POR FALTA DE EDUCAÇÃO
DE UNS, OUTROS PAGAM A CONTA
DA SÉRIE: O DIA DA
CAÇA
- Anotaram a placa?
- Agora, melhor mesmo é pérola do nobre delegado. Deixe eu
ver se entendi, dois vagabundos são flagrados roubando um carro, acaba no preju
de 500 reais, e, apenas na mão, consegue pegar uma das escórias e lhe dá um
corretivo e ele é que vai ser processado por exercício “arbitrário” das
próprias razões???
AMENIDADES
Dois amigos, daqueles inseparáveis, tinham como rotina um
happy hour semanal num bar. Naquele dia, durante o tal encontro, o papo começou
e um deles percebeu que o outro estava meio estranho.
- Aconteceu alguma coisa? Você está distante!
- É... Uma coisa meio constrangedora... Não sei se quero
falar sobre isso!
- Desabafe, homem! - insistiu o amigo.
- Sabe o que é... - respondeu finalmente o homem - Minha
mulher fugiu ontem com outro homem!
- É mesmo? - espantou-se o companheiro - Com quem?
- Com o meu melhor amigo!
Nessa hora o cara que estava fazendo as perguntas
irritou-se:
- Pôxa, eu te conheço desde menino, sempre contamos um com o
outro pra tudo... SEU MELHOR AMIGO SOU EU!!!
O outro abriu um sorriso:
- Ah, você era até ONTEM...
A ESPETACULARIZAÇÃO
DO GROTESCO
Sob o título “A violência como gozo escópico. Civilização ou
barbárie?”, o artigo a seguir é de autoria de Rosivaldo Toscano Jr., juiz de
direito no Rio Grande do Norte e membro da Associação Juízes para a Democracia
(AJD). Foi publicado originalmente em seu blog (*).
Entro no Facebook. Vejo um amigo criticar, estarrecido, uma
postagem oriunda de uma determinada comunidade e que foi compartilhada por um
conhecido dele. Na referida postagem, uma fotografia em cores de um homem
dominado, ao chão, pisoteado, algemado e com uma pistola em sua boca. Na mesma
foto, os seguintes dizeres: “Ficou com pena dele? Acha isso um tratamento
desumano? Sabe quais foram seus crimes? Leve pra casa e descubra.”
Essa postagem teve muitos compartilhamentos. É a
espetacularização do grotesco e o mórbido. Isso vende e rende. Seja a sensação
de alívio por não estar ali no lugar da vítima, seja a sanha violenta de se
estar ali no lugar do algoz. O primitivo se faz presente. Como caçador ou caça.
O sangue. A pulsão de morte grita!
Civilização ou barbárie? Há barbárie na civilização. Ou
seria o contrário? Nossos ternos, vestidos, perfumes, joias, requintes, enfim,
escondem esse predador perverso que se alastra como praga pelo planeta,
submetendo, dizimando e destruindo tudo e todas as demais espécies (inclusive a
própria) por onde passa, em nome de uma pretensiosa superioridade, justificando
sua violência em um discurso contraditório de bem-querer e de luta pelo bem
comum. Sendo mais claro: em nome de deus(es) e do amor. E não nos enganemos. O
ser humano de hoje – que também goza com o consumismo, mata com armas, radiação
e lixo tóxico. É o exterminador do futuro.
Na imagem, o algoz diz: “sou o portador do falo (da arma),
do poder. Sou mais homem que você”. Melhor dizer isso do que, na verdade,
reconhecer ser, tão somente, maisanimalesco. Não falta quem bata palmas. Mas
quem aplaude a barbárie o que é, senão, um igual bárbaro que goza ao ver seu desejo
de sangue sendo gozado, nem que seja pelo gozo do outro? Há um voyeurismo
mórbido aí.
A foto é dramática, mas esse drama humano é ofuscado pela
banalização da violência: “ficou com pena dele? Acha isso um tratamento
desumano?”.
Ao mesmo tempo, a violência e a morte viram algo íntimo, que
amedronta e alivia, pois é a violência ou a morte do outro. No imaginário, a
morte do outro fascina como fascina a manada de zebras que olha, aliviada, para
aquela que foi feita presa dos leões. “Não fui eu, por enquanto, foi o outro”.
Alívio fugaz e sensação de medo constante. A morte está à espreita. Para alguns
mais fragilizados, o pânico. Para outros, o desejo de ser algoz. O desejo de
linchar. De fazer (in)justiça pelas próprias mãos. Cerram-se os punhos, inconscientemente.
Exterioriza-se. Tinha que sair.
Se não dá para usar as próprias mãos, simbolize-se nas
palavras gritadas na voz ou, se não der, no papel ou na tela do Facebook.
“Curtir”. Toda pulsão tem, ao mesmo tempo, dizia Freud, pulsão de vida e pulsão
de morte. São os olhos, nesse caso, como fonte de libido. Há o prazer em ver. É
o gozo escópico. Mas como o gozo é fugaz (pois é a busca da coisa perdida),
busca-se o novo. Há sempre uma nova imagem a ser gozada. O novo para o velho
olhar mórbido. Há sempre um programa policial na TV ou no rádio à disposição. E
na busca do gozo escópico, racionaliza-se: é notícia, é informação! Muitos
desses programas são no horário do almoço. São comidos pelos olhos.
A imagem acima mostra, claramente, uma cena de tortura praticada
por agentes do Estado. Para quem pratica o ato, uma completa corrupção da
função pública. A despeito de fazer cumprir a lei, viola-a. A pretexto de
perseguir pretensos criminosos, pratica crime tão grave, em frontal violação à
lei, em desrespeito ao sistema judicial e à Constituição (art. 5º: “III –
ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”).
Enfim, é uma cena de covardia. Mas para isso servem os mecanismos de defesa –
projeção, racionalização, negação, identificação… Freud explica.
Portanto, há quem, mesmo assim, goze em fotos como essa,
reforçando esse comportamento criminoso do pretenso agente da Lei. “Sabe quais
foram seus crimes?”. Só sei de um: é tortura. “Leve pra casa e descubra”. A
foto revela o flagrante de um crime. Mas o ódio cega. Por isso, há quem não o
veja… Onde está a barbárie? Está na foto. E o bárbaro? Na foto ou no olhar? Em
alguns casos, em ambos… E a civilização?
- Este humilde blogueiro poderia gastar seu precário
vocabulário com a pérola do artigo do eminente magistrado, mas, farei minhas as
palavras do comentarista do blog do Fred Vasconcelos, já que não tenho mais
paciência pra lengalenga:
Daniel comentou em 07/05/13 at 17:32
O juiz deveria saber que o aplauso a esse
tipo de conduta vingativa, bárbara, só tem lugar nos locais onde a impunidade
grassa, onde não há justiça efetiva, punição exemplar. Esse é o caso do nosso
Brasil, tão cioso pelo bem-estar de seus criminosos.
Como o sistema de justiça convencional
não é capaz de dar uma resposta à altura dos crimes cada vez mais nefandos aos
quais temos visto (a dentista queimada viva por um menor porque não tinha a
quantidade de dinheiro que ele queria; um menor que dá um tiro na cabeça de um
jovem por causa de um celular e apresenta-se na DP dois dias antes de completar
18 anos; dois assaltantes que executam friamente um motorista com um tiro na
cabeça, tudo filmado pelo GPS do carro etc. etc. etc.), a sociedade sente-se
vingada quando vê um criminoso sofrendo um pouquinho daquilo que suas vítimas
sofreram.
Naqueles países em que os criminosos são
tratados não como “coitadinhos vítimas do sistema”, mas como pessoas que
quebraram o pacto social e, por isso, estão sujeitas a punição na medida da
gravidade do ato que praticaram, até mesmo à pena de morte ou prisão perpétua
em situações limites, tenho certeza de que há mais confiança na justiça do que
em justiceiros. Esse, entretanto, não é o caso do Brasil.
Aquele atentado de Boston, com várias
pessoas feridas e outras mortas, a pena do executor está variando entre a
prisão perpétua e a pena de morte.
Fosse no Brasil, o criminoso seria
beneficiado pela esdrúxula figura do concurso formal, além de várias outras
(progressão de pena, saidão, indultos, liberdade condicional etc.). Por esse
instituto, não importa a quantidade de vítimas que morreram; se a ação foi uma
só (colocação da bomba), mas gerou vários resultados (pessoas mortas e
feridas), o criminoso receberá a sua pena como se tivesse matado apenas uma
pessoa, isso mesmo, uma pessoa, sendo tal pena agravada em patamares ridículos
a depender do número de vítimas.
Agora, veja se uma teratologia dessa
(dentre tantas outras existentes no Brasil, pródigo, como disse, pelo bem-estar
de seus criminosos) não desperta a ira e a revolta da sociedade, incutindo nela
sentimentos de justiçamento! Eu acredito que sim; aliás, tenho certeza.
Por isso, antes de dizer que a sociedade
está doente porque aplaude esse tipo de conduta, eu digo que ela está é farta
da impunidade, da leniência do nosso sistema de justiça criminal para com os
criminosos que a amedrontam.
- Apenas um adendo, quem está doente, ou melhor,
esquizofrênico são os três podres Poderes e seus “iluminados humanitários” com
seus “garantismos”, seus pseudo “direitos humanos”, seus “devidos processos
legais” e seus “amplos, gerais, irrestritos, universais, interplanetários e
intergalácticos direitos de defesa e ao contraditório”.
Como cidadão, estou farto desta lengalenga, desta demagogia
enquanto os cidadãos de bem vão sendo seqüestrados, assassinados com requintes
de crueldade e as mulheres sendo assassinadas, estupradas até mesmo em
coletivos e uma turminha aí continua com o mesmo discurso da década de 60.
LEWANDOWSKI E GILMAR
DIZEM QUE RECURSO PODE MUDAR DECISÃO DO STF
BRASÍLIA- O revisor do processo do mensalão e
vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, disse
nesta terça-feira que, em tese, condenados em ação penal podem ser absolvidos
no julgamento dos embargos de declaração. Gilmar Mendes tem a mesma opinião. O
Regimento Interno do STF prevê o recurso para esclarecer pontos específicos do
julgamento. Mas, para os ministros, a análise desses aspectos pode resultar na
absolvição. Na semana passada, o relator do processo e presidente da Corte,
Joaquim Barbosa, deu declaração no sentido oposto: de que os embargos de
declaração não têm poder para reverter condenações.
...
- Não sei não, mas se tudo correr dentro dos conformes, este
processo caminha para uma gigantesca pizza de três sabores, em homenagem aos
três podres Poderes, a saber, 1/3 napolitana, 1/3 calabresa e 1/3 siciliana,
afinal o Brasil, com sua Constituição “Cidadã”, com as “leis mais avançadas do
mundo”, com o “devido processo legal” e o “amplo, geral, irrestrito, universal,
interplanetário e intergaláctico direito de defesa e ao contraditório” é Cosa
Nostra e o ministro Joaquim Barbosa que se cuide, senão acaba preso e condenado
a regime fechado, sem direito a progressão de pena!
GOVERNANTES E
GOVERNADOS
Essa capadoçagem
burra, arrogante e irresponsável, tentada no Congresso Nacional, para intimidar
e desfigurar o Poder Judiciário, mostra de novo como somos atrasados.
Antigamente, éramos um país subdesenvolvido e atrasado. Fomos promovidos a
emergente — embora volta e meia me venha a impressão de que se trata de um
eufemismo modernoso para designar a mesma coisa — e continuamos atrasados.
Nosso atraso é muito mais que econômico ou social, antes é um estado de alma,
uma segunda natureza, uma maneira de ver o mundo, um jeito de ser, uma cultura.
Temos pouco ou nenhum espírito cívico, somos individualistas, emporcalhamos as
cidades, votamos levianamente, urinamos nas ruas e defecamos nas praias, fazemos
a barulheira que nos convém a qualquer hora do dia ou da noite, matamos e
morremos no trânsito, queixamo-nos da falta de educação alheia e não notamos a
nossa, soltamos assassinos a torto e a direito, falsificamos carteiras,
atestados e diplomas, furamos filas e, quase todo dia, para realçar esse
panorama, assistimos a mais um espetáculo ignóbil, arquitetado e protagonizado
por governantes.
Que coisa mais desgraciosa e primitiva, esse festival de fanfarronadas e bravatas, essa demonstração de ignorância mesclada com inconsequência, essa insolência despudorada, autoritária, prepotente e pretensiosa. Então a ideia era submeter decisões do Supremo Tribunal Federal à aprovação do Congresso, ou seja, na situação atual, à aprovação do Executivo. E gente que é a favor disso ainda tem o desplante de lançar contra os adversários acusações de golpismo. Golpismo é isso, é atacar o equilíbrio dos poderes da República, para entregar à camarilha governista o controle exclusivo sobre o destino do país. Até quem só sabe sobre Montesquieu o que leu numa orelha de livro lembra que o raciocínio por trás da independência dos poderes é prevenir o despotismo. Se eu faço a lei, eu mesmo a executo e ainda julgo os conflitos, claro que o caminho para a tirania está aberto, porque posso fazer qualquer coisa, inclusive substituir por outra a lei que num dado momento me incomode.
Hoje, muito tempo depois de Montesquieu, sistemas como o vigente nos Estados Unidos, cujas instituições políticas plagiamos na estruturação da nossa república, dependem de um equilíbrio delicado e sutil, o qual pressupõe uma formação cívica e cultural que nosso atraso nos impede de plagiar também. Uma barbaridade desse porte é praticamente impossível acontecer por lá. E isso se evidencia até no comportamento e nas atitudes de todos. Nenhum deputado americano iria blaterar contra a Suprema Corte e investir contra a integridade do Estado dessa forma. E nenhum dos magistrados sai, como aqui, dando entrevistas em toda parte e tornando-se figurinhas fáceis, cuja proximidade induz uma familiaridade incompatível com a natureza e a magnitude dos cargos que ocupam, intérpretes supremos da Constituição, última instância do Estado, capaz de selar em definitivo o destino de um cidadão ou até da sociedade. Quem já presenciou a abertura de uma sessão da Suprema Corte, em Washington, há de ter-se impressionado com a solenidade majestosa do ato e com a aura quase sacerdotal dos juízes. Aqui, do jeito que as coisas vão, chega a parecer possível que, um dia destes, a equipe de um show de televisão interrompa uma sessão do Supremo para entrevistar os ministros, com uma comediante fazendo perguntas como “que é que você usa por baixo da toga?” e Sua Excelência, olhando para o decote dela e depois piscando para a câmera, dê uma gargalhadinha e responda “passa lá em casa, que eu te mostro”.
Soberana, entre as nossas manifestações de atraso, é a importância que damos à televisão. Não conheço outro país onde visitas apareçam exclusivamente para ver televisão na companhia dos visitados, ou onde se liga a televisão na sala e ninguém mais conversa. Hoje está melhor, mas, antigamente, o sujeito era convidado para dar uma entrevista e todos os funcionários da estação ou da produção o tratavam como se ele estivesse recebendo uma dádiva celestial. Do faxineiro à recepcionista, todos eram importantíssimos e eu mesmo já me estranhei com alguns, um par de vezes. A televisão é tudo a que se pode ambicionar, todas as moças querem ser atrizes de novelas, a fama é aparecer na televisão, quem aparece na televisão está feito na vida. Briga-se por tempo na televisão, ameaça-se o regime por causa de tempo na televisão e avacalha-se a imagem das instituições através dos que parecem sempre ansiosos por aparecer na televisão. Em relação aos ministros do Supremo, creio que todos os dias pelo menos uns dois deles se exibem em entrevistas. Houve a questão do mensalão, mas a moda e o costume já pegaram e qualquer processo no Supremo que venha a ter grande repercussão vai gerar novas entrevistas, pois ministro também é filho de Deus e, se não houvesse seguido a carreira jurídica, teria sido personalidade da televisão.
Quanto aos governados, as chances de aparecer na televisão são escassas e talvez o mais recomendável seja não ambicioná-las, porque isso pode significar que teremos sido assaltados ou atropelados, ou vovó esticou as canelas depois de quatro dias numa maca na recepção de um hospital vinculado ao SUS, ou já viramos presunto. Temos os nossos representantes, que podem representar-nos também aparecendo na televisão, são o nosso retrato. Continuam a caber-nos as duas certezas que Benjamin Franklin via na vida: death and taxes, morte e impostos. Nossas oportunidades de morte são amplas e diversificadas, de bala perdida a dengue. Em relação aos impostos, estamos a caminho do campeonato mundial. E, finalmente, contamos com o consolo de saber que todo poder emana do povo e em seu nome será exercido. Ou seja, pensando bem, não temos de quem nos queixar. (jornalista e escritor João Ubaldo Ribeiro – O Globo – 05.05.2013)
Que coisa mais desgraciosa e primitiva, esse festival de fanfarronadas e bravatas, essa demonstração de ignorância mesclada com inconsequência, essa insolência despudorada, autoritária, prepotente e pretensiosa. Então a ideia era submeter decisões do Supremo Tribunal Federal à aprovação do Congresso, ou seja, na situação atual, à aprovação do Executivo. E gente que é a favor disso ainda tem o desplante de lançar contra os adversários acusações de golpismo. Golpismo é isso, é atacar o equilíbrio dos poderes da República, para entregar à camarilha governista o controle exclusivo sobre o destino do país. Até quem só sabe sobre Montesquieu o que leu numa orelha de livro lembra que o raciocínio por trás da independência dos poderes é prevenir o despotismo. Se eu faço a lei, eu mesmo a executo e ainda julgo os conflitos, claro que o caminho para a tirania está aberto, porque posso fazer qualquer coisa, inclusive substituir por outra a lei que num dado momento me incomode.
Hoje, muito tempo depois de Montesquieu, sistemas como o vigente nos Estados Unidos, cujas instituições políticas plagiamos na estruturação da nossa república, dependem de um equilíbrio delicado e sutil, o qual pressupõe uma formação cívica e cultural que nosso atraso nos impede de plagiar também. Uma barbaridade desse porte é praticamente impossível acontecer por lá. E isso se evidencia até no comportamento e nas atitudes de todos. Nenhum deputado americano iria blaterar contra a Suprema Corte e investir contra a integridade do Estado dessa forma. E nenhum dos magistrados sai, como aqui, dando entrevistas em toda parte e tornando-se figurinhas fáceis, cuja proximidade induz uma familiaridade incompatível com a natureza e a magnitude dos cargos que ocupam, intérpretes supremos da Constituição, última instância do Estado, capaz de selar em definitivo o destino de um cidadão ou até da sociedade. Quem já presenciou a abertura de uma sessão da Suprema Corte, em Washington, há de ter-se impressionado com a solenidade majestosa do ato e com a aura quase sacerdotal dos juízes. Aqui, do jeito que as coisas vão, chega a parecer possível que, um dia destes, a equipe de um show de televisão interrompa uma sessão do Supremo para entrevistar os ministros, com uma comediante fazendo perguntas como “que é que você usa por baixo da toga?” e Sua Excelência, olhando para o decote dela e depois piscando para a câmera, dê uma gargalhadinha e responda “passa lá em casa, que eu te mostro”.
Soberana, entre as nossas manifestações de atraso, é a importância que damos à televisão. Não conheço outro país onde visitas apareçam exclusivamente para ver televisão na companhia dos visitados, ou onde se liga a televisão na sala e ninguém mais conversa. Hoje está melhor, mas, antigamente, o sujeito era convidado para dar uma entrevista e todos os funcionários da estação ou da produção o tratavam como se ele estivesse recebendo uma dádiva celestial. Do faxineiro à recepcionista, todos eram importantíssimos e eu mesmo já me estranhei com alguns, um par de vezes. A televisão é tudo a que se pode ambicionar, todas as moças querem ser atrizes de novelas, a fama é aparecer na televisão, quem aparece na televisão está feito na vida. Briga-se por tempo na televisão, ameaça-se o regime por causa de tempo na televisão e avacalha-se a imagem das instituições através dos que parecem sempre ansiosos por aparecer na televisão. Em relação aos ministros do Supremo, creio que todos os dias pelo menos uns dois deles se exibem em entrevistas. Houve a questão do mensalão, mas a moda e o costume já pegaram e qualquer processo no Supremo que venha a ter grande repercussão vai gerar novas entrevistas, pois ministro também é filho de Deus e, se não houvesse seguido a carreira jurídica, teria sido personalidade da televisão.
Quanto aos governados, as chances de aparecer na televisão são escassas e talvez o mais recomendável seja não ambicioná-las, porque isso pode significar que teremos sido assaltados ou atropelados, ou vovó esticou as canelas depois de quatro dias numa maca na recepção de um hospital vinculado ao SUS, ou já viramos presunto. Temos os nossos representantes, que podem representar-nos também aparecendo na televisão, são o nosso retrato. Continuam a caber-nos as duas certezas que Benjamin Franklin via na vida: death and taxes, morte e impostos. Nossas oportunidades de morte são amplas e diversificadas, de bala perdida a dengue. Em relação aos impostos, estamos a caminho do campeonato mundial. E, finalmente, contamos com o consolo de saber que todo poder emana do povo e em seu nome será exercido. Ou seja, pensando bem, não temos de quem nos queixar. (jornalista e escritor João Ubaldo Ribeiro – O Globo – 05.05.2013)
- No excelente artigo, ressalvo apenas que, me preocupa muito
mais o que certos nobres ministros andam fazendo sem a presença dos holofotes!
FALTA DE
PROFISSIONAIS FAZ EMPRESÁRIO 'SUAR A CAMISA' PARA CONTRATAR
Com o mercado de trabalho brasileiro aquecido, começa a
faltar profissionais para as funções consideradas mais simples, contudo, de
extrema importância. Especialmente, para os setores de construção civil e
serviço. Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostram que 5,7%
da população economicamente ativa estavam desempregados em março deste ano.
O percentual é o menor registrado no país, para o mês, desde 2002, quando a
pesquisa mensal de emprego foi realizada pela primeira vez. Na
Região Metropolitana de Curitiba, o índice é ainda menor: 3,8%.
...
- Quem não deve gostar muito destas notícias são os
“iluminados garantistas cristãos” e a turminha dos “direitos humanos” que
atribuem a reincidência da bandidagem a “pobrema social” e “falta de
portunidade”!
MENSALEIROS
É divertido o imaginário jurídico dos mensaleiros.
No mundo desses comissários, os deputados José Genoino e João Paulo Cunha, condenados pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, devem continuar no exercício de seus mandatos, com assento na Comissão de Constituição e Justiça.
Já o ministro Joaquim Barbosa, que não mexeu em dinheiro alheio, deveria ser afastado da função de relator dos recursos que apresentaram à corte.
Tudo de acordo com as leis, regimentos e portarias. (jornalista Elio Gaspari – O Globo – 05.05.2013)
É divertido o imaginário jurídico dos mensaleiros.
No mundo desses comissários, os deputados José Genoino e João Paulo Cunha, condenados pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, devem continuar no exercício de seus mandatos, com assento na Comissão de Constituição e Justiça.
Já o ministro Joaquim Barbosa, que não mexeu em dinheiro alheio, deveria ser afastado da função de relator dos recursos que apresentaram à corte.
Tudo de acordo com as leis, regimentos e portarias. (jornalista Elio Gaspari – O Globo – 05.05.2013)
- Para alguns pode ser divertido, para outros é deprimente e
vergonhosa esta republiqueta de bananas, paraíso da impunidade, com seus
“mandatários da soberania popular”!
PRÓXIMO BEATO TAMBÉM
SERÁ DE MINAS
Padre Francisco de Paula Victor, de Três Pontas, já teve
virtudes heroicas reconhecidas pelo Vaticano e só falta a provação de milagre
Um dos próximos beatos brasileiros deverá ser o padre
Francisco de Paula Victor, negro e descendente de escravos como Nhá Chica,
beatificada na tarde deste sábado em Baependi, onde viveu mais de 70 anos.
Mineiro de Três Pontas, padre Victor nasceu em 1827 e morreu em 1905. Seu
processo de beatificação começou junto com o de Nhá Chica, em 1992. O Vaticano
já reconheceu suas virtudes heroicas, o que lhe valeu o título de venerável.
"Falta agora a aprovação de um milagre", disse o
postulador da causa, o advogado italiano Paolo Vilotta, que chegou a Caxambu,
cidade a seis quilômetros de Baependi, em companhia do cardeal Angelo Amato,
prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, que veio de Roma para
presidir a cerimônia de beatificação.
O bispo d. Diamantino Prata de Carvalho, da Diocese de
Campanha, a qual pertencem as cidades de Baependi e de Três Pontas, está
entusiasmado com a possibilidade de poder contar em breve com dois santos na
região. "É muito bom para o sul de Minas e para todo o Brasil",
comentou em Caxambu, após ter desembarcado com o cardeal Amato em Caxambu.
...
- Não sei não, mas vão faltar devotos pra tantos santos
brasileiros, pelo menos, agora, não pode dizer que estão muito ocupados pra não
atender a um pedido!
PASTOR POP
O telepastor Silas Malafaia, hoje a maior celebridade do mundo evangélico, começou a ser bombardeado na sua retaguarda.
Reportagem de capa da revista evangélica “Cristianismo Hoje” diz que “violência verbal e ênfase em dinheiro” levam Malafaia a atrair rejeição dentro da própria igreja.
É. Pode ser. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 19.04.2013)
- É páreo duro a violência verbal e a ênfase em dinheiro do renomado “geneticista”!
O telepastor Silas Malafaia, hoje a maior celebridade do mundo evangélico, começou a ser bombardeado na sua retaguarda.
Reportagem de capa da revista evangélica “Cristianismo Hoje” diz que “violência verbal e ênfase em dinheiro” levam Malafaia a atrair rejeição dentro da própria igreja.
É. Pode ser. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 19.04.2013)
- É páreo duro a violência verbal e a ênfase em dinheiro do renomado “geneticista”!
'QUERIA TER MAIS
EIKES', DIZ CHEFE DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO
Às vésperas da retomada dos leilões de áreas de petróleo,
após um intervalo de cinco anos, a diretora-geral da ANP (Agência Nacional do
Petróleo), Magda Chambriard, diz que gostaria de ver "mais Eikes" no
processo.
Segundo ela, apesar das polêmicas, o empresário é, ao lado
da Petrobras, quem mais entrega produção de petróleo no Brasil (hoje, a OGX
produz 10 mil barris de óleo por dia).
"A OGX já furou mais de cem poços. Não é empresa ruim,
ela investe mais do que as outras, até mais do que devia, e faz as coisas mais
rápido que as outras. Na última reunião de diretoria, vimos os planos de
avaliação da Petrobras, que são longos, enquanto os da OGX levam 5, 8 meses.
Gostaria de ter mais 'Eikes' nos leilões, ele pelo menos entrega
produção."
...
- Faça isto não, nobre senhora, assim não há BNDES que
agüente... nem contribuinte, isto sem falar nas proles dos Eikes a sair por aí
em altíssima velocidade com seus bólidos possantes!
RETRATOS DA VIDA
Acredite. Dia destes, um grupo de usuários de crack, vindo da Lapa, passou pela Praça Tiradentes, no Centro do Rio, e assaltou... dois mendigos que dormiam na calçada.
Levaram duas garrafas de cachaça e um maço de cigarros. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 07.05.2013)
Acredite. Dia destes, um grupo de usuários de crack, vindo da Lapa, passou pela Praça Tiradentes, no Centro do Rio, e assaltou... dois mendigos que dormiam na calçada.
Levaram duas garrafas de cachaça e um maço de cigarros. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 07.05.2013)
- Quando uma republiqueta chega a este ponto, pode cravar, é
o fundo do fundo do poço, diria até, atingimos a camada do pré-sal!
POLÍCIA DO DF PRENDE
EX-CONSELHEIRO TUTELAR SUSPEITO DE ABUSAR DE CRIANÇAS
Vítimas eram meninas de 9 anos e fazem parte da família do
suspeito.
Polícia apresentou ainda suspeito de tentar estuprar mulher na Asa Sul.
Polícia apresentou ainda suspeito de tentar estuprar mulher na Asa Sul.
- Realmente, tem notícias no país do teatro dos absurdos que
você custa a duvidar da veracidade!
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