terça-feira, julho 02, 2013






PENSAMENTO DO DIA
"Podemos enganar alguns por todo tempo, todos por algum tempo, mas não podemos enganar todos por todo tempo."  (Abraham Lincoln)



- Como diria nosso querido Zeca Diabo uma coisa ficou arrumiando minha cabeça, segundo Sua Excelência, não há dinheiro público federal bancando a Copa, já que o que foi disponibilizado de verbas federais foram empréstimos feitos aos estados.
Ah, bom! Mas vem cá, este estúpido que não entende nada das coisas da corte do Reino de Avilan, quer saber: estes empréstimos feitos aos estados foram feitos pessoalmente aos fidalgos governadores e, conseqüentemente, os contribuintes estaduanos não terão que arcar com as dívidas, por outro lado, este idiota também quer saber, os financiamentos feitos pelo BNDES, pela CEF e pelo BB, com juros subsidiados, para construção dos elefantes brancos não é dinheiro público federal, não e as renúncias fiscais e direito a exploração comercial até do ar que os nascidos em Pindorama concedidos à dona Fifa, atual comodatária do Brasil, também não é dinheiro público, não?
AO CONTRÁRIO DO QUE DIZ DILMA, UNIÃO PÕE R$ 1,1 BI EM ESTÁDIOS DA COPA
Em cadeia nacional, Dilma afirmou que: "Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação."
Mas não é bem assim. Os empréstimos para as obras das arenas foram concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com juros subsidiados, ou seja, mais baixos que o normal. Para facilitar a construção dos estádios e outras obras para o Mundial, o banco estatal abriu mão de R$ 189 milhões, valor que poderia ser aplicado em outros financiamentos para outros projetos.
Esse cálculo foi feito por uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União). O órgão também já identificou que as isenções de impostos federais concedidas pelo governo às construtoras responsáveis pelas obras dos estádios da Copa somam R$ 329 milhões. 
Foi o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor e aliado de Dilma, quem concedeu os incentivos fiscais às empreiteiras dos estádios. Em dezembro de 2010, ele assinou a lei 12.350 e as liberou do pagamento de PIS/Pasep, Cofins, Imposto sobre Produção Industrial, e taxas de importação sobre às construções de arenas da Copa.
Os 12 estádios da Copa aderiram ao programa Recopa, que concede os benefícios. Só com a Arena Pantanal, por exemplo, o governo já abriu mão de R$ 16 milhões em impostos por conta do Recopa. Isso representa em torno de 4,5% do valor da obra contratada do estádio.
Sociedade em Brasília
Os recursos federais ainda são responsáveis por 49% da reforma do Estádio Nacional de Brasília, o mais caro do Mundial. Isso porque a Terracap, empresa pública gestora do estádio, pertence 51% ao governo do Distrito Federal e 49% ao governo federal. O Conselho de Administração da Terracap, que toma as decisões da companhia, tem quatro membros indicados pela União e cinco pelo GDF.
Foi esse conselho que aprovou a aplicação dos recursos no estádio brasiliense. Isso aconteceu em 2011, já no governo de Dilma. De lá pra cá, o custo oficial só da obra da arena atingiu R$ 1,2 bilhão. Por causa da sociedade entre GDF e União, pode-se dizer que R$ 600 milhões são de recursos federais.
O UOL Esporte tentou ouvir o Ministério do Esporte no último sábado sobre a aplicação de recursos federais em estádios da Copa. Não obteve resposta.
Neste domingo, após a publicação da reportagem, o Ministério do Esporte se pronunciou. Confira a íntegra da posição do órgão:
NOTA À IMPRENSA
A matéria veiculada pelo Portal UOL na manhã deste domingo (23), assinada por Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski, distorce informações, faz relações incorretas e induz o leitor a uma interpretação errada dos fatos.
- Não há um centavo do Orçamento da União direcionado à construção ou reforma das arenas para a Copa.
- Há uma linha de empréstimo, via BNDES, com juros e exigência de todas as garantias bancárias, como qualquer outra modalidade de crédito do banco. O teto do valor do empréstimo, para cada arena, é de R$ 400 milhões, estabelecido em 2009, valor que permanece o mesmo até hoje. O BNDES tem taxas de juros específicas para diversas modalidades de obras e projetos. O financiamento das arenas faz parte de uma dessas modalidades.
- Não houve qualquer aporte de recursos do Orçamento da União nos últimos anos para a Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília). Portanto, a matéria do UOL está errada. Não há recurso algum do Orçamento da União para a obra de nenhuma das arena, o que inclui o Estádio Nacional Mané Garrincha.
- Isenções fiscais não podem ser consideradas gastos, porque alavancam geração de empregos e desenvolvimento econômico e social, e são destinadas a diversos setores e projetos. Só as obras com as seis arenas concluídas até agora geraram 24.500 empregos diretos, além de milhares de outros indiretos, principalmente na área da construção civil.
- É importante reforçar que todos os investimentos públicos do Governo Federal para a preparação da Copa 2014 são em obras estruturantes que vão melhorar em muito a vida dos moradores das cidades. São obras de mobilidade urbana, portos, aeroportos, segurança pública, energia, telecomunicações e infraestrutura turística.
- A realização de megaeventos representa para o País uma oportunidade para acelerar investimentos em infraestrutura e serviços, melhorando as cidades e a qualidade de vida da população brasileira. Os investimentos fortalecem o Brasil, de seus produtos no exterior e de incrementar o turismo no país, gerando mais empregos e negócios para o povo brasileiro.
Solicitamos a correção das informações
Ministério do Esporte
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
POR R$ 1,8 BILHÃO, MANÉ GARRINCHA SUPERA MARACANÃ COMO O SEGUNDO DO MUNDO EM VERBAS PÚBLICAS
Na briga entre o Mané Garrincha e o Maracanã pelo incômodo status de estádio mais caro da Copa das Confederações, Brasília acabou na frente. Nesta sexta-feira, o Tribunal de Contas do Distrito Federal divulgou que as obras de reforma, ampliação e do entorno do Mané (que só foi usado na estreia, semana passada) saíram por R$ 1,778 bilhão, o que faz o estádio ficar cerca de 50% mais caro que o Maracanã, atualmente orçado em R$ 1,2 bilhão.
A esse valor, muito superior aos dados oficiais da inauguração, há quase dois meses, o estádio de Brasília supera não só o Maracanã como o caríssimo estádio Olímpico de Londres (R$ 1,55 bilhão), feito para os Jogos de 2012, como o segundo do planeta que mais consumiu verbas públicas. Apenas o Yankee Stadium, da equipe de beisebol New York Yankees, foi mais pesado para um governo (no caso, a Prefeitura de Nova York): R$ 2,4 bilhões em financiamentos com isenção fiscal.
No documento revelado pelo TC-DF, consta que o orçamento inicial da obra estava em R$ 696 milhões, em 2010, e que acabou duplicado para R$ 1,4 bilhão até a inauguração — inclusive com a adição de serviços que não constavam no projeto inicial. Apenas a cobertura custou R$ 209 milhões aos cofres públicos e, de acordo com o Tribunal de Contas, a fiscalização sobre a construção economizou R$ 106 milhões em despesas irregulares, como a compra de serviços repetidos e o desperdício de materiais adquiridos.
De acordo com o Ministério do Esporte, os gastos gerais para receber a Copa do Mundo já estão em R$ 28 bilhões, um aumento de cerca de 10% em relação aos R$ 25,5 bilhões projetados pelo governo em abril. Já na planilha de gastos da Controladoria Geral da União (CGU), o orçamento com o evento está em R$ 26,6 bilhões. O governo federal prevê gastar até R$ 33 bilhões na Copa.
— Não há contradição entre os investimentos sociais e os investimentos que estamos fazendo para a Copa do Mundo. É muito mais fácil negociar recursos para ciência, tecnologia e educação com a Copa — justificou o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, esta semana. — Não há disseminada oposição à Copa do Mundo. Há setores desinformados sobre a Copa. A Copa é uma oportunidade para investimento.
PREJUÍZO DA SUSPENSÃO DOS GRANDES EVENTOS NO BRASIL É DE R$ 10 BILHÕES
Estimativa inclui quebra de acordos comerciais; rombo seria pago pelo governo
RIO - O esforço da Fifa e do governo em garantir a Copa das Confederações tem motivo: um prejuízo bilionário. A suspensão do torneio e, eventualmente, da Copa, deixaria um rombo de mais de R$ 10 bilhões, que seria bancado, em grande parte, pela União.
A estimativa é de fontes da Fifa ouvidas pelo Estado, com base nos valores da seguradora Munich Re, a maior do mundo, contratada para garantir a Copa de 2010. Eventuais problemas em 2014 poderiam até superar a marca da África do Sul.
Esse valor incluiria o rompimento de contratos, a suspensão de serviços e o cancelamento de acordos de televisão e de marketing, além de infraestrutura. A previsão é de que a Copa consumiria investimentos de US$ 3,2 bilhões por parte da Fifa.
Pela Lei Geral da Copa, cabe à União bancar grande parte dos prejuízos da Fifa em caso de suspensão do evento. Mas o que mais assusta a entidade é que, se isso ocorrer, processos judiciais e disputas comerciais seriam lançadas.
Hoje, a realização da Copa do Mundo e da Copa das Confederações garante a existência de mais de mil contratos comerciais e de fornecimento entre a Fifa, o país-sede e os organizadores locais. Financeiramente, portanto, o evento já está amarrado ao País. Os contratos não seriam rompidos por problemas com estádios, por exemplo, mas em um momento de caos social, a situação é outra.
A possibilidade de rompimento, em condições normais, é considerada tão remota e os prejuízos, tão elevados, que a Fifa nem sequer tem um seguro que cobriria todo o evento. A estratégia adotada pela entidade desde 11 de setembro de 2001 foi o de criar um "colchão financeiro" que permita a ela sobreviver mesmo sem um Mundial, sua principal fonte de receita.
PATROCINADORES
Fontes na Fifa também dizem que patrocinadores estão preocupados com a repercussão negativa para suas marcas. Muitos prefeririam ver uma transferência da fase final da Copa das Confederações para outro país do que um desastre no Brasil.
Nos últimos dias, patrocinadores têm feito queixas à entidade por não dar garantias a seus convidados, um dos pontos centrais dos acordos. Operações de marketing foram canceladas e, segundo empresas, mesmo que o torneio chegue ao final, os prejuízos serão grandes.
Oficialmente, porém, as empresas se recusam a comentar os problemas. A Coca-Cola, em nota, afirmou que "os eventos vão colaborar para o desenvolvimento econômico e social do país" e que "manifestações públicas e pacíficas fazem parte do processo democrático".
Enquanto a Fifa faz suas contas, a ordem da cúpula da entidade é a de evitar as ruas e esconder qualquer sinal relacionado à organização. O Estado presenciou o momento em que funcionários do Copacabana Palace, quartel-general da entidade, foram instruídos a retirar bandeiras com o nome da Fifa dos mastros do hotel.
Publicamente, a Fifa faz uma verdadeira ofensiva para negar as informações que apontam para um possível cancelamento do torneio. Segundo a entidade, essa opção jamais foi debatida, mas a assessoria tem mentido sobre a realização de reuniões para tratar do assunto.
A Fifa reconhece, porém, que o presidente Joseph Blatter, agora na Turquia, tem sido informado sobre os últimos acontecimentos. A entidade insiste que a viagem estava planejada, mas o Estado apurou que o dirigente cancelou, de última hora, jantares com governadores nordestinos.
COFRE CHEIO EM NOME DA FILANTROPIA: FIFA DUPLICOU RESERVAS DESDE 2007 E ESTÁ COM R$ 3 BILHÕES EM CAIXA
Com uma batata quente nas mãos, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, se esforça para emitir uma mensagem positiva sobre a Copa do Mundo no Brasil, muito criticada nas manifestações que correm o país pelos investimentos considerados abusivos — sobretudo com estádios. O dirigente afirma que o lucro não é o foco da entidade, que privilegia o desenvolvimento do esporte. Um posicionamento que contrasta com a política financeira da própria Fifa, que apresenta reservas financeiras dignas de grandes empresas, com R$ 3 bilhões em caixa. Duas vezes mais que em 2007, logo após o fim da Copa do Mundo de 2006.
- Fico imaginando com quanto não saíra daqui, após deixar a presidência do Brasil com seus elefantes brancos!
EXEMPLO BRASILEIRO
A revista eletrônica “Inside World Football”, com base na Suíça, diz que a Uefa, a liga de futebol da Europa, está usando os protestos no Brasil para pressionar a Fifa.
Segundo a reportagem, a Uefa acha que os brasileiros estão provando à Fifa que o modelo de negócio da Copa do Mundo está fadado ao fracasso.
É que...
Diz lá que o peso econômico que cai sobre o país organizador é insustentável daqui para a frente.
Por isso, a já anunciada decisão da Uefa de fazer a Eurocopa de 2020 em 13 cidades diferentes pode ser aplicada em outras edições.
Como se sabe, o campeonato completa 60 anos em 2020. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 27.06.2013)


- Como se vê, sempre com uma mãozinha do nosso inacreditável Poder Judiciário!



- O cara tem que ser muito cara de pau pra dizer que o estádio pode servir de delegacia e hospital!
PARA SECRETÁRIO-GERAL DA FIFA, VERBAS PÚBLICAS EM ESTÁDIOS "SÃO APENAS EMPRÉSTIMOS"
TV Estadão | 28.06.2013
Em entrevista exclusiva, Jérôme Valcke diz que a Fifa não controla os investimentos dos países que recebem a Copa do Mundo
- Então, fica combinado assim, repasse-se o pagamento dos empréstimos pra conta deste canalha e de sua corriola!

CALMA, GENTE! NÃO FALTA ESTÁDIO
O temor de que o Estádio Mané Garrincha se transforme num elefante branco levou o governo do Distrito Federal a convidar o Flamengo a jogar lá dia 6 de julho contra o Coritiba, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
Se topar, o clube carioca deve embolsar uns R$ 2 milhões.
Aliás...
Este tipo de alternativa reforça dentro do Flamengo a ideia de não assinar um acordo, de 35 anos de duração, com o consórcio que administra o Maracanã, liderado pela Odebrecht.
O Flamengo acha melhor negociar partida por partida. Depois da Copa, não faltará estádio pelo Brasil afora. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 22.06.2013)
MOVIMENTO RIO DE PAZ FAZ ATO NA PRAIA DE COPACABANA
RIO - O Movimento Rio de Paz realiza, na manhã desta sábado, um ato de protesto nas areias da Praia de Copacabana, em frente à Avenida Princesa Isabel. Por volta das 6h, voluntários do movimento espalharam 500 bolas de futebol pintadas com cruzes vermelhas, na areia, representando meio milhão de homicídios ocorridos no Brasil nos últimos 10 anos.
O ato público, segundo o grupo, reivindica que o governo ofereça saúde, educação, segurança e outros serviços com o mesmo empenho dedicado às obras em estádios para a Copa das Confederações, este ano, e do Mundo, em 2014. O protesto será encerrado às 12h, quando manifestantes chutarão as bolas, simbolizando o desejo de lançar para longe os "péssimos serviços públicos que são oferecidos à população brasileira".
A ONG lançou uma página no Facebook “Brasil Padrão Fifa” e uma petição online “Brasil Padrão Fifa". O objetivo é coletar o maior número de assinaturas e encaminhar ao Governo Federal, Congresso Nacional e Superior Tribunal Federal.
MELHORAR A IMAGEM DA COPA
O governo Dilma decidiu fazer uma campanha de marketing para defender a realização da Copa no Brasil. O objetivo é mostrar que ela não se resume à construção de estádios, que gerou e vai gerar ainda mais empregos e que vai deixar um legado. (coluna Panorama Político – O Globo – 22.06.2013)
CARTA QUE O JORNALISTA COSME RÍMOLI ESCREVEU PARA ESCLARECER À PRESIDENTE DILMA O QUE ESTÁ SE PASSANDO NO PAÍS DA COPA.
Excelentíssima presidente Dilma Rousseff....
Esta é a primeira vez que escrevo para uma presidente.
O motivo é nobre.
Quero avisá-la que a senhora irá entrar para a história com a Copa do Mundo.
Mas não da maneira que imagina.
Por mais que sua participação efetiva seja dar bicudas na bola...
Fazer discursos eleitorais para políticos aliados que não vão poupar palmas...
Derrubar Ricardo Teixeira...
E delegar todo o controle do Mundial mais caro da história a Aldo Rebelo.
A senhora herdou esta Copa do seu mentor, o ex-presidente Lula.
Esperto, ele vislumbrava o maior amor do Brasileiro.
E, principalmente, a ano que o Mundial será disputado.
Não é uma beleza ele acontecer justo quando haverá eleição presidencial?
Melhor impossível.
O Brasil assegurou a Copa aqui em 30 de outubro de 2007.
Há quase seis anos.
O anúncio oficial arrancou lágrimas de felicidade de Lula.
E de várias construtoras e empreiteiras.
A Fifa propôs e o governo de integração aceitou de imediato.
Pela primeira vez desde 1930 haverá 12 sedes em um Mundial.
O 'normal' eram oito.
Mas aqui não.
Houve uma reunião governamental em 2010.
Sim, três anos depois do anúncio do Mundial nesta terra.
Com pomposo nome, presidente: Matriz de Responsabilidades.
Ficou acertado que os estádios custariam no máximo R$ 5,4 bilhões.
Pois três anos depois, as obras já passaram de R$ 7,1 bilhões.
E vão aumentar, para que todas sejam entregues no prazo.
Cara Dilma, me permita a intimidade...
Sabia que quatro destes oito estádios são elefantes brancos?
O de Manaus, Cuiabá, Natal e a que a senhora acaba de inaugurar?
Onde ironizou os como eu, pessimistas de plantão?
Isso, o da cidade onde mora, presidente.
Onde ouviu o assanhado Aldo Rebelo chamar de Coliseu da nova Roma?
Será que ele está prevendo como ficará daqui a alguns anos a arena?
Aos poucos a senhora entenderá o motivo pelo qual entrará na história.
O estádio Mané Garrincha que acabou de inaugurar.
Sem saber, teve a primazia de batizar o primeiro elefante branco do País.
A arena custou um bilhão de reais.
Tem capacidade para 75 mil pessoas, que beleza.
Sabe qual é a média de público do Campeonato Brasiliense?
844 pessoas.
Com um detalhe muito interessante.
Ingressos a R$ 1,00.
Vamos falar de Cuiabá.
A nova arena custou até agora R$ 519 milhões.
43.600 pessoas poderão assistir grandes confrontos por lá.
Isso se decidirem sair de casa.
A média do Campeonato Mato-Grossense é de 612 pessoas.
Mesmo com o incentivo governamental..
Um quilo de comida vale um ingresso.
A arena das Dunas em Natal ficou linda, nos trinques.
Cabem 45 mil pessoas.
A senhora quer a média de público no Campeonato Potiguar?
Com ou sem emoção, como perguntam os bugueiros de lá?
O emocionante primeiro turno mostrou 1.041 pagantes.
Porém a mais confortável será a de Manaus.
Ela custou baratinho: R$ 529 milhões.
Caberão 44.310 pagantes.
No poderoso Campeonato Amazonense será uma festa.
Será possível acampar, jogar futebol nas arquibancadas.
A média do torneio é de 588 pagantes.
Sim, presidente.
Elefantes brancos anunciados antes mesmo de começarem as obras.
Mas para que parar?
Há de se ter uma solução.
Talvez a criação do bolsa ingresso..
José Maria Marin tem uma solução.
Lembrando o tempo da Ditadura Militar que o fez governador.
E discursar contra o Vlado, se recorda?
Lógico que sim...
Pois bem, ele quer que os grandes clubes brasileiros ajudem na marra.
Sejam obrigados a levar partidas como mandantes para estes estádios.
Sem poder de barganha.
Quer tornar isso uma prática normal no Campeonato Brasileiro.
Por enquanto não anunciou oficialmente.
Mas já está articulando.
Haverá enormes conflitos e provável rebelião.
A senhora sabe, presidente, o efeito colateral destas arenas?
O preço dos ingressos subiu em média 300% no país.
A se fosse o nosso PIB, hein presidente?
Mas não é.
As arenas estão elitizando o público.
Na Copa então, será uma doideira.
Futebol só na televisão ou nos telões de lanchonete.
A Fifa já começou a vencer os ingressos para o Mundial.
Vou mostrar para a senhora os preços dos caros.
Os baratos só depois da Copa das Confederações.
É para assustar, presidente.
Tem direito a buffet, os melhores lugares.
Os jogos são da primeira fase, da Seleção Brasileira.
No Itaquerão custam US$ 2.552, nada menos do que R$ 5.145.
Em Fortaleza e Brasília será uma pechincha.
US$ 1.595, R$ 3.190, em cada jogo.
Se a seleção do Felipão se classificar para a final, vou ficar muito feliz.
E surpreso.
Tanto assim que convido a senhora, eu pago.
Faço questão.
Desembolso US$ 4.543 ou R$ 9.086,00 para cada ingresso..
Não é por nada, não.
Mas considero esses preços um ultraje para a população brasileira.
E a senhora, não?
Será que tem ideia, alguém lhe contou quanto custa ver um jogo na Copa?
Queria perguntar outra coisa.
Por que muitas obras de mobilidade social ficaram no papel?
A senhora por acaso sabe o caos que a torcida sofre para chegar ao Mineirão?
Os tumultos no trânsito por onde há uma nova arena.
Como a Fonte Nova e sua deprimente venda de ingressos.
Com a polícia dando tiros de borracha e soltando bombas nos torcedores?
Aquele estádio que a senhora inaugurou com o Carlinhos Brown.
Onde chacoalhou a caxirola com a espevitada Marta Suplicy?
Que custou a bobagem de R$ 2,2 bilhões.
Sim, a obra saiu por R$ 591,7 milhões.
Mas o consórcio que administrará o estádio foi ousado.
Pediu como contrapartida R$ 103 milhões por 15 anos.
Somados os valores se chega ao estádio mais caro da Copa.
Em 2011, o Tribunal de Contas da União (TCU) criticou o modelo de negócio.
Definiu a contrapartida como longa e cara.
Sim, presidente, R$ 2,2 bilhões, ninguém falou para a senhora?
Segure seu queixo.
Até a caxirola fará a alegria dos gringos.
A empresa norte-americana que faz as embalagens do McDonald's tem a exclusividade sobre ela.
E pretende faturar R$ 3 bilhões até a Copa.
Não é mais um motivo de orgulho?
Quanto aos turistas, pode ficar aliviada.
Eles não serão nem sombra do que se esperava.
A Copa das Confederações já mostra isso, cara Dilma.
A Fifa garante que vendeu mais de 588 mil ingressos.
A senhora sabe a porcentagem de estrangeiros que os comprou?
Menos de 3%.
Ainda bem que seu governo não remodelou os aeroportos.
Para quê?
Seu governo pode seguir o ritmo paquidérmico.
Até os hooligans estão assustados.
E não querem vir para cá.
Têm medo das nossas torcidas organizadas.
Só invejam a nossa legislação frouxa.
Que trata com carinho os torcedores brigões, assassinos.
A violência urbana que domina o País está espantando os turistas.
Bobagem, não é?
Assustadinhos, qual o problema de se sentir em uma guerrilha urbana?
Estupros em ônibus acontecem em todos os países civilizados.
Dentistas queimadas por bandidos também.
Pessoas mortas em roubo de celular acontece no mundo todo.
Assim como assassinatos de policiais monitorados pela cadeia.
A farra dos menores delinquentes é até interessante, tadinhos.
Muitos estão gostando tanto da história que falsificam suas identidades.
Querem ficar mais jovens por dois ou três anos.
Assim não podem ser julgados como maiores.
Não são bonitinhos?
Cada um que fosse para a Fundação Casa deveria ganhar um fuleco.
O Ronaldo não vai poder dar.
Mesmo membro do COL ele foi morar em Londres.
Essa história de arrastões em restaurantes pode ser divertida.
O turista que vier para cá na Copa vai ter o que falar quando voltar.
Se não reagir, lógico.
A procura de ingressos e hospedagem para o Mundial está muito abaixo do esperado.
Tão menor que os números não estão sendo divulgados.
Mas não importa, a Copa é nossa.
E daí que a legislação brasileira foi desrespeitada pela Fifa.
O que interessa são as budweisers nas mãos dos torcedores.
Cerveja para eles.
O importante é todos estarem felizes em junho de 2014.
Quanto à mobilidade social, a saída foi brilhante.
Aplaudo em pé.
Para evitar trânsito, feriado nas cidades onde há jogos.
Que importa a produção, o trabalho?
Vale é o futebol.
A Copa do Mundo é nossa.
Me empolguei...
Perco a educação e faço o que a senhora não pode fazer.
Dou uma banana para mim mesmo, seu pessimista.
Mas só faço uma ressalva, cara Dilma.
Nunca duvidei que os estádios ficariam prontos.
Ficaram como esperava, superfaturados.
Com bilhões do dinheiro público envolvido.
Não havia acreditado no Ricardo Teixeira.
Ele disse que todo o custo seria privado...
Bela piada, sem o menor fundamento.
É a população do seu país que está pagando a Copa.
Mais caro que jamais qualquer outra nação.
O mundial vai passar.
Chegarão às eleições presidenciais.
E o clima de festa pode até valer a reeleição.
A senhora é superfavorita.
Cuidado só com seu mentor, que está com saudade do cargo.
Mas um dia, quanto tiver tempo, procure se informar.
Falar a sério sobre legado.
O que esta Copa caríssima deixará de bom para o Brasil.
O que o País fará com suas novas arenas?
As danadas têm um custo mensal de manutenção que chegam a R$ 500 mil.
Nada menos do que R$ 6 milhões por ano.
Quem é vai pagar, por exemplo, a de Brasília, Cuiabá, Manaus e Natal depois da Copa?
O custo total do Mundial até agora é de R$ 33 bilhões.
É uma beleza, já que a previsão era de R$ 80 bilhões.
A senhora economizou muito com a suspensão de várias obras de mobilidade social.
Desistindo de promover reformas de verdade nos aeroportos brasileiros.
Só para lembrar
Cerca de 85% desses 33 bilhões são dinheiro público.
Os danados da iniciativa privada só entraram com 15%.
Os governos federal, estadual e municipal que estão pagando.
Com o dinheiro arrecadado da população, não é?
Sim, presidente.
É o povo brasileiro que vai pagar.
A Fifa já anunciou que terá um lucro de R$ 10 bilhões.
Que inveja, não é?
A gente está organizando e promovendo a festa.
Tirando o dinheiro de áreas como Saúde, Educação, Segurança.
E os gringos ainda saem com o dinheiro.
Cara Dilma, eu não tenho a menor dúvida.
A senhora ficará para sempre na história do Brasil.
A Copa do Mundo de 2014 será uma marca registrada sua.
Mais cara que a do Japão, da Alemanha e da África juntas.
Que beleza!
Pode comemorar dando mais bicudas na inauguração de novas arenas.
E discursar para políticos que aplaudem até sua tosse.
O tempo vai passar.
E o legado do Mundial mais caro da história será seu.
Quem pagará agora e depois será a população.
Mas ela terá sua compensação.
Ganhará caxirolas, a bola Cafusa e 12 bilionárias arenas.
Assim como os índios na chegada dos portugueses em 1500.
Eles trocavam ouro e pedras preciosas por espelhinhos.
E se divertiam muito olhando o seu reflexo.
O sentimento do brasileiro será o mesmo dos antepassados indígenas.
Um abraço cordial, Dilma
Deste assumido pessimista de plantão.
Que nunca duvidou da capacidade dos políticos brasileiros.
Vocês são capazes de tudo.
- Enquanto isso...
EXTRA PERCORRE 12 UNIDADES DE SAÚDE E ENCONTRA REALIDADE DISTANTE DO ‘PADRÃO FIFA’
Dentre as centenas de reivindicações dos cartazes de manifestantes nos protestos ocorridos na semana passada no Rio, uma é recorrente: melhoria na saúde pública. Neste domingo, o EXTRA percorreu 12 unidades de saúde — oito na capital e quatro na Baixada Fluminense — e constatou que os problemas encontrados em hospitais e UPAs não são resolvidos, apesar das denúncias constantes.
No Hospital Municipal Pedro II, em Campo Grande, reinaugurado há um ano após um incêndio, a paciente Severina Feliciano da Silva, de 66 anos, está internada desde sábado numa poltrona, com suspeita de tuberculose, por falta de leitos.
A UPA da Tijuca, sem pediatras de plantão, não atendia às crianças doentes trazidas pelos pais.
— Parece que a pediatra está de férias, e não tem ninguém para substituir — reclamou a esteticista Inalva Pereira, de 36 anos, que tentaria atendimento para a filha em Botafogo.
Em Duque de Caxias, a UPA de Sarapuí estava sem clínicos na tarde de ontem. Só havia pediatra e dentista. Quem procurava atendimento tinha que ir para a UPA do Parque Lafaiete ou para o Hospital Moacyr do Carmo, onde também havia problemas. Lá, o o vendedor Wellington Dias, de 32, foi informado que o centro cirúrgico não estava funcionando.
— Fomos para o Hospital de Saracuruna, onde ele ficou internado — disse o amigo que o acompanhava.
Fabrícia de Azevedo, 28 anos, dona de casa e nora de Severina Feliciano
“Até eu chegar ao hospital, lá pelas 10h de ontem, nenhum médico, fora o do primeiro atendimento, tinha ido vê-la. Então, fui atrás de uma assistente social. Não tinha nenhuma. Disseram que não podem afirmar que é tuberculose, pois não há especialista. Até agora, ela só tomou uma dipirona. Isso é remédio para quem tem anemia ou tuberculose? É um descaso imenso”.
Vanderlei Dias Junior, 28 anos, taxista e morador de Paquetá
“Eu tive que vir aqui para a UPA do Centro, com a Beatriz, minha filha de 1 ano, porque o posto de saúde de Paquetá não tem como fazer um exame de raios X, pois o aparelho está quebrado. Além disso, várias vezes a energia elétrica cai e não tem gerador. É uma vergonha. Um hospital tem de ter mais do que médicos. O posto está sucateado e os políticos só fazem promessas, mas não cumprem nada”.
A resposta dos hospitais
A direção do Hospital Pedro II afirmou que está com demanda acima da capacidade e que a unidade trabalha com classificação de risco, priorizando os atendimentos de urgência.
A coordenação da UPA da Tijuca disse que falta pediatra no plantão da manhã e da tarde de domingo, mas os casos mais graves são atendidos pela equipe de clínicos.
A Secretaria estadual de Saúde informou que o clínico geral da UPA do Sarapuí escalado para o plantão deste domingo não compareceu por motivo de saúde, mas o atendimento seria normalizado às 19h.
O subsecretário de Saúde de Duque de Caxias, Sílvio Costa Júnior, afirmou que vai apurar o caso. Já a Unidade Integrada de Saúde Manoel Arthur Villaboim informou que o aparelho de raios X já foi reparado.
NO MEIO DO ANO LETIVO, ALUNOS DO RIO E DE SÃO GONÇALO AINDA ESTÃO SEM UNIFORME ESCOLAR, SEM MATERIAL E SEM RIOCARD
Entre os tantos cartazes com reivindicações da população, nos protestos que têm mobilizado o Rio e o Brasil, um chamou atenção há uma semana: a pequena Isadora Silva, de 6 anos, escreveu e levantou sua bandeira em frente à Assembleia Legislativa do Rio, exigindo melhores condições de ensino. Ontem, no colégio da menina, a Escola Municipal Augusto Paulino Filho, no Méier, e em outras três unidades de São Gonçalo, as reclamações de Isadora - falta de uniforme, de RioCard e de material escolar - encontraram eco.
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MORRE PROFESSOR ATINGIDO POR BALA PERDIDA NA BAIXADA FLUMINENSE
Ele precisou peregrinar por três hospitais de Duque de Caxias até conseguir atendimento
RIO — Morreu nesta terça-feira o professor de química Ítalo de Souza Gatto, de 37 anos, baleado na testa no dia 16 deste mês, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A morte foi confirmada pelo Hospital de Clínicas Mário Lioni (HCML), onde ele estava internado em coma induzido, e respirando por aparelhos no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). O corpo de Ítalo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML).

O professor de química foi atingido por uma bala perdida quando retirava o filho de 9 meses da cadeirinha de seu carro. Segundo a família, ele saía de casa, perto de um acesso à favela da Mangueirinha, no bairro Parque Centenário, quando foi baleado. A mulher de Ítalo, Cristiane Barros, de 36 anos, também estava no local. Socorrido por um policial reformado, amigo da família, o professor precisou peregrinar por três hospitais até conseguir atendimento.
No primeiro local, o Hospital Municipal Moacyr do Carmo, em Caxias, não havia tomógrafo disponível. Sedado, o professor foi transferido para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, onde não havia equipamento para o exame. Por fim, Ítalo foi levado para o Hospital de Clínicas Mário Lioni, uma unidade privada de Caxias, onde passou por cirurgia.
- Responda se for capaz:
- Em qual país sério e civilizado do mundo um cidadão consegue ser assassinado duas vezes pelo Estado, pelo Sistema de Segurança Pública e pelo Sistema de Saúde?
- Mas a Copa do Mundo é nossa!

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