quinta-feira, junho 18, 2015





APESAR DE VOCÊS CHICO, CAETANO E ROBERTO...
Até ontem, o Brasil era um país onde apenas biografias chapa-branca tinham vez. Felizmente isso mudou: prevaleceu o bom senso no Supremo Tribunal Federal, que por nove votos a zero aprovou o fim da mordaça, eliminando a exigência de autorização prévia de biografados ou herdeiros para o lançamento de livros ou obras audiovisuais. Triste é constatar que, do lado dos que sofreram a derrota acachapante, estão intelectuais e artistas que, por sua própria história de vida, deveriam se opor a qualquer forma de censura, como Chico Buarque e Caetano Veloso.
Não foi sem razão que o americano Jon Lee Anderson, autor de uma ambiciosa biografia de Che Guevara, declarou, em 2013, que nossa legislação nessa área aproximava o Brasil de países como Irã, Rússia, China, Cuba, Sudão, Zimbábue, Síria e Arábia Saudita. Porque, nas democracias avançadas, esse debate já foi superado há muito tempo. Nos Estados Unidos, França, Reino Unido e Espanha, não há qualquer restrição prévia à publicação de biografias não-autorizadas. Até em Portugal o Código Civil determina que, no caso de o personagem ser uma pessoa pública, não é necessária autorização.
Na França um caso exemplar foi o do ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que pediu – sem sucesso – a interdição judicial do romance em que Marcela Iacub evocava o caso amoroso que tiveram. Já no Brasil o cantor Roberto Carlos conseguiu proibir a circulação da biografia escrita por Paulo Cesar Araújo, e a editora Planeta teve que recolher toda a tiragem das livrarias. Na política, outra figura pública que se posicionou contra a liberação das biografias não-autorizadas foi José Dirceu. Por que será?
Celebridades brasileiras gostam muito do bônus, mas abominam o ônus da fama. Mas é direito dos cidadãos ter acesso a informações obtidas de forma independente sobre aqueles que admiram, sustentam e elegem. Tem toda razão, portanto, o presidente da OAB, Marcus Vinícius Coelho, que assim se manifestou durante o julgamento no Supremo: "Quando somente a opinião oficial pode ser divulgada ou defendida e se privam dessa liberdade as opiniões discordantes ou minoritárias, enclausura-se a sociedade em uma redoma que retira oxigênio da democracia e por consequência aumenta-se o risco de ter um povo dirigido, escravo dos governantes e da mídia, uma massa de manobra sem liberdade”.
- É a republiqueta esquizofrênica e seus intelectuais “progressistas” visceralmente “contra a censura”!
- A propósito, e aquele nobre, eminente e renomado causídico que, sem o menor constrangimento, sustentou a defesa da censura, hein, sempre abraçando causas nobres, diria até nobilíssimas!

APÓS JULGAMENTO DAS BIOGRAFIAS, ROBERTO CARLOS FAZ MÚSICA PARA CÁRMEN LÚCIA
ALÉM DO HORIZONTE - Convencido de que uma força estranha levou o STF a liberar a produção de biografias não autorizadas, mandando tudo para o inferno, Roberto Carlos compôs uma canção para a relatora do processo, a ministra Carmem Lúcia. Sob a batuta do maestro Kakay, o empresário Dody Sirena conseguiu uma liminar para erguer um imenso palco em frente ao STF. Hoje à noite, Roberto tentará seu último recurso, apelando para as emoções dos magistrados. Além da canção inédita para Carmem Lúcia, o Rei enfileirará sucessos pungentes como "Desabafo", "Abandono" e "Traumas". "São tantas apelações", disse, balançando a cabeça. O show terá transmissão da TV Globo e da TV Justiça.
Amor de réu
Por que decidiste assim?
Se mal nunca lhe fiz
Por que sentença tão negra
Autorizando um livro infeliz?
Me deixe ser essa mecha
De branco nos seus cabelos
Me deixe ser o jurista
Que lhe fornece conselhos
Apelarei com astúcia
Com argumentos doces, de pelúcia
E viverei em tuas mãos e pensamentos, Carmen Lúcia
Fontes ligadas ao cantor garantem que o Rei prepara canções contra o Ajuste Fiscal e a terceirização.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário