ocupada por três meses. Temos
atualmente uma base [da PM] próxima. E estamos estudando implantar uma base [da
PM] na comunidade", disse.
Apesar de a Defensoria Pública ainda não ter formalizado
pedido à Secretaria de Segurança Pública para a identificação dos casos
individuais relativos à onda de violência, os defensores afirmaram que
procuraram policiais civis do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa
(DHPP) sobre a possibilidade de ter acesso a dados de mortes durante a onda de violência.
“Não tinham nada. Só estavam investigando casos suspeitos”, disse Carlos Weis.
DHPP investiga casos 'suspeitos'
Procurado para comentar o assunto, o delegado Itagiba Franco, diretor da
Divisão de Homicídios do DHPP, afirmou que a investigação policial concluiu que
os seis suspeitos mortos pela Rota em 28 de maio foram executados. “Três PMs
foram presos em flagrante pelos assassinatos e indiciados. Soubemos que o
Ministério Público os denunciou pelos crimes, foram julgados, mas todos
acabaram absolvidos e foram soltos”.
Na nossa visão, durante alguns meses o estado não tomou
medidas adequadas para conter essa onda de violência. Isso enquanto um policial
era morto num lugar e sempre ocorria uma chacina próxima a esse local"
Carlos Weis,
defensor público
O departamento especializado da Polícia Civil investiga as
mortes decorrentes de confrontos entre policiais militares e criminosos.
A Corregedoria da Polícia Militar também apura se existe envolvimento de PMs em
milícias ou grupos de extermínio. Os responsáveis pelo levantamento sobre os
mortos no ano passado ainda não tiveram acesso às conclusões desses inquéritos.
Ainda segundo o Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos, o órgão pretende
ingressar com uma ação civil pública contra o governo de São Paulo ‘por conta
da ocorrência de dano moral coletivo’. “O estado não pode, através de sua ação
ou de sua inação, agravar a sensação de insegurança. Na nossa visão, durante
alguns meses o estado não tomou medidas adequadas para conter essa onda de
violência. Isso enquanto um policial era morto num lugar e sempre ocorria uma
chacina próxima a esse local”, disse Carlos Weis.
‘Outubro e novembro
vermelhos’
Pelo relatório da Defensoria Pública, 38 cidades do estado foram alvos dos
ataques. A capital concentrou a maioria dos mortos em relação aos outros
municípios: 159. Ainda de acordo com o levantamento do Núcleo de Cidadania e
Direitos Humanos, entre maio e dezembro, o estado de São Paulo teve 23 dias com
mais de seis mortes em 24 horas.
Outubro, com 90 mortes, e novembro, com 162 assassinatos, foram os meses mais
violentos no estado. O dia mais sangrento em SP ocorreu em 21 de novembro,
quando 24 pessoas foram assassinadas. As mortes aconteceram em Praia Grande,
Osasco, São Paulo, Guarulhos, Osasco e Itaquaquecetuba. Os dois dias
anteriores, 19 e 20 de novembro, também foram extremamente violentos, com 13
mortes cada.
Pesquisa
O levantamento feito pela Defensoria Pública contou com o trabalho de 37
defensores e foi concluído em 12 dezembro. Eles buscaram informações sobre
vítimas e casos de homicídios em diversos veículos de comunicação para
subsidiar a atuação do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos.
Foram analisadas 913 notícias de mortes, pesquisadas em
mídias impressas e digitais, de maio a 5 de dezembro. As reportagens
foram classificadas em quatro categorias:
- provavelmente sim (a morte pode estar relacionada à onda de violência);
- provavelmente não (a morte não está relacionada à onda de violência);
- talvez (como informações não foram precisas, órgãos de segurança pública
foram procurados para tentar identificar casos que poderão ser ou não incluídos
na pesquisa);
- impossível classificar (não há dados suficientes para considerar caso)
“O objetivo é exatamente mapear as informações públicas para
que tenhamos elementos suficientes para buscar informações junto aos órgãos de
segurança pública, partindo para uma terceira fase da pesquisa em que será
possível buscar padrões de violações de direitos humanos e então traçar uma
estratégia de atuação”, disse Daniela Skromov.
Mas para isso é necessário confrontar os dados da pesquisa
com boletins de ocorrência sobre os casos de homicídios. “Nesse sentido, será
possível analisar de forma qualificada se há e quais são as relações entre as
mortes de civis e agentes do Estado”, diz o documento da Defensoria.
MISTURA EXPLOSIVA
DEIXA ZONA OESTE REFÉM DE BANDIDOS
Quadrilhas de traficantes, milicianos e contraventores são
responsáveis por milhares de casos de violência naquela região
Francisco Edson Alves
Rio - Realengo, 22h30 de quinta-feira. Encapuzados invadem
uma casa na Rua Nuretama e fuzilam cinco homens e duas mulheres. As cenas de
horror na Zona Oeste seguem sem tréguas, fazendo vítimas de forma cada vez mais
violenta, característica ímpar de uma região marcada pela mistura explosiva de
quadrilhas ligadas ao tráfico, milícia e contravenção. A fuga de criminosos de
áreas pacificadas para lá tem acirrado ainda mais as disputas sangrentas por
territórios. No meio da guerra que parece não ter fim estão três milhões de
moradores — metade da população carioca.
“O que vemos é o aumento da violência na Zona Oeste, que,
sem atenção adequada do estado, transformou-se numa espécie de para-raio,
atraindo toda a sorte de criminosos”, lamenta o juiz Alexandre Abrahão. Ele
fala com a experiência de quem está há quase dez anos à frente da 1ª Vara
Criminal de Bangu. Pedra no sapato de bandidos, Abrahão, que já perdeu as
contas da quantidade de traficantes, maus policiais e bicheiros que já
condenou, costuma comparar a Zona Oeste ao Iraque. “Aqui a guerra é pesada nas
três modalidades de crimes”, justifica o magistrado, que vive acompanhado de
seguranças desde 2004.
Operação da PM na Favela do Rola, em Santa Cruz, para
encontrar armas e drogas
Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Só no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Instituto
de Segurança Pública (ISP), 109 pessoas foram executadas em Santa Cruz, um dos
maiores bairros da região. No mesmo período do ano passado, 84 foram
assassinadas.
A quantidade de desaparecidos aumentou. É o caso de Bangu,
onde 92 pessoas foram assassinadas nos seis primeiros meses deste ano. De
janeiro a julho, porém, 217 casos de desaparecimentos foram registrados na 34ª
DP (Bangu), 49 a mais que o ano anterior. Em toda a região, 684 pessoas sumiram
no primeiro semestre.
18 CARROS ROUBADOS POR DIA
Para a execução dos crimes, carros e motos são alvos
preferidos dos grupos armados. Conforme o ISP, 3.240 veículos foram roubados ou
furtados nas áreas do 14º BPM (Bangu), 18º BPM (Jacarepaguá), 27º BPM (Santa
Cruz), 31º BPM (Recreio) e 40º BPM (Campo Grande) nos seis primeiros meses do
ano (média de 18 por dia). A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou
que os delegados da Zona Oeste têm dezenas de inquéritos abertos sobre a ação
de traficantes, milicianos e bicheiros, mas não dão entrevistas sobre
investigações em andamento.
Operações diárias desde agosto
Na tentativa de conter a criminalidade na Zona Oeste, o coronel
Hugo Freire determinou a realização de operações diárias desde agosto, quando
assumiu o 2º Comando de Policiamento de Área (CPA), responsável pelos cinco
batalhões da região.
“Todos os dias, realizamos incursões em comunidades
diferentes. Vamos vencer pelo cansaço as quadrilhas, seja de paramilitares,
contraventores ou traficantes”, garante Freire.
Ele revela que, por causa das ações, só nos últimos dois
meses, 327 pessoas ligadas às três modalidades de crimes foram presas e mais de
200 caça-níqueis e 84 armas, entre elas 12 fuzis, além de dezenas de quilos de
drogas, apreendidas.
Na quinta-feira, por exemplo, na Vila Aliança, em Bangu,
homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) prenderam Celso Costa, 39, que
estaria com sete tabletes de maconha. A Favela do Rola, em Santa Cruz, é
cenário frequente de troca de tiros entre bandidos e a polícia, assim, como na
Covanca, em Jacarepaguá, onde no mês passado, o subtenente da PM, Marco Antônio
Gripp, morreu em troca de tiros.
Liga da Justiça virou Explosão
Na região há um número crescente de prisões. No primeiro
semestre deste ano, foram 1.732 detenções. Em 2010, não passaram de 1.250. O
número de registros de todo tipo de crime, só na 34ª DP (Bangu), já atingiu
este ano a casa das 13,5 mil ocorrências. Mil a mais que em todo o ano de 2012.
Para disfarçar, o crime organizado tem mudado sua forma de
agir, passando a atuar de forma mais discreta. No documentário ‘No Sapatinho’,
do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado (Uerj),
pesquisadores relatam que as milícias reinventaram sua maneira de operar.
“Continuam cruéis,
mas sem andar em grandes bandos armados e sem marcar casas (quando o morador
não paga taxa imposta). Mudaram até nomes. A ‘Liga da Justiça’, por exemplo,
virou ‘Explosão’”, diz a socióloga Thais Duarte, da Uerj.
Para ela, a solução no combate ao crime na Zona Oeste está
na criação de forças-tarefas entre a PM, Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e Delegacia de Repressão ao
Crime Organizado (Draco).
50 DENÚNCIAS A CADA MÊS
Alexandre Abrahão, 45 anos, juiz
1. Quantos criminosos já condenou?
“Não há estimativa. Mas recebo em média 50 denúncias por
mês.”
2. Por que a região é
cada vez mais violenta?
“É afastada do Centro e tem condição geográfica que
permite que as três facções criminosas do estado tenham o mesmo potencial. O
elevado índice de corrupção em razão do volume financeiro em disputa também é
chamariz para milicianos e bicheiros.”
3. O senhor continua com escolta?
“Eu e meus parentes temos a proteção de seguranças. São
nossos anjos da guarda. Rezo por eles todos os dias.”
4. As prisões de milicianos como Jerominho, ex-vereador e
líder da Liga da Justiça, e seu irmão Natalino, Ricardo Teixeira da Cruz, o
Batman, e Toni Ângelo, minaram a força política deles?
“Quebramos a espinha dorsal dessa gente.”
5. A criminalidade na Zona Oeste tem solução?
“Sairemos vitoriosos, apesar de a violência estar instalada
em todos os cantos, desde favelas a bairros mais nobres, como a Barra, onde
explodem até carros (referindo-se à explosão do carro do bicheiro Rogério
Andrade, em 2010, que resultou na morte do filho do contraventor, Diogo
Andrade, 17, e de um segurança).”
RIO DA PEDRAS: DE REGIÃO BUCÓLICA A REDUTO DA MAIS
ANTIGA MILÍCIA
Favela com cerca de 63 mil
habitantes começou a surgir na década de 60
RIO - Quando os primeiros
barracos começaram a ser erguidos por migrantes nordestinos, Rio das Pedras era
apenas o nome do córrego que cortava uma região bucólica de Jacarepaguá,
próxima à Lagoa da Tijuca. Eram meados dos anos 60 e a ocupação desordenada,
iniciada com a invasão de prédios inacabados de uma construtora falida, serviu
de embrião pra a terceira maior comunidade da cidade em quantidade de
habitantes. Em 2010, o IBGE calculou a população local em 63,5 mil. Para a
associação de moradores, entretanto, esse número passa de 160 mil. Gente que
vive com renda média de um salário mínimo, não conta com saneamento básico e
enfrenta problemas com a coleta de lixo. Cenário propício à proliferação de
parasitas. Mas ratos, baratas e mosquitos não são as maiores ameaças para quem
mora na região, onde o vácuo deixado pelo poder público deu origem, há cerca de
40 anos, à mais antiga milícia em atividade no Rio.
Sustentado inicialmente por
comerciantes para impedir a ação de ladrões, o grupo paramilitar ganhou poder
territorial, bélico, financeiro e até político. Em 2007, Josinaldo Francisco da
Cruz, o Nadinho, conseguiu se eleger vereador. Ligado à milícia, então chefiada
pelo policial civil Félix Tostes, Nadinho acabou assassinado em 2009.
Foragido comandou protesto em
favor de vans
No último fim de semana, após
a prefeitura anunciar a redução de 1.200 para 392 no número de vans autorizadas
a circular na Barra e em Jacarepaguá, integrantes da milícia articularam e
comandaram ações de represália à medida. Um grupo ateou fogo a pneus e pedaços
de madeira jogados na Avenida Engenheiro Sousa Filho, via que corta a região.
Ônibus foram impedidos de passar pela comunidade, obrigando moradores a andar
quilômetros para conseguir condução e chegar ao trabalho ou retornar para casa.
Informações recebidas pelo Disque-Denúncia (2253-1177) davam conta de que à
frente dos protestos estava Dalcemir Pereira Barbosa, o ex-presidente da
Cooperativa de Transporte Alternativo de Rio das Pedras.
Sob proteção policial
Dalcemir foi condenado a
quase 20 anos de cadeia, mas está foragido. Ele teve a prisão decretada pela
Justiça cinco vezes pelos crimes de homicídio e formação de quadrilha. Irmão do
ex-sargento PM Dalmir Pereira Barbosa, também condenado, mas que cumpre pena em
prisão domiciliar, Dalcemir circula em Rio das Pedras sob proteção de policiais
ligados à milícia. Na última semana, após os protestos, a Polícia Civil
realizou várias ações na comunidade. Um dos acusados de integrar o bando,
Maurício Silva da Costa, o Maurição, foi preso.
Os irmãos Dalcemir e Dalmir,
de acordo com o processo judicial, fizeram fortuna graças a atividades ilegais.
Juntos, teriam um patrimônio estimado em R$ 2,5 milhões. Os lucros obtidos na região
foram usados para comprar imóveis em Jacarepaguá e na Barra. Nenhum dos chefes
da milícia mora em Rio das Pedras.
A milícia lucra cobrando
taxas de comerciantes, mototaxistas e motoristas de van. O bando também explora
a grilagem de terras, a venda de botijões de gás e a distribuição de sinais de
de TV a cabo.
O delegado Maurício Mendonça,
da 32ª DP (Taquara), que investiga a atuação do bando, admite que a maior
dificuldade no enfrentamento da milícia é quebrar o silêncio dos moradores, que
temem sofrer represálias dos bandidos.
MILICIANOS CONDENADOS
CONTINUAM ENRIQUECENDO
Paramilitares de Rio das Pedras se beneficiam de recursos à
ordem de prisão e seguem dando ordens e cobrando de moradores. Prédios ilegais
surgem rapidamente
João Antonio Barros
Rio - Condenados à prisão, mas livres para aumentar o
patrimônio. Passados oito meses desde que foram sentenciados a penas de sete a
20 anos por formação de quadrilha e enriquecimento ilícito, os chefes da
milícia de Rio das Pedras continuam soltos à espera do julgamento dos recursos
no Tribunal de Justiça e com acesso franqueado à fonte de riqueza da
comunidade.
Os moradores
continuam obrigados a pagar a taxa de segurança, o ágio no botijão de gás e o
pedágio das vans. Nem a especulação imobiliário escapa das garras dos
paramilitares: só nos últimos seis meses, eles ergueram um prédio com lojas e
quitinetes e tocam outro edifício, em ritmo feroz, com quatro pavimentos e
lojas no térreo.
A primeira construção tem endereço nobre: ao lado da
Associação de Moradores de Rio das Pedras, no coração da comunidade e com
facilidade de comércio e transporte público. A obra foi concluída em junho e
tem dois andares com quitinetes — cada um vendido a R$ 80 mil. Ela foi tocada a
mando do subtenente reformado da PM Maurício Silva da Costa, o Maurição,
apontado como o atual líder do grupo paramilitar.
O edifício com a obra em andamento também está em área
privilegiada: na porta do asfalto e de frente para o Condomínio Floresta, na
Estrada de Jacarepaguá. O prédio começou a ser erguido onde era uma casa do
loteamento São Bartolomeu, comprada há alguns anos pelo cabo Marcus Vinicius
Reis dos Santos, o Fininho. Como ele era proprietário de um trailer, localizado
na porta do imóvel, resolveu fazer uma bela loja, para incrementar o negócio, e
os quitinetes para aproveitar o espaço.
A construção está no quarto pavimento, mas os operários
foram obrigados a parar na quinta-feira: como não há licenciamento, a
prefeitura suspendeu os trabalhos e embargou a obra. O edifício ao lado da
associação também é ilegal.
A lucrativa tática do empreendimento-relâmpago
Os empreendimentos imobiliários sempre foram importante
fonte de dinheiro para a milícia de Rio das Pedras. Primeiro, eles venderam os
terrenos grilados ou às margens da lagoa e do valão. Depois vislumbraram forma
mais interessante de lucrar: construíam prédios com quitinetes e alugaram a
preços populares. Com o avanço da investigação da polícia sobre os bens e
patrimônio oculto, a milícia optou pelo papel de ‘empreiteiro’: constrói o
edifício ilegalmente e o revende rápido, antes da chegada da prefeitura.
“Não temos o papel da polícia, de prender, mas sempre que há
denúncia verificamos se a construção está regularizada. Quem souber de
construção ilegal pode nos procurar”, anuncia o subprefeito da Barra e
Jacarepaguá, Tiago Mohamed.
Poucas são as obras
regularizadas em Rio das Pedras. O próprio prédio da associação de moradores e
as lojas ao redor da praça foram construídos pelos milicianos. Nem o campo de
futebol soçaite escapou: a área pública foi cercada e o campinho deu lugar a um
estádio. Tudo “made in milícia”. Mas como um detalhe: quem quiser jogar tem que
pagar uma taxa.
MILÍCIA DEU GOLPE NO
TRÁFICO
Grupo ‘vendeu’ espaço para traficantes em morro e depois os
denunciou à polícia
João Antonio Barros
Rio - Uma chacina em capítulos. Silenciosamente e sem
espalhar corpos pela cidade, a guerra entre traficantes de drogas e milicianos
pelo domínio do Morro da Barão, na Praça Seca, amedronta moradores na mesma
proporção que suas vítimas se avolumam nas estatísticas de homicídios da
Polícia Civil. Só este ano, pelo menos 12 pessoas foram mortas — quatro apenas
em outubro —, mas sempre em horas e pontos diferentes, sem chamar a atenção.
A guerra começou após o “arrendamento” do Morro da Barão a
um grupo de traficantes da Vila Vintém, em Realengo, no início do ano. O
negócio rendeu R$ 300 mil a homens ligados à milícia comandada pelo ex-sargento
da PM Luiz Monteiro da Silva, o Doem. Pelo acerto, os paramilitares
continuariam a explorar o ‘gatonet’, o transporte de Kombis e a venda de
botijões de gás. O tráfico ficaria com pontos de venda de drogas.
À frente do acordo estaria o miliciano Luís Carlos Costa
Coelho, o Luizinho. Ele coordena os negócios do grupo desde a prisão de Doem,
em 2009, por formação de quadrilha. Mesmo sem autorização do chefe, levou adiante
o acordo, mas reservou uma surpresa aos traficantes. Com parte do dinheiro no
bolso, ele e mais quatro milicianos denunciaram à PM os pontos onde estavam
escondidos os traficantes e quem comandava a venda de drogas.
A repressão policial deu certo: bandidos ligados à facção
Amigo dos Amigos (ADA) recuaram e, na época, deixaram o morro. Mas a estratégia
da milícia vazou para o tráfico. Um a um, os artífices do acordo começaram
a ser mortos. Alguns por retaliação de traficantes; outros na briga interna da milícia
pela divisão do dinheiro. E, em pelo menos um caso, para que a notícia da
“venda” do morro não chegasse aos ouvidos do chefe na cadeia.
Irmão do chefe foi um dos mortos
Calado à bala para não denunciar as tramas do grupo, João
Monteiro da Silva, o João Facão, foi uma das vítimas da milícia para ocultar a
“venda” do Morro da Barão do chefe Luiz Monteiro. João descobriu o negócio e
ameaçou denunciar.
Os milicianos foram mais rápidos. Informaram a Doem, na
cadeia, que o irmão estava desviando dinheiro do caixa da milícia e escondendo
uma forturna. A trama teria legitimado aos olhos do chefe e da comunidade a
execução de João. Ele foi assassinado em fevereiro.
Grupo que “vendeu” o morro se reúne na UPP da milícia
O grupo que “vendeu” o morro é o mesmo que criou a UPP da
Milícia, como ficou conhecida a casa, na Praça Seca, onde paramilitares se
reuniam e que foi pintada com as cores da PM e ganhou a sigla da Unidade de
Polícia Pacificadora.
A milícia é divisão do grupo que dominou por anos todas as
favelas da Praça Seca. A organização rachou com a briga do ex-PM Doem com o
ex-vereador Luiz André Ferreira da Silva, o Deco. Com a briga, o bairro
foi dividido. Cada grupo ficou com uma parte e seu faturamento com a venda de
segurança, botijões de gás, gatonet e transporte irregular.
‘Vendedores’ assassinados
Dos quatro assassinados na Praça Seca em outubro, três
estavam diretamente ligados à milícia e à “venda” do Morro da Barão. Um deles é
Aldo Nunuccelli Neto, o Dino, amigo de Luisinho e investigado por agentes da
Divisão de Homicídios por participação em assassinatos na Favela da
Chacrinha.
Dino foi assassinado a tiros no dia 5, um dia depois do
taxista Marcelo Gomes Vieira, o Marcelo Salsicha, na Estrada da Chácara. Nos
dois casos, os assassinos foram dois homens, que estavam de moto. A
terceira morte foi a do comerciante Leandro da Silva Ribeiro, o Leandro
Peixinho. Ele estava no seu bar, na Favela da Chacrinha, acompanhado por duas
mulheres, quando homens passaram atirando e o acertaram quatro vezes.
TRAFICANTES QUE
DOMINAM OS MORROS DA ÁREA DE MADUREIRA TÊM 190 FUZIS, SEGUNDO A
POLÍCIA
A terra do samba também virou território do tráfico. O rufar
dos surdos nas quadras de Portela e Império Serrano, agora, são abafados pelo
som dos disparos de fuzil que traçam o céu de Madureira. As favelas do bairro
da Zona Norte e suas regiões adjacentes (Rocha Miranda, Vaz Lobo e Engenheiro
Leal) são ocupadas por três facções diferentes, que contabilizam, ao todo, 190
fuzis, segundo levantamento da 29ª DP (Madureira). Num local onde as guerras
por território entre rivais já viraram rotina, histórias envolvendo traições,
tiroteios e mortes entre membros de uma mesma facção começaram a assustar os
moradores.
O Complexo da Serrinha ostenta a maior quantidade de armas e
bocas de fumo da região. No total, são cem fuzis e quatro pontos que rendem R$
500 mil para a única facção que domina todas as cinco favelas do complexo. A
estrutura profissional da facção explica o montante de lucro: lá, segundo
apuraram agentes da 29ª DP, os traficantes são arregimentados na própria
comunidade e trabalham de calça e tênis — chinelos no “trabalho” são proibidos
— em turnos de 12h para ganhar R$ 700 semanais, mais alimentação paga. Os
ataques e provocações de traficantes de Juramento e Cajueiro são frequentes.
Entretanto, a cobiça não vem só de grupos rivais.
Até meados de 2012, o dono do morro era Jorge Porfírio, o
Dinho. Na ocasião, o traficante foi morto a tiros pelos quatro homens que alçou
ao posto de gerentes. O quarteto, autodenominado “Os Fantásticos”, só durou um
mês no poder.
Um dos quatro, Walace Trindade, o Lacoste, se juntou ao
irmão do antigo chefão, Adilson Porfírio, o Skol, e promoveu um golpe de
estado: os traficantes conhecidos como Kisuco, Raxixe e Lerdinho nunca mais
foram vistos na região.
Todos os sábados, o baile funk da Serrinha recebe visitantes
ilustres de outras favelas dominadas pela mesma facção. Pelo menos uma vez por
mês, Marcelo Santos das Dores, o Menor P, sai do Complexo da Maré com um
comboio de pelo menos cinco carros e 30 bandidos armados de fuzis para curtir a
festa, constantemente marcada pela presença maciça de armas de grosso calibre,
tiros para o alto e funk nas alturas até a manhã seguinte.
— É um absurda a liberdade com que bandidos circulam por
aqui aos sábados. A Av. Ministro Edgard Romero fica cheia de motos com garotos
armados pela madrugada — contou uma moradora da região, que preferiu não se
identificar.
UPP: TRÁFICO AMEAÇA
QUEM ATRAPALHAR VENDAS À NOITE
Agentes do Parque Proletário têm recebido informações de que
haverá confronto diante de ações da polícia
Vania Cunha
Rio - Traficantes de comunidades do Complexo da Penha
têm feito ameaças constantes a policiais das Unidades de Polícia Pacificadoras
(UPPs) da região. Uma das informações que chegaram à base do Parque Proletário
era a de que os bandidos sairiam todas as noites para vender drogas, e, caso os
policiais fizessem patrulhamento no horário, haveria confronto. Sábado, o
soldado Melquisedec Basílio dos Santos, de 29 anos, morreu após ataque de
criminosos.
À frente da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), o
coronel Frederico Caldas confirmou que ameaças e informações sobre a
movimentação de traficantes chegam sempre à CPP. “Essas ameaças chegam
quase todos os dias, mas não sabemos se realmente vai acontecer ou se é uma
tentativa de desestabilizar o programa. Na maioria das vezes, não se
concretiza, mas não desprezamos nenhuma informação. Não vamos parar de fazer o
que queremos. Todos os policiais estão nas ruas e vamos fazer o nosso
trabalho”, afirmou Caldas.
Há 15 dias, quando surgiram as primeiras informações de
bandidos circulando na região, o oficial reforçou o patrulhamento nos complexos
do Alemão e da Penha. Ele aumentou as equipes de cinco para 10 patrulhas nos
conjuntos de favelas e também na Rocinha, além de pedir reforço dos batalhões
de Operações Especiais (Bope) e de Ações com Cães (BAC).
Sábado, cerca de duas horas antes do atentado que vitimou o
soldado Melquisedec, o Bope tinha feito operação no Parque Proletário. As
unidades de elite passaram todo o fim de semana vasculhando as comunidades e a
mata. Ontem, o BAC apreendeu drogas na Penha. O soldado Melquisedec foi o
sétimo policial morto desde o início da implantação das UPPs, em 2008, no Dona
Marta. Ele estava no patrulhamento quando 15 traficantes abriram fogo contra os
policiais. Um outro PM e três moradores ficaram feridos na ocasião.
Operação onde há resistência
Na Rocinha, onde 70 policiais foram trocados, o coronel
Frederico Caldas também anunciou reforço no patrulhamento. Ele ampliou o número
de policiais nas patrulhas para coibir a ação de criminosos. De acordo com o
oficial, todas as comunidades que apresentarem resistência do tráfico receberão
apoio no patrulhamento e, se necessário, operações pontuais, a exemplo da
força-tarefa União de Paz, realizada em setembro no Complexo de São Carlos.
“Fizemos uma ação onde participaram policiais de várias
unidades, na intenção de checar denúncias, conscientizar moradores e também
coibir o crime. O resultado foi muito positivo lá”, ressaltou Caldas. Na época,
o coordenador anunciou que pretendia estender a mesma operação para comunidades
da Rocinha e do Complexo do Alemão.
DISPUTA ENTRE MILÍCIA
E TRÁFICO PELA FAVELA DA CAROBINHA DEIXA MAIS DE DOIS MIL ALUNOS SEM AULA
Uma disputa entre traficantes e milicianos na Favela da
Carobinha, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, levou cinco escolas
municipais a fechar as portas, nesta quarta-feira. Segundo a assessoria de
imprensa da Secretaria municipal de Educação, 2.238 alunos estão sem aulas.
Parte do comércio também não funciona.
O 40º BPM (Campo Grande) confirmou que pelo menos uma pessoa
morreu na disputa entre o grupo paramilitar e os bandidos. O corpo de um homem
foi encontrado, também na manhã desta quarta, na Rua 49. A PM não informou se a
vítima é morador da região ou faz parte de algum dos grupos em guerra.
Até a madrugada desta terça, a Favela da Carobinha era
controlada por milicianos. Traficantes invadiram a comunidade, tendo à frente
Paulo Cesar Martins, o PC da Carobinha. O bandido contou com a ajuda de
cúmplices da Favela da Coreia, em Senador Camará. Os traficantes chegaram a pé
na comunidade e trocaram tiros com os milicianos por cerca de 30 minutos.
Acuados, os paramilitares fugiram e deixaram a favela.
PC da Carobinha está foragido do sistema penitenciário desde
março de 2013, ao ganhar direito à saída temporária para trabalhar numa loja de
veículos em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Ele cumpria pena no regime
semiaberto. A Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio negou o benefício, mas PC
entrou com um recurso no Tribunal de Justiça e ganhou, em fevereiro, o direito
a sair do presídio para trabalhar.
ESCUTAS TELEFÔNICAS REVELAM QUE TURISTA ALEMÃO BALEADO NA ROCINHA FOI
CONFUNDIDO COM PM INFILTRADO
O turista alemão Daniel Benjamin
Frank, de 25 anos, não era o alvo do tiro disparado no dia 31 de maio, durante
uma visita à Rocinha, na Zona Sul do Rio. Segundo escutas telefônicas que fazem
parte do relatório da operação Paz Armada, obtidas pelo EXTRA, o objetivo dos
traficantes era atingir um PM do serviço reservado (P2) da Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) que, na ocasião, estava infiltrado no grupo de turistas. A
prática da PM de colocar agentes para acompanhar os visitantes na comunidade
foi instituída pelo ex-comandante da unidade, major Edson Santos, um dos 13
policiais presos sob a acusação de torturar e matar o ajudante de pedreiro
Amarildo de Souza, em julho.
Num diálogo gravado no dia do
disparo contra o turista, Luiz Carlos Jesus da Silva, o Djalma, gerente do
tráfico na parte alta da Rocinha, diz a Rodrigo de Macedo Avelar da Silva - PM
que atuou infiltrado na quadrilha durante a operação Paz Armada - que policiais
à paisana estavam em meio ao grupo de turistas: “Os moleques atiraram no P2 (serviço
reservado), mas ‘acabou’ acertando o gringo”.
Em seguida, Djalma afirma que o
disparo foi uma demonstração de força dos traficantes, que consideraram uma
“afronta” a presença de policiais na região. “Se quisessem ter tirado a vida
deles, poderiam ter feito ali mesmo. Eles (os traficantes) queriam mostrar que
o local não está abandonado, que, se vier, vai ficar”, continuou o bandido.
As escutas revelam ainda que os
dois PMs do serviço reservado que acompanhavam os turistas - “um fortinho e
outro que usa aparelho”, conforme descrição do traficante - foram identificados
e ficaram em poder dos bandidos por algumas horas.
O turista alemão foi baleado na
barriga por volta das 13h. Pouco mais de uma hora depois, Avelar faz algumas
ligações para Djalma, perguntando se o traficante sabia que os PMs haviam sido
pegos e pedindo que fossem libertados. O policial, inclusive, tentou negociar
com o bandido a entrega do autor do disparo. Em troca, a polícia não divulgaria
fotos do traficante. O pedido do PM foi atendido. Numa ligação, Djalma diz a
Avelar que os policiais sequestrados já haviam sido liberados.
SOCORRIDO PELOS BANDIDOS
A Delegacia Especial de Apoio ao
Turismo (Deat), que investiga o episódio no qual o turista foi baleado na
Rocinha, vai pedir acesso às provas que surgiram durante a operação Paz Armada.
Ainda nas escutas telefônicas
obtidas durante a investigação do caso, Djalma relata que os próprios bandidos
socorreram o turista, ao perceberem que ele tinha sido baleado por engano. O
traficante afirma, ainda, que o fato aconteceu quando o alemão estava passando,
com um grupo, por um local da favela conhecido como Visual — região que abriga
uma das bocas de fumo da comunidade. Os criminosos o teriam levado à Estrada da
Gávea, segundo Djalma. Na época, a polícia divulgou que um morador teria
socorrido o alemão, levando-o à UPP da Rocinha, na Rua 2. De lá, ele teria sido
encaminhado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea.
Um mês depois, um menor se
entregou à Deat, dizendo ser o autor do disparo. Num dos relatórios da Paz
Armada, o delegado Ruchester Marreiros afirma que o garoto foi obrigado por
Djalma a se entregar, para que a polícia deixasse de fazer operações.
Em depoimento à polícia, o turista
alemão contou que viu bandidos armados num beco da favela. Por isso, teria se
assustado e corrido. Acompanhado de um amigo, ele havia visitado o Cristo
Redentor naquele dia e resolveu conhecer a favela de São Conrado.
Operação
A Paz Armada investigou o tráfico
na comunidade. No dia 13 de julho, a Polícia Civil deflagrou a operação, em
conjunto com a UPP da Rocinha, na qual 29 pessoas foram presas. No dia seguinte
à ação, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza teria sido torturado e morto.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), os policiais da UPP da
Rocinha foram responsáveis pelo crime. Eles queriam, de acordo com o MP, que a
vítima entregasse um paiol de armas. Durante a operação, nenhum armamento foi
apreendido. Vinte e cinco policiais militares da UPP da Rocinha foram
denunciados pelo MP, acusados de participação na morte de Amarildo. Treze
deles, entre eles o major Edson Santos, tiveram as prisões decretadas e estão
atrás das grades.
ROCINHA TEM TIROTEIOS
À LUZ DO DIA
Uma disputa entre facções por uma das maiores refinarias do
tráfico de drogas da Rocinha acabou em tiroteio em plena luz do dia na Rua
Maria do Carmo, no Laboriaux, parte alta da favela. A troca de tiros entre
traficantes durou cerca de cinco minutos e começou pouco após o meio-dia desta
terça-feira. Segundo informações de PMs da UPP, o motivo dos disparos foi um
golpe de traficantes da parte baixa da favela na facção rival, que, em agosto,
tomou a refinaria. A unidade foi inaugurada há pouco mais de um ano, em
setembro de 2012.
O barraco pertence ao traficante Ricardo Santos Rodrigues da
Silva, o Ricardinho 157, um dos 16 denunciados pelo MP após a Operação Paz
Armada. Ricardo fazia parte da grupo de John Wallace da Silva Viana, o Johnny,
que herdou a liderança da quadrilha após a prisão de Antônio Francisco Bonfim
Lopes, o Nem. A droga produzida no local era vendida pelos traficantes da parte
de baixo. Em agosto, entretanto, após uma briga com um dos gerentes de Johnny,
Ricardo passou para o lado de Luiz Carlos Jesus da Silva, o Djalma, que, há
dois meses, rompeu com a facção.
De acordo com o setor de inteligência da UPP, ontem, um
traficante da parte de baixo da favela foi ao local, que fica na área de mata,
a poucos metros da Escola Municipal Abelardo Barbosa, e tentou dar um golpe na
facção rival: entrou no local e roubou armas. Os tiros começaram quando Ricardo
surpreendeu o bandido, que correu em direção à Estrada da Gávea, onde os
disparos terminaram. Moradores da favela contaram ao EXTRA que ouviram “muitos
tiros” no local. Não houve feridos.
Desde o último sábado, PMs da unidade já contam quatro
trocas de tiros entre integrantes das facções rivais que disputam a Rocinha. Há
dois meses, quando Djalma rompeu com a facção de Nem, os relatos de confrontos
são praticamente diários. Desde então, integrantes do tráfico da parte alta vêm
arregimentando soldados do tráfico, que chegam dos complexos do Alemão e da
Penha. Já o grupo de Johnny teve reforço de traficantes do Morro do Dezoito.
Tiros em áreas de paz
Tiros foram dados em outras duas áreas pacificadas num
intervalo de uma hora, entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça.
O primeiro caso ocorreu numa localidade conhecida como
Corea, em Manguinhos, Zona Norte do Rio, às 23h30m de segunda, quando policiais
abordavam dois homens. Um deles atirou e fugiu por um beco da favela. O disparo
não atingiu a viatura e ninguém se feriu.
Com o outro homem, os policiais encontraram uma pequena
quantidade de maconha. Ele foi levado à 21ª DP (Bonsucesso), onde foi autuado
como usuário de drogas e acabou liberado, na madrugada desta terça. Na
localidade da Corea, onde ocorreu o incidente, era de domínio do tráfico antes
da pacificação.
Na madrugada de terça, policiais militares relataram um
ataque a uma viatura na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. O episódio
teria ocorrido após às 0h30m, quando houve falta de luz na região. Entretanto,
a informação não foi confirmada pela UPP.
— Há lugares com um histórico de enfrentamento, o que indica
a presença de marginais armados. É o desafio que a gente tem pela frente —
disse o coronel Frederico Caldas, comandante-geral das UPPs, em entrevista ao
programa “CBN Rio”, da Rádio CBN.
APÓS CONFRONTOS NO
COMPLEXO DA PENHA, COMANDANTE DAS UPPS ADMITE QUE TRÁFICO TEM FUZIL NAS ÁREAS
PACIFICADAS
O coronel Frederico Caldas, comandante-geral das UPPs,
admitiu, neste domingo, a existência de fuzis nas mãos de traficantes em áreas
pacificadas. A declaração foi dada após os confrontos que deixaram um policial
militar morto, outros dois feridos e quatro moradores baleados, num intervalo
de 48 horas, entre quinta-feira e anteontem, na Vila Cruzeiro e no Parque
Proletário, no Complexo da Penha. Ele ainda anunciou que o efetivo das unidades
deverá ser reforçado nos próximos dias.
- Claro que é uma preocupação (fuzis com traficantes em
áreas com UPPs), embora não tenhamos histórico de apreensão de fuzis em áreas
pacificadas. É preciso que seja feita uma investigação para confirmar onde
efetivamente os traficantes estão portando fuzis - afirmou.
O coronel esteve no enterro do policial militar Melquizedeque
Basílio dos Santos, de 29 anos, sepultado ontem à tarde no Cemitério Jardim da
Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Mais de cem pessoas, entre amigos, parentes
e policiais de UPPs, compareceram ao sepultamento. O PM foi atingido por um
tiro de fuzil nas costas, no sábado à noite, na localidade conhecida como
Vacaria, no Parque Proletário.
Na noite de quinta-feira, no mesmo local, o traficante
Fernando César Batista Filho, o Alemão, morreu num confronto que deixou dois
policiais da UPP Parque Proletário feridos - um deles foi atingido por um tiro
no peito e continua internado em estado grave, no Hospital Getúlio Vargas, na
Penha. Após o tiroteio, a PM apreendeu, perto do corpo do traficante, um fuzil
AK-47, 145 cápsulas do calibre 7.62 e quatro carregadores.
Segundo a UPP, a localidade conhecida como Vacaria - que tem
uma extensa área de mata - estaria sendo ocupada por traficantes armados nos
últimos dias.
Sob o domínio de traficantes
A Vila Cruzeiro e o Parque Proletário, no Complexo da Penha,
têm pelo menos quatro pontos com a presença de traficantes armados, segundo os
policiais das duas UPPs. A principal delas é a localidade da Vacaria, onde
ocorreram os últimos confrontos.
A área, próxima à Pedreira, é a mesma onde traficantes
armados foram filmados em fuga para o Complexo do Alemão, em meio à ocupação
policial que deu início ao processo de pacificação, em novembro de 2010.
Segundo policiais, também há registros de bandidos armados
escondidos nos becos do bairro Treze, em frente ao contêiner da Vila Cruzeiro,
na Rua José Rucas. Na área, houve um confronto entre agentes da UPP e
traficantes, na quinta-feira à tarde, que deixou um morador ferido. A ação
ocorreu horas antes do tiroteio que resultou na morte de um traficante, na
Vacaria. Na ocasião, dois PMs ficaram feridos.
De acordo com a polícia, também há concentração de bandidos
armados nas ruas 10, 12 e 14, divisas entre o Parque Proletário, a Vila
Cruzeiro e a localidade conhecida como Esquina do Pecado. Ainda segundo PMs,
Fabiano Atanázio da Silva, o FB, chefão da Vila Cruzeiro preso no interior de
São Paulo, em janeiro do ano passado, morava na Rua 12. A localidade ainda
seria reduto do tráfico.
Feridos em combate
Os confrontos que deixaram um policial militar morto e
outros dois feridos num intervalo de apenas 48 horas na localidade da Vacaria,
no Parque Proletário, não foram atos isolados na região. Somente neste ano,
pelo menos 11 policiais foram baleados em tiroteios ocorridos em áreas
pacificadas dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. Em 21 de
fevereiro, dois policiais foram baleados na Vila Cruzeiro, na Penha. Em 18 de
maio, um PM se feriu no Morro da Fé, também na Penha. Em 20 de agosto, três
policiais da UPP Nova Brasília, no Alemão, foram atingidos durante um ataque no
Largo do Coqueiro. Em 18 de outubro, dois agentes foram baleados num tiroteio
no Largo da Vivi (Alemão).
HÁ ANOS O TRAFICO E A
MILÍCIA DOMINAM O TRANSPORTE ALTERNATIVO
Responda rápido:
O inacreditável Poder Judiciário é ou não
é cúmplice na execução das testemunhas?
- Não duvido se o inacreditável Poder Judiciário indeferir!
- Ah, já ia me esquecendo, pergunta se aquela turminha dos
“direitos humanos” ou algum “garantista” ou alguma autoridade foi prestar
solidariedade à família do garotinho, ah, mas se uma destas escórias tivesse
tombado estaria cheio de “humanistas”
REPONDA SE FOR CAPAZ:
Com esta gente tendo vez e voz na
republiqueta constitucionalíssima, quantos Kaios e policiais tombarão com tiro
de fuzil na cabeça; quantos pais e avós de familiares de Kaios e de policiais
continuarão chorando a perda de seus entes em nome do “direito constitucional”,
do “devido processo legal”, do “amplo, geral, irrestrito, internacional,
universal, interplanetário e intergaláctico direito de defesa e ao
contraditório” da escória assassina?
Respostas para as autoridades e
instituições CÚMPLICES por este estado de coisas.
“Esse caso do Kayo é um dos casos que nós temos que
clamar por segurança e justiça. Já tiveram outros casos, como o do menino João
Hélio. Isso tem que mudar, não pode ficar desse jeito. A mudança tem que partir
dos nossos governantes para poder chegar ao povo e a gente melhorar a nossa
situação. Precisamos de uma resposta o mais rápido possível",
declarou o comerciante Cláudio Dionízio, morador de Bangu.
INVASÃO DO FÓRUM DE
BANGU LEVA JUÍZA A PEDIR AFASTAMENTO
Ela se escondeu debaixo da mesa na hora dos tiros.
Rio - Ainda muito abalada pela invasão ao Fórum de
Bangu por criminosos com fuzis, quinta-feira, a juíza da 2ª Vara Criminal de
Bangu, Luciana Moco, pediu afastamento do cargo. A magistrada estava em
audiência quando houve o tiroteio entre criminosos e PMs que faziam a segurança
do lugar. Apavorada, escondeu-se debaixo da mesa.
Na ação, um policial e uma criança de oito anos foram
mortos. O pedido foi feito nesta segunda-feira à presidente do Tribunal de
Justiça, Leila Mariano, que classificou a ação dos bandidos como um problema de
segurança pública, e não institucional.
...
- Desgraçado é o país em que uma das autoridades máximas de
um dos Poderes do Estado brasileiro é obrigada a pedir seu afastamento,
afrontada e intimidada pelo poder paralelo!
- Bons tempos aqueles em que o nobre mafioso Castor de
Andrade era o patrono das instituições em Bangu!
- Sei de uma historia que aconteceu por lá que só posso
contar em memórias post mortem!
ENQUANTO ISSO...
JUSTIÇA DO RIO NEGA
PEDIDO PARA QUE CELSINHO DA VILA VINTÉM SEJA TRANSFERIDO PARA PRESÍDIO FEDERAL
O traficante Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila
Vintém, vai continuar, pelo menos por enquanto, no Rio de Janeiro. A Vara de
Execuções Penais (VEP) do estado negou, na última sexta-feira, pedido da
Secretaria de Segurança Pública para transferi-lo do Complexo de Gericinó para
presídio federal fora do Rio, alegando que o bandido teria participação na
tentativa de resgatar presos do Fórum de Bangu na última quinta-feira.
Em sua decisão, o juiz Carlos Augusto Borges, da VEP, alega
que não há provas suficientes de que Celsinho tenha envolvimento com o caso. No
episódio, que terminou com um tiroteio entre policiais e bandidos, um PM e uma
criança morreram. “Se o requerimento
está respaldado no evento trágico ocorrido no Fórum de Bangu, onde ocorreu uma
tentativa frustrada de resgate de presos, cabe a autoridade administrativa
apresentar elementos concretos do envolvimento do apenado com aquele evento, o
que não há no expediente”, afirmou o magistrado no despacho.
Borges diz ainda, na decisão, que o comportamento de
Celsinho, preso desde 2002, é considerado “excepcional” pela Secretaria de
Administração Penitenciária (Seap). A VEP ainda não decidiu sobre o pedido da
Secretaria de Segurança para que os traficantes Alexandre Bandeira de Melo, o
Piolho, e Vanderlan Ramos da Silva, o Chocolate,também sejam transferidos para
presídios federais. Os dois são apontados pela polícia como os alvos do plano
de resgate frustrado.
- Este inacreditável Poder Judiciário é uma vergonha, vai ver
que é preciso uma declaração de próprio punho com firma reconhecida do
vagabundo de alta periculosidade, afinal, o que são dois corpos, um de uma
criança inocente e outro de um policial no cumprimento de seu dever, estendidos
no chão com tiros de fuzil, um magistrado marcado pra morrer, uma juíza
aterrorizada e moradores das cercanias do Fórum em pânico???
BANGU NUNCA MAIS
A desembargadora Leila Mariano, presidente do TJ do Rio, convocou todos os
juízes e desembargadores criminais para uma reunião hoje às 10h.
Quer falar sobre a implementação da videoconferência nas audiências criminais,
um tema que ganhou destaque depois do tiroteio e morte no fórum de Bangu.
Só que...
Alguns desembargadores dizem que a medida é inconstitucional. (coluna
Ancelmo Góis – O Globo – 06.11.2013)
- A Constituição “Cidadã”, pra variar “uma das leis mais
avançadas do mundo”, é tão avançada, mas tão avançada que, em 1988 já previa a
evolução tecnologia e vou mais além, o
uso de videoconferência no inacreditável Poder Judiciário, pelo menos é o que
acham os “iluminados” da republiqueta constitucionalíssima
- Aliás, a republiqueta constitucionalíssima é o único lugar
do mundo onde na ponderação de direitos fundamentais entre os dos criminosos e
os dos cidadãos de bem, prevalece exacerbadamente os dos criminosos em
detrimento dos segundos, embora estes sejam os patrocinadores, com seus
impostos, que sustentam a máquina pública das instituições do Estado.
AGORA VAI, HEIN, MAS...
- Fico imaginando um magistrado, a cada audiência por
videoconferência, de oitiva de testemunha ou da escória tendo que fundamentar
em cinco laudas (na republiqueta dos bacharéis fundamentação que não tenha
cinco laudas é vazia e insipiente) a razão da realização das audiências por tal
recurso tecnológico. Uma vez fundamentada, vem o nobre causídico do réu e
agrava, eis que, o juiz antes não requereu perícia promovida por especialistas forenses para avaliar se o
“elemento” é ou não de alta periculosidade. A segunda instância do
inacreditável Poder Judiciário em nome do “devido processo legal”, do “amplo,
geral, irrestrito, internacional, universal, interplanetário direito de defesa
e ao contraditório” acolhe o agravo e determina a realização da perícia. Seis
meses depois chega a decisão ao juízo da primeira instância. O magistrado
nomeia psicólogos, psiquiatras, assistências sociais e marca a data para a
realização da perícia. O nobre causídico interpõe novo agravo, eis que da banca
examinadora não constou um psicanalista. Oito meses depois, a segunda instância
acolhe o agravo determinando que da equipe conste um psicanalista. Seis meses
depois publica-se a decisão de segunda instância e remete-se ofício ao juízo
natural. No dia da perícia comparecem ao
presídio os profissionais, mas o procedimento não pode ser feito, pois, naquele
dia não há agente disponível que possa permanecer na sala dando segurança aos
peritos. Diante disto, o juiz remarca a perícia para um ano depois. Realizada a
perícia, o juiz abre vista para o nobre causídico do réu. Este inconformado com
o resultado do laudo que aponta a necessidade da realização da audiência por
vídeo conferência agrava. A segunda instância do inacreditável Poder Judiciário
um ano e meio depois confirma a avaliação do laudo. O nobre advogado entra com
Embargos de Declaração, mantida a decisão, o nobre causídico entra com Embargos
de Embargos de Declaração. Dois anos depois o colegiado confirma a decisão. O
juiz marca a audiência por videoconferência para oito meses depois. No dia da
audiência telão na sala, a parafernália toda a postos, eis que o nobre patrono
do réu, pela ordem, pede a palavra e solicita a extinção da punibilidade pela
prescrição e todos, na republiqueta constitucionalíssima, vão embora com a
certeza do dever cumprido!
BANGU NUNCA MAIS
A desembargadora Leila Mariano, presidente do TJ do Rio, convocou todos os
juízes e desembargadores criminais para uma reunião hoje às 10h.
Quer falar sobre a implementação da videoconferência nas audiências criminais,
um tema que ganhou destaque depois do tiroteio e morte no fórum de Bangu.
Só que...
Alguns desembargadores dizem que a medida é
inconstitucional. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 06.11.2013)
- A Constituição “Cidadã”, pra variar “uma das leis mais
avançadas do mundo”, é tão avançada, mas tão avançada que, em 1988 já previa a
evolução tecnologia e vou mais além, o
uso de videoconferência no inacreditável Poder Judiciário, pelo menos é o que
acham os “iluminados” da republiqueta constitucionalíssima
- Aliás, a republiqueta constitucionalíssima é o único lugar
do mundo onde na ponderação de direitos fundamentais entre os dos criminosos e
os dos cidadãos de bem, prevalece exacerbadamente os dos criminosos em
detrimento dos segundos, embora estes sejam os patrocinadores, com seus
impostos, que sustentam a máquina pública das instituições do Estado.