QUAL BADERNA?
Em agosto de 1792, Maria Antonieta devia achar que os que se
juntavam na frente das Tuileries eram baderneiros ignorantes.
Em dezembro de 1773, o governador inglês da província de Massachusetts devia pensar a mesma coisa dos "filhos da liberdade", que se disfarçavam de índios, subiam nos navios, jogavam o chá no mar e não queriam pagar os impostos.
Na época, Samuel Adams explicou que, mesmo se esses homens fossem apenas vândalos descontrolados, eles seriam, de fato, os defensores dos direitos básicos do povo das colônias.
A maioria dos paulistanos (e, suponho, dos brasileiros) pensa como Samuel Adams e deseja que as manifestações continuem, por uma razão que está muito além da tarifa dos ônibus: a relação do poder público com os cidadãos do Brasil é, sistematicamente, há muito tempo, de descaso e desrespeito, se não de abuso.
A escola e a saúde públicas são o destino resignado dos desfavorecidos. A insegurança se tornou uma condição existencial, tanto no espaço público quanto dentro da própria casa de cada um. O atraso da Justiça garante impunidades iníquas.
Claro, nossa arrecadação per capita é menos de um terço da dos EUA, por exemplo. Ou seja, talvez tenhamos os serviços públicos que podemos nos permitir.
Convenhamos, seria mais fácil aceitar essa triste realidade 1) se a corrupção não fosse endêmica e capilar, especialmente na administração pública, 2) se os governantes baixassem o tom ufanista de nossos supostos progressos e sucessos, 3) se a administração pública não fosse cronicamente abusiva e desrespeitosa dos cidadãos e de seus direitos.
Além disso, o dinheiro no Brasil compra uma cidadania VIP, na qual não só escola, saúde e segurança são serviços particulares, mas a própria relação com a administração pública é filtrada por um exército de facilitadores e despachantes.
A sensação de injustiça é exacerbada pela constatação de que muitos representantes procuram ser eleitos para ganhar acesso à dita cidadania VIP. Por isso, hoje, circulam aos borbotões, na internet, propostas de reforma política em que, por exemplo, 1) os membros do Legislativo e do Executivo seriam obrigados a recorrer, para eles mesmos e para seus filhos, aos serviços da educação e da saúde públicas, 2) os congressistas não teriam nenhum regime privilegiado de aposentadoria, 3) os congressistas não poderiam votar o aumento de seus próprios salários etc.
Para piorar, os representantes parecem se preocupar pouco com os compromissos de seu mandato e muito com sua própria permanência nos privilégios do poder. Por isso, por exemplo, eles compõem alianças que desrespeitam e humilham seus próprios eleitores.
Nesse contexto espantoso, é patética a indignação com os "baderneiros" e mesmo com a margem de delinquentes comuns que se agregaram às manifestações.
O poder, quando não é efeito de graça divina, vem dos próprios cidadãos e é condicional: só posso reconhecer e respeitar a autoridade que me reconhece e me respeita. Uma autoridade que me desrespeita merece uma violência equivalente à que ela exerce contra mim.
Além disso, é bom não perder o senso das proporções. "Olhe, olhe!", grita um repórter, enquanto a tela mostra alguém que foge de uma loja saqueada levando algo no ombro. Tudo bem, estou olhando e não estou gostando, mas minha indignação é mais antiga e por saques muito maiores.
Outro repórter pensa nos coitados que perderão o avião, em Cumbica, por causa dos manifestantes que bloqueiam o acesso ao aeroporto. Mas o verdadeiro desrespeito é o de nunca ter construído uma linha de trem entre São Paulo e o maior aeroporto do país.
O ministro Antonio Patriota se declarou indignado com o vandalismo contra o Palácio do Itamaraty. Com um pouco de humor negro, eu poderia suspeitar que os apedrejadores talvez tenham precisado um dia dos serviços de um consulado no exterior. Mas, deixemos. Apenas pergunto: se esses forem vândalos, então o que são, por exemplo, os latifundiários desmatadores da Amazônia?
Enfim, à presidenta Dilma gostaria de dizer: não acredito que os "baderneiros" das últimas semanas tenham envergonhado o Brasil --nem mesmo quando alguns depredaram o patrimônio público. Presidenta, você sabe isto mais e melhor do que muitos de nós: o que envergonha o Brasil é uma outra baderna, bem mais violenta, que dura há 500 anos e que gostaríamos que parasse. (Gotardo Calligaris – Folha – 27.06.2013)
Em dezembro de 1773, o governador inglês da província de Massachusetts devia pensar a mesma coisa dos "filhos da liberdade", que se disfarçavam de índios, subiam nos navios, jogavam o chá no mar e não queriam pagar os impostos.
Na época, Samuel Adams explicou que, mesmo se esses homens fossem apenas vândalos descontrolados, eles seriam, de fato, os defensores dos direitos básicos do povo das colônias.
A maioria dos paulistanos (e, suponho, dos brasileiros) pensa como Samuel Adams e deseja que as manifestações continuem, por uma razão que está muito além da tarifa dos ônibus: a relação do poder público com os cidadãos do Brasil é, sistematicamente, há muito tempo, de descaso e desrespeito, se não de abuso.
A escola e a saúde públicas são o destino resignado dos desfavorecidos. A insegurança se tornou uma condição existencial, tanto no espaço público quanto dentro da própria casa de cada um. O atraso da Justiça garante impunidades iníquas.
Claro, nossa arrecadação per capita é menos de um terço da dos EUA, por exemplo. Ou seja, talvez tenhamos os serviços públicos que podemos nos permitir.
Convenhamos, seria mais fácil aceitar essa triste realidade 1) se a corrupção não fosse endêmica e capilar, especialmente na administração pública, 2) se os governantes baixassem o tom ufanista de nossos supostos progressos e sucessos, 3) se a administração pública não fosse cronicamente abusiva e desrespeitosa dos cidadãos e de seus direitos.
Além disso, o dinheiro no Brasil compra uma cidadania VIP, na qual não só escola, saúde e segurança são serviços particulares, mas a própria relação com a administração pública é filtrada por um exército de facilitadores e despachantes.
A sensação de injustiça é exacerbada pela constatação de que muitos representantes procuram ser eleitos para ganhar acesso à dita cidadania VIP. Por isso, hoje, circulam aos borbotões, na internet, propostas de reforma política em que, por exemplo, 1) os membros do Legislativo e do Executivo seriam obrigados a recorrer, para eles mesmos e para seus filhos, aos serviços da educação e da saúde públicas, 2) os congressistas não teriam nenhum regime privilegiado de aposentadoria, 3) os congressistas não poderiam votar o aumento de seus próprios salários etc.
Para piorar, os representantes parecem se preocupar pouco com os compromissos de seu mandato e muito com sua própria permanência nos privilégios do poder. Por isso, por exemplo, eles compõem alianças que desrespeitam e humilham seus próprios eleitores.
Nesse contexto espantoso, é patética a indignação com os "baderneiros" e mesmo com a margem de delinquentes comuns que se agregaram às manifestações.
O poder, quando não é efeito de graça divina, vem dos próprios cidadãos e é condicional: só posso reconhecer e respeitar a autoridade que me reconhece e me respeita. Uma autoridade que me desrespeita merece uma violência equivalente à que ela exerce contra mim.
Além disso, é bom não perder o senso das proporções. "Olhe, olhe!", grita um repórter, enquanto a tela mostra alguém que foge de uma loja saqueada levando algo no ombro. Tudo bem, estou olhando e não estou gostando, mas minha indignação é mais antiga e por saques muito maiores.
Outro repórter pensa nos coitados que perderão o avião, em Cumbica, por causa dos manifestantes que bloqueiam o acesso ao aeroporto. Mas o verdadeiro desrespeito é o de nunca ter construído uma linha de trem entre São Paulo e o maior aeroporto do país.
O ministro Antonio Patriota se declarou indignado com o vandalismo contra o Palácio do Itamaraty. Com um pouco de humor negro, eu poderia suspeitar que os apedrejadores talvez tenham precisado um dia dos serviços de um consulado no exterior. Mas, deixemos. Apenas pergunto: se esses forem vândalos, então o que são, por exemplo, os latifundiários desmatadores da Amazônia?
Enfim, à presidenta Dilma gostaria de dizer: não acredito que os "baderneiros" das últimas semanas tenham envergonhado o Brasil --nem mesmo quando alguns depredaram o patrimônio público. Presidenta, você sabe isto mais e melhor do que muitos de nós: o que envergonha o Brasil é uma outra baderna, bem mais violenta, que dura há 500 anos e que gostaríamos que parasse. (Gotardo Calligaris – Folha – 27.06.2013)
- A propósito:
AMENIDADES
O sujeito volta pra casa depois de sair com a amante e,
enquanto se arruma, percebe um grande arranhão no pescoço. Preocupado, o cara
entra em casa e vê o gato passando pela sala. Inspirado, dá um tremendo chute
no gato,que sai voando e gritando:
- MIAAAUUUUU!!!
Aí chega a esposa correndo e pergunta:
- Querido, que está acontecendo?
- Foi esse gato filho da p(*), que me atacou e me arranhou o
pescoço!!!
- Então mata ele, meu amor, mata ele! Olha a chupada que
esse bicho me deixou no pescoço!
DEPUTADO NATAN
DONADON VAI PARA CELA INDIVIDUAL NA PAPUDA, DIZ TRIBUNAL
Segundo tribunal, ele ficará sozinho enquanto for deputado
federal.
Parlamentar se entregou pela manhã à Polícia Federal em Brasília.
Parlamentar se entregou pela manhã à Polícia Federal em Brasília.
...
Em nota, a PF disse que representantes do deputado ligaram
para informar o local onde ele se encontraria para se entregar. A corporação
negou "qualquer acordo ou negociação" para a prisão e que agentes
realizaram buscas em "todos os endereços ligados direta ou indiretamente
ao procurado".
"A Polícia Federal, mais uma vez, cumpriu a sua missão
de Polícia Judiciária da União, agindo estritamente dentro da legalidade e de
acordo com as suas normas e procedimentos que visam à execução das suas
atividades sem exposição pública de seus presos e com a preservação da imagem
de seus servidores e da instituição" disse a PF em nota.
...
- Então, tá, na verdade, Sua Excelência não só merece cela
individual, como também duas estátuas em tamanho original, uma pra ser colocada
na frente da PF de Brasília, em homenagem as tratativas para que o bandido
fizesse o favor de se entregar (única republiqueta do mundo onde bandido
condenado negocia com a polícia pra se entregar) e outra ao lado da estátua no
STF, comemorando o fato histórico da prisão do primeiro político corrupto em
toda a república, assim mesmo, depois de três anos da condenação que levou 14
anos para chegar a decisão final, com direito a todas as chicanas jurídicas
possíveis e inimagináveis!
- Gostei, mesmo, foi a declaração pública que fez a nobre
assessora do não menos nobres fidalgo que teve direito a cela especial. Segundo
ela, na negociata com a PF, “ele fez questão de se entregar com “dignidade”,
afinal ele não é nenhum bandido” (Jornal do SBT – 28.06.2013). E o que é um
vagabundo bandidão que rouba oito milhões dos cofres públicos, em valores atualizados
beira a 50 milhões de reais?
- Outra pérola vem do inacreditável Poder Judiciário, segundo
o nobre magistrado responsável pela execução da prisão, a cela individual em
que foi colocado Sua Excelência, se deve ao fato de que o Estado tem a
obrigação de preservar sua integridade física por... se tratar de um deputado
(Jornal das Dez – GloboNews – 28.06.2013), como se o reino de Avilan não
tivesse a obrigação de preservar a integridade física dos demais súditos sob
sua custódia!
- Ah, já ia me esquecendo:
O deputado Natan Donadon (PMDB-RO) já está no Presídio do
Distrito Federal 1, no Complexo da Papuda. Donadon deixou a Vara de Execuções
Penais, no Setor de Rádio e TV Sul, num carro especial. Nesse tipo de veículo,
o preso viaja sentado em um compartimento separado, mas não no “chiqueirinho”
das viaturas comuns, em que tem de se encolher. O deputado tem direito a
tratamento privilegiado porque formalmente é uma autoridade – seu mandato ainda
não foi cassado pela Câmara. Por isso, ele não está algemado e não recebe ordens dos agentes
judiciários, mas pedidos. Foi assim que um deles cumpriu a formalidade de dizer
a Donadon para tirar o cinto, a gravata e os cadarços dos sapatos, procedimento
padrão para evitar que o preso ataque alguém ou tente cometer suicídio. Donadon
também não terá de raspar o cabelo ao chegar ao presídio, como fazem os demais
presos. O deputado entregou-se de terno e gravata, acompanhado da
família, em uma rua de Brasília. Seu advogado, Nabor Bulhões, já mandou
providenciar chinelos e a roupa branca, padrão do presídio. Depois que sua
situação política for resolvida, Donadon poderá escolher onde quer cumprir
pena: em Brasília ou em Rondônia, seu estado de origem.
...
- E tem mais, seu uniforme será um smoking, terá direito a
pasta de dentes Sensodyne e papel higiênico Neve!
- Ô republiquetazinha surreal!
O COMISSARIADO QUER
TUNGAR O RONCO
A proposta da doutora Dilma de Constituinte exclusiva para
decidir uma reforma política tem cheiro de tunga no ronco das ruas. Quando ela
se propõe a tratar das tarifas de transporte públicos com um “Plano Nacional de
Mobilidade Urbana”, fala no dialeto de comissários e burocratas que empulham a
rua com eventos e iniciativas “estratégicas”. (A menos que essa parolagem
signifique apenas “passeatas”.) Falando em reforma política, fala de nada.
Ganha uma viagem a Havana quem souber o que é isso. Ganha um
mês em Pyongiang quem souber como um plebiscito pode legitimar uma discussão
que não se sabe como começa nem como termina. Hoje, há apenas uma insistente
proposta de reforma do sistema eleitoral, vinda do PT, sucessivamente rejeitada
pelo Congresso.
São dois os seus tendões. Um é o financiamento público das
campanhas. Em tese, nenhum dinheiro privado iria para os candidatos. Só o
público, seu, nosso. A maior fatia iria para o PT. Quem acredita que esse
sistema acabaria com os caixas dois tem motivo para ficar feliz. Para quem não
acredita, lá vem tunga. Seria mais lógico proibir as doações de empresas. O
Congresso pode decidir que quem quiser dar dinheiro a candidatos deverá tirá-lo
do próprio bolso, e não mais das empresas que buscam-no de volta nos preços de
seus produtos.
O segundo tendão é a criação do voto de lista. Hoje o voto
de um cidadão em Delfim Netto vai para a cumbuca do partido e acaba elegendo
Michel Temer. Tiririca teve 1,3 milhão de votos e alavancou a eleição de três
deputados, um deles petista, com apenas 93 mil votos.
Pelo sonho do comissariado, os partidos organizariam listas
e os votos que a sigla recebesse seriam entregues aos candidatos, na ordem em
que foram arrolados pelos mandarins. Em poucas palavras: os eleitores perdem o
direito de escolher o candidato em quem querem votar e as cúpulas partidárias
definem a composição das bancadas. (O sujeito que votou em Delfim elegeu Temer,
mas em Delfim votou.) Uma proposta sensata de emenda constitucional veio
exatamente de Michel Temer: cada Estado torna-se um distritão e são eleitos os
mais votados, independentemente do partido. Tiririca elege-se, mas não carrega
ninguém consigo.
O que o comissariado quer é contornar a exigência de três
quintos do Congresso (357 votos em 594) necessários para reformar a Carta. Numa
Constituinte, as mudanças passariam por maioria absoluta (298 votos). Esse
truque some com 59 votos, favorecendo quem? A base governista.
Todas as
Constituintes brasileiras derivaram de um rompimento da ordem institucional.
Em 1823, com a Independência. Em 1891, pela proclamação da República. Em 1932,
pela Revolução de 30. Em 1946, pelo fim do Estado Novo. Em 1988, pelo colapso
da ditadura. Hoje, a ordem institucional vai bem, obrigado. O que a rua contesta é a blindagem da
corrupção eleitoral e administrativa. Disso o comissariado não quer falar.
Há um século o historiador Capistrano de Abreu propôs a mais
sucinta Constituição para Pindorama:
“Artigo 1º: Todo brasileiro deve ter vergonha na cara.
Artigo 2º: Revogam-se as disposições em contrário.”
Na hora em que a rua perdeu a vergonha de gritar, a doutora
diz que o problema e sua solução estão noutro lugar.
Elio Gaspari é jornalista
- Quem quiser que abrace alguma causa que venha desta
corriola, eu tô fora!
- Ainda bem que, de tão estapafúrdia que era, morreu no
nascedouro!
OPINIÃO
Transformar a corrupção em crime hediondo é jogar para a
plateia. A aprovação só vai impactar na forma de cumprimento da pena. Isso não
vai reduzir o problema real que é: precisamos ter uma investigação melhor e uma
agilidade maior para julgar. O Judiciário não está conseguindo julgar estes
processos num tempo razoável. (advogado Thiago Bottino, da Fundação Getulio
Vargas (FGV) (http://oglobo.globo.com/pais/contra-corrupcao-gargalo-tambem-no-judiciario-8826636)
- Data vênia, o que precisa é que o nosso inacreditável Poder
Judiciário deixe aceitar as chicanas jurídicas e seus tecnicismos tipo, “devido
processo legal”, “amplo, geral, irrestrito, universal, interplanetário e
intergaláctico direito de defesa e ao contraditório” (não confundir com o
devido processo legal e o amplo direito de defesa e ao contraditório) de
maneira a não ser conivente com a impunidade!
DELFIM DIZ QUE NÃO SE
ARREPENDE DE TER ASSINADO O AI-5
...
Delfim Netto negou que soubesse de casos de tortura quando
participou do governo durante o regime militar e afirmou que havia uma
"completa separação" entre a administração pública e os setores
militares.
"Eu nunca ouvi dentro do governo nada sobre tortura. Em
1972, eu ainda perguntei para o [então presidente] Médici: 'Existe isso?', ele
disse que não, que o que existia eram os conflitos de rua", disse.
...
- Seu cinismo é proporcional a sua circunferência, sem bem
que, no país dos cínicos, ele agora é companheiro!
NA PONTA DO LÁPIS
A política do governo de privilegiar o transporte individual, abrindo mão da Cide e reduzindo IPI para automóveis, fez o Tesouro deixar de arrecadar uns R$ 30 bilhões desde 2008. A conta é do consultor Adriano Pires.
Segundo ele, este mar de dinheiro seria suficiente para construir um trem-bala ligando o Rio a São Paulo. (coluna Ancelmo Gois – O Globo – 21.06.2013)
A política do governo de privilegiar o transporte individual, abrindo mão da Cide e reduzindo IPI para automóveis, fez o Tesouro deixar de arrecadar uns R$ 30 bilhões desde 2008. A conta é do consultor Adriano Pires.
Segundo ele, este mar de dinheiro seria suficiente para construir um trem-bala ligando o Rio a São Paulo. (coluna Ancelmo Gois – O Globo – 21.06.2013)
- Ou injetar no transporte público em vez de aumentar o lucro
das montadoras multinacionais com a explosão da venda de carros e o aumento dos
engarrafamentos no trânsito dos grandes centros!
GOVERNO DE SÃO PAULO
ANUNCIA CORTE NOS GASTOS PÚBLICOS
O governo do estado de São Paulo divulgou nesta sexta-feira
(28) medidas para tornar possível a revogação do aumento das tarifas de trens,
de metrô e de ônibus intermunicipais.
...
Entre as medidas está a venda de um dos helicópteros
oficiais que são usados pelo governador. A economia estimada é de R$ 4,5
milhões por ano.
O governo vai diminuir em 10% a frota de carros próprios e
alugados. Ao todo, são quase 1.500 veículos. Segundo o governador, essa redução
não atinge as áreas de educação, segurança pública e saúde.
O pacote prevê ainda que a Casa Civil vai incorporar uma das
secretarias de estado, haverá corte no custeio de secretarias e contratos com
prestadores de serviços, como limpeza, serão renegociados. O Executivo também
quer diminuir despesas com viagens e estabeleceu metas para poupar água, luz,
telefone e combustível.
O governo de São Paulo decidiu extinguir mais de 2 mil
cargos comissionados que estão vagos. Essa medida não tem impacto no orçamento,
mas evita gastos futuros. Ao todo, a estimativa é que o pacote gere uma
economia de R$ 350 milhões até o fim de 2014.
...
- Gosto dos nossos idôneos governantes por isso, antes a
retirada do aumento de tarifas dos transportes comprometeria outros investimentos
essenciais, de repente, como num passe de mágica e um milhão e trezentas mil
pessoas na rua depois, eis que surge uma solução, digna de um país sério!
MORAR BEM
O que se diz na Rádio Imobiliária é que o querido empresário Antônio Carlos Almeida Braga acaba de vender por uns R$ 40 milhões sua cobertura na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, no Rio. O comprador foi o empreiteiro Ricardo Galvão, da Queiroz Galvão. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 14.06.2013)
O que se diz na Rádio Imobiliária é que o querido empresário Antônio Carlos Almeida Braga acaba de vender por uns R$ 40 milhões sua cobertura na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, no Rio. O comprador foi o empreiteiro Ricardo Galvão, da Queiroz Galvão. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 14.06.2013)
- Ele é que é feliz que tem uma empreiteira que, junto com
umas três ou quatro, dominam as obras públicas de Pindorama, todas, claro,
vencidas licitamente por concorrências públicas!
DIRCEU DEFENDE PEC 37
E CRITICA MINISTÉRIO PÚBLICO
Ex-ministro afirmou que a regulamentação da atuação do órgão
deve continuar a ser debatida
SÃO PAULO - O ex-ministro José Dirceu, condenado a dez anos
e dez meses por chefiar o esquema do mensalão, defendeu a PEC 37 em artigo
publicado em seu blog. De acordo com o petista, mesmo com a rejeição da
proposta na Câmara, é necessário continuar a debater a regulamentação da
atuação do Ministério Público.
Dirceu diz que a "mídia
impôs uma narrativa que levou a Câmara corretamente a arquivar a PEC, já que
sua votação e provável aprovação nas condições atuais seriam entendidas como
uma medida favorável à impunidade e à corrupção".
"A PEC 37 não é da impunidade e nem retira o poder e a
função constitucional do MP, como a mídia – associada a procuradores e
promotores – fez crer para parcelas dos manifestantes e da sociedade brasileira,
impossibilitando um debate democrático e transparente sobre o atual poder do
Ministério Público e das polícias", escreveu o ex-ministro, em seu blog.
Na ação do mensalão, o Ministério Público participou da
investigação. Segundo Dirceu, a PEC "evita, sim, o abuso e a invasão
inconstitucional pelo Ministério Público das atribuições das polícias, que,
como é público e notório, combatem a corrupção".
Para o ex-homem forte do governo Lula, a PEC propunha a
regulamentação do papel do MP, como determina a Constituição. Destacou ainda
que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) era favorável à proposta.
"O PT votou pelo arquivamento da PEC 37, mas com uma
declaração de que quer voltar a discutir a regulamentação do papel e das
atribuições do MP, como manda a Constituição", escreveu.
Na visão de Dirceu, o Ministério Público é um "órgão
que atua sem controle externo – caso único na República – cercado de
privilégios, que não respeita a lei da transparência e que abusa de sua
autoridade, cooptado a serviço dos governos em muitos estados".
"Na prática, por meio de Procedimentos Investigatórios
Criminais (PICs), faz inquéritos e investiga, substituindo as polícias, viola
direitos e garantias individuais, tudo em nome do combate à impunidade e a
corrupção, como nos tempos dos Inquéritos Policiais Militares (IPMs, da
ditadura militar)."
- Mas uma razão pra eu ser favorável, como sempre fui, pelo
arquivamento desta excrescência!
- E pensar que, na oposição, o companheiro Dirceu e sua
corriola viviam de beijos e abraços com o Ministério Público!
PEDIDO PARA GILBERTO
E GLEISI
Os senadores Pedro Simon, Cristovam Buarque, Ana Amélia, Pedro Taques e Randolfe Rodrigues querem se reunir em separado com a presidente Dilma. Alegam que não se sentem representados pelos partidos do governo ou da oposição. (coluna Panorama Político – O Globo – 27.06.2013)
Os senadores Pedro Simon, Cristovam Buarque, Ana Amélia, Pedro Taques e Randolfe Rodrigues querem se reunir em separado com a presidente Dilma. Alegam que não se sentem representados pelos partidos do governo ou da oposição. (coluna Panorama Político – O Globo – 27.06.2013)
- Se eles não se sentem representados pelos partidos, que
dirá o povo!
- Aliás, há dez anos que não me sinto representado, razão
pela qual passei a anular o voto, portanto, os nobres senadores se estão nestas
gangues é por que querem, pois, nada impede que se desfiliem!
DEFASAGEM NA TABELA
DO IR CONSOME QUASE METADE DO 13º SALÁRIO DO TRABALHADOR
A tabela progressiva do Imposto de Renda acumula atualmente
uma defasagem de 66,4% em relação à inflação, segundo cálculos do Sindifisco
Nacional. Essa discrepância faz com que a Receita Federal chegue ao bolso de
cada vez mais brasileiros, consumindo os seus novos rendimentos.
Um exemplo claro disso é o que ocorre com um contribuinte
que ganha R$ 2.784,81 por mês. Se a tabela tivesse sido integralmente corrigida,
ele seria isento de IR. No entanto, de acordo com as alíquotas vigentes, é
obrigado a entregar ao Leão durante o ano quase metade do seu 13º salário.
Os cálculos foram feitos pelo consultor financeiro e diretor
do Grupo PAR Marcelo Maron. Segundo ele, o governo federal se vale da inflação
para aumentar o imposto sobre as pessoas físicas.
“É uma forma silenciosa e injusta de aumentar
substancialmente a carga tributária sobre os assalariados, especialmente os que
ganham menos. A tabela deveria ser reajustada a cada ano com, no mínimo, a
variação da inflação. Como isto não ocorre, as pessoas com uma renda baixa,
antes isentas, são descontadas no imposto de renda na fonte”, destaca Maron.
- Nada como vivermos sobre a égide da Constituição “Cidadã”,
onde os “iluminados” estão preocupados em ouvir o povo, por referendo ou
plebiscito, sobre a...reforma política, enquanto mais de um milhão estão nas
ruas pugnando pela mínima prestação de serviços públicos de qualidade!
TRADIÇÃO DO BICHO
A Tradição, dissidência da Portela que desfila na Série A, vai reeditar em 2014 o enredo “Sonhar com rei dá leão”, que deu à Beija-Flor seu primeiro título em 1976.
É uma homenagem ao jogo do bicho. O refrão do samba diz: “Sonhar com filharada/É o coelhinho/Com gente teimosa/Na cabeça dá burrinho/E com rapaz todo enfeitado/O resultado, pessoal/É pavão ou é veado.”
Aliás...
Dia destes, um aluno de um colégio chique do Rio, neto de um juiz, disse a um coleguinha, neto de bicheiro:
— Meu avô já prendeu seu avô. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 27.06.2013)
A Tradição, dissidência da Portela que desfila na Série A, vai reeditar em 2014 o enredo “Sonhar com rei dá leão”, que deu à Beija-Flor seu primeiro título em 1976.
É uma homenagem ao jogo do bicho. O refrão do samba diz: “Sonhar com filharada/É o coelhinho/Com gente teimosa/Na cabeça dá burrinho/E com rapaz todo enfeitado/O resultado, pessoal/É pavão ou é veado.”
Aliás...
Dia destes, um aluno de um colégio chique do Rio, neto de um juiz, disse a um coleguinha, neto de bicheiro:
— Meu avô já prendeu seu avô. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 27.06.2013)
- Bote tradição nisso, não muito distante, tal diálogo se
passará entre o netinho de um magistrado e o de um... traficante, se é que
ainda não se passou!
ALÉM 2
O líder do PT no Senado, Jossé Pimentel, cogitou apresentar requerimento pedindo que o projeto fosse votado com urgência. Mas recuou. Em acordo com os outros líderes, apoiou texto de Pedro Taques, do PDT, considerado "mais amplo" - e que foi aprovado ontem.
Mas que, em nenhum momento, trata das empresas corruptoras. (Sonia Racy – Estadão – 27.06.2013)
O líder do PT no Senado, Jossé Pimentel, cogitou apresentar requerimento pedindo que o projeto fosse votado com urgência. Mas recuou. Em acordo com os outros líderes, apoiou texto de Pedro Taques, do PDT, considerado "mais amplo" - e que foi aprovado ontem.
Mas que, em nenhum momento, trata das empresas corruptoras. (Sonia Racy – Estadão – 27.06.2013)
- Aliás, o paraíso da impunidade é o único lugar do mundo em
que a corrupção só tem um agente, isto é, o corrupto, também, tanto faz,
ninguém é punido mesmo e vai que o corruptor diz: - peraí, tem mais gente. Vai
ser um Deus nos acuda!
Ó, DÚVIDA CRUEL!
Em 13 de Juno, o secretário de Governo da Prefeitura do Rio,
Rodrigo Bethlem (PMDB) escreveu no twitter: “Vou repetir: o que esse povo
liderado pelo PSOL está fazendo não protesto. É baderna. Lamentável”.
Quadro dias depois, postou: “o carioca está de parabéns.
Está fazendo um enorme protesto pacífico. Isso é um exercício democrático”.
Ué... Ou o moço pretende se filiar ao PSOL ou sofre de ...
esquizofrenia política!
Aliás, Bethlem não foi o ~único. Teve gente dizendo que o
protesto era “político” – e depois, que foi uma bela demonstração de
cidadania... (coluna Extra Extra! – jornal Extra – 25.06.2013)
- O que não falta na política brasileira é esquizofrênico,
hipócrita e demagogo!
- A propósito:
HOMEM...
Haddad mudou o tom e passou a criticar a ação da PM, abrindo uma porta aos manifestantes, depois de ouvir cobranças de seu próprio partido. Petistas dizem que o prefeito se distanciou dos movimentos sociais.
... novo?
Alguns auxiliares queriam que Haddad, que antes elogiara a PM, responsabilizasse publicamente o governador pela violência. Ele adotou um meio-termo. (coluna Painel – Folha – 15.06.2013)
Haddad mudou o tom e passou a criticar a ação da PM, abrindo uma porta aos manifestantes, depois de ouvir cobranças de seu próprio partido. Petistas dizem que o prefeito se distanciou dos movimentos sociais.
... novo?
Alguns auxiliares queriam que Haddad, que antes elogiara a PM, responsabilizasse publicamente o governador pela violência. Ele adotou um meio-termo. (coluna Painel – Folha – 15.06.2013)
- Como se vê, de um lado e de outro, eles não estão nem aí, o
negócio é politicagem rasteira e de quinta categoria!
- VOTA POVÃO!
CONTINUA NO JOGO
Embora a CBF tenha rompido o contrato com a Seara, por falta de pagamentos, a empresa ainda faz uma promoção envolvendo a camisa da seleção.
As placas da Seara continuam aparecendo nos estádios da Copa por causa de um outro contrato, em vigor, com a Fifa. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 25.06.2013)
Embora a CBF tenha rompido o contrato com a Seara, por falta de pagamentos, a empresa ainda faz uma promoção envolvendo a camisa da seleção.
As placas da Seara continuam aparecendo nos estádios da Copa por causa de um outro contrato, em vigor, com a Fifa. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 25.06.2013)
- Quer dizer, calote na federação tupiniquim pode, só não
pode é na dona Fifa, atual comodatária do Brasil varonil!
PERGUNTA QUE NÃO QUER
CALAR DE ZÉ SIMÃO
E atenção! Corrupção agora é crime hediondo. Então votar no
Maluf é apologia ao hediondo? Rarará! (Folha – 29.06.2013)
Bloguet Plim-Plim, direto do Rio para Piri-Piri
ResponderExcluirVou dar uma dica. A ordem do governo agora é aumentar a verba de gratificação para os internautas bajuladores e amestrados, corre que a fila é grande! Depois, não diga que não fui “companheiro”!
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