A ILHA DA FELICIDADE
CHAMADA MARANHÃO
Se acontecesse no Rio, São Paulo, Minas, Paraná ou
Pernambuco os respectivos governadores já estariam enfrentando multidões na
porta de suas casas e a indignação federal estaria no nível de comoção
internacional.
Feliz ou infelizmente, o Maranhão – como Haiti – não é aqui. Está distante, longe do afluente sudeste, protegido pela modorra de um verão tão inclemente que torna penosa a composição de uma simples manchete expressando horror e revolta com o que acontece naquele paraíso.
Primeiro foi o cacique do clã e vice-rei do Brasil, José Sarney, afirmando que estava contida a violência nas prisões do estado governado pela filha querida, Roseana. Como a bandidagem de hoje também lê jornais e acessa a internet dos celulares mesmo atrás das grades, a violência ganhou as ruas de São Luiz num claro desafio ao imortal ficcionista. Incendiaram um ônibus, uma criança morreu queimada, sua mãe e irmã estão internadas sofrendo as severas consequências das queimaduras.
A patética desculpa do pai ex-presidente, inspirou a discípula ex-presidenciável, que nesta quinta, ao lado de um ministro da Justiça envergonhado com aquela despudorada exibição de cinismo, teve o desplante de afirmar que a violência do Estado resulta do fato que o Maranhão “está mais rico”.
Acrescente-se que a viagem do ministro – uma das poucas ações federais nesta catástrofe humanitária – decorreu de uma veemente denúncia da ONU no dia anterior exigindo do governo brasileiro ações imediatas para a restauração da ordem e o respeito aos direitos humanos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na capital do Maranhão. A ação da ONU resultou da exibição mundial de um vídeo feito pelos próprios detentos mostrando a decapitação de três desafetos. Uma das vítimas, segundo o seu pai (que examinou o corpo no IML) recebeu pelo menos 180 facadas.
A charmosa Roseana se disse surpresa e chocada com o que se passa no seu quintal, porém, vem sendo advertida desde 2008 – há cinco anos! – pelo Conselho Nacional de Justiça e outros entes oficiais ou ONGs para os perigos da irrupção do vulcão.
Desta vez, a presidente Dilma não parece perplexa como aconteceu com a agitação junina. Ontem tuitou que está alerta. Tão alerta que determinou à brava ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que tomasse cuidado com suas indignadas falas e ações. Qualquer descuido – leia-se desagrado aos Sarney – poderá ser fatal. Estamos na temporada de reformas ministeriais, logo teremos eleições e Sarney é o grande eleitor, dono do PMDB, o mais importante aliado do governo.
O respeito aos direitos humanos já foi bandeira de grandes movimentações: no inexpugnável regime militar chegou a derrubar generais de quatro estrelas e até ministro da Guerra. Hoje virou moeda de troca: você me apóia e eu esqueço que a guilhotina está funcionando dentro da Bastilha maranhense: Pedrinhas.
Neste Brasil entediado e satisfeito, estas Bastilhas não caem. A riqueza é tanta e tão bem distribuída que o terror e a violência já não contam. Nem produzem manchetes. (Alberto Dines – Gazeta do Povo/PR – 11.01.2014)
Feliz ou infelizmente, o Maranhão – como Haiti – não é aqui. Está distante, longe do afluente sudeste, protegido pela modorra de um verão tão inclemente que torna penosa a composição de uma simples manchete expressando horror e revolta com o que acontece naquele paraíso.
Primeiro foi o cacique do clã e vice-rei do Brasil, José Sarney, afirmando que estava contida a violência nas prisões do estado governado pela filha querida, Roseana. Como a bandidagem de hoje também lê jornais e acessa a internet dos celulares mesmo atrás das grades, a violência ganhou as ruas de São Luiz num claro desafio ao imortal ficcionista. Incendiaram um ônibus, uma criança morreu queimada, sua mãe e irmã estão internadas sofrendo as severas consequências das queimaduras.
A patética desculpa do pai ex-presidente, inspirou a discípula ex-presidenciável, que nesta quinta, ao lado de um ministro da Justiça envergonhado com aquela despudorada exibição de cinismo, teve o desplante de afirmar que a violência do Estado resulta do fato que o Maranhão “está mais rico”.
Acrescente-se que a viagem do ministro – uma das poucas ações federais nesta catástrofe humanitária – decorreu de uma veemente denúncia da ONU no dia anterior exigindo do governo brasileiro ações imediatas para a restauração da ordem e o respeito aos direitos humanos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na capital do Maranhão. A ação da ONU resultou da exibição mundial de um vídeo feito pelos próprios detentos mostrando a decapitação de três desafetos. Uma das vítimas, segundo o seu pai (que examinou o corpo no IML) recebeu pelo menos 180 facadas.
A charmosa Roseana se disse surpresa e chocada com o que se passa no seu quintal, porém, vem sendo advertida desde 2008 – há cinco anos! – pelo Conselho Nacional de Justiça e outros entes oficiais ou ONGs para os perigos da irrupção do vulcão.
Desta vez, a presidente Dilma não parece perplexa como aconteceu com a agitação junina. Ontem tuitou que está alerta. Tão alerta que determinou à brava ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que tomasse cuidado com suas indignadas falas e ações. Qualquer descuido – leia-se desagrado aos Sarney – poderá ser fatal. Estamos na temporada de reformas ministeriais, logo teremos eleições e Sarney é o grande eleitor, dono do PMDB, o mais importante aliado do governo.
O respeito aos direitos humanos já foi bandeira de grandes movimentações: no inexpugnável regime militar chegou a derrubar generais de quatro estrelas e até ministro da Guerra. Hoje virou moeda de troca: você me apóia e eu esqueço que a guilhotina está funcionando dentro da Bastilha maranhense: Pedrinhas.
Neste Brasil entediado e satisfeito, estas Bastilhas não caem. A riqueza é tanta e tão bem distribuída que o terror e a violência já não contam. Nem produzem manchetes. (Alberto Dines – Gazeta do Povo/PR – 11.01.2014)
- Mas, vamos combinar, não é só o Executivo que fica deitado
em berço esplêndido assistindo cabeças rolarem “pedrinhas” abaixo, os outros
dois pobres Poderes, seja por conveniência política, eleitoral ou relações
“afetivas” sem fingem de mortos pra não tomar uma posição condizente com um
país sério!
- A propósito:
É SEMPRE ASSIM
A última vez em que o STF rejeitou um pedido de intervenção num estado foi em 2010. Depois da Operação Pandora da PF, o governador de Brasília, José Roberto Arruda, e seu vice, Paulo Octávio, foram obrigados a renunciar aos cargos.
A última vez em que o STF rejeitou um pedido de intervenção num estado foi em 2010. Depois da Operação Pandora da PF, o governador de Brasília, José Roberto Arruda, e seu vice, Paulo Octávio, foram obrigados a renunciar aos cargos.
Lendas urbanas
Está sendo atribuído ao poder da família Sarney o fato de o STF não decretar intervenção no Maranhão. A vida real é diferente. O Tribunal nunca decretou intervenção num estado. Atualmente há 122 pedidos em tramitação. (coluna Panorama Político – O Globo – 11.01.2014)
Está sendo atribuído ao poder da família Sarney o fato de o STF não decretar intervenção no Maranhão. A vida real é diferente. O Tribunal nunca decretou intervenção num estado. Atualmente há 122 pedidos em tramitação. (coluna Panorama Político – O Globo – 11.01.2014)
- E olha que motivos não faltaram, anteriormente em Rondônia
com sua penitenciária Urso Branco, onde cabeças também rolaram, São Paulo, Rio, Santa Catarina e Espírito
Santo vítimas do terror do crime organizado do andar de baixo e no Distrito
Federal vítima do crime organizado do andar de cima!
- Aliás, é bom lembrar que o respeitabilíssimo STF considerou
“cruel e desumano” o cumprimento da pena integral nos casos de crimes hediondos
quando julgo o HC 82959/SP, decidindo por inconstitucional o parágrafo 1° do
Art. 2°. da Lei 8072/90!
- Ah, já ia me esquecendo...
DE OLHO
O presidente do conselho federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, Marcus Vinicius Coêlho, é candidato a uma vaga no Supremo Tribunal
Federal.
Espera que o senador José Sarney ajude a levar seu pleito à doutora Dilma. (coluna Elio Gaspari – O Globo – 12.01.2013)
Espera que o senador José Sarney ajude a levar seu pleito à doutora Dilma. (coluna Elio Gaspari – O Globo – 12.01.2013)
- Quer dizer, os ilustres e eminentes guardiões, com
raríssimas exceções, quando chagam ao Olimpo, já chegam devendo milhões de
favores, muitas vezes até, favores inconfessáveis, ficando em segundo plano o
compromisso com a República!
- Ah, também já ia me esquecendo, enquanto isso...
LAGOSTA
A família Sarney comemorou o Ano-Novo com uma grande festa na residência oficial de veraneio do governo do Maranhão. A casa é a mesma que receberia encomenda de 80 kg de lagosta fresca às custas do Estado.
Champanhe
Além de reunir o clã, Roseana Sarney (PMDB) convidou empresários e socialites para brindar o Réveillon. Entre eles, Luiz Carlos Cantanhede, cuja empresa recebeu R$ 7,6 milhões em 2013 para ajudar a gerir os presídios maranhenses.
Discurso
Perto da meia-noite, o patriarca José Sarney (PMDB-AP) fez a saudação de Ano-Novo. Segundo o jornal da família, o senador "leu trechos da Bíblia e fez prece por dias melhores para o Maranhão, para o Brasil e para toda a Humanidade."
Filósofo
De acordo com a coluna social do jornal "O Estado do Maranhão", as palavras do ex-presidente tiveram "a força das lições que ficam e que se vão, sopradas pelos ventos constantes, mas que devem nos fazer refletir." (coluna Painel – Folha – 13.01.2014)
A família Sarney comemorou o Ano-Novo com uma grande festa na residência oficial de veraneio do governo do Maranhão. A casa é a mesma que receberia encomenda de 80 kg de lagosta fresca às custas do Estado.
Champanhe
Além de reunir o clã, Roseana Sarney (PMDB) convidou empresários e socialites para brindar o Réveillon. Entre eles, Luiz Carlos Cantanhede, cuja empresa recebeu R$ 7,6 milhões em 2013 para ajudar a gerir os presídios maranhenses.
Discurso
Perto da meia-noite, o patriarca José Sarney (PMDB-AP) fez a saudação de Ano-Novo. Segundo o jornal da família, o senador "leu trechos da Bíblia e fez prece por dias melhores para o Maranhão, para o Brasil e para toda a Humanidade."
Filósofo
De acordo com a coluna social do jornal "O Estado do Maranhão", as palavras do ex-presidente tiveram "a força das lições que ficam e que se vão, sopradas pelos ventos constantes, mas que devem nos fazer refletir." (coluna Painel – Folha – 13.01.2014)
BUEMBA! BUEMBA!
MACACO SIMÃO URGENTE! O ESCULHAMBADOR-GERAL DA REPÚBLICA!
A Roseana é fofa: é tudo pra incluir nas quentinhas dos
presídios! E aí o preso vai gritar: "Cadê meu molho de alcaparras?".
Rarará! Quentinha Roseana Gourmet!
E a sigla do Maranhão, MA: Me Ajudem! E eu sempre adorei aquele livro do Sarney: "O Dono do Mar...anhão". Rarará! (Zé Simão – Folha – 11.01.2014)
E atenção! Eu sei como acalmar os presídios no Maranhão! É só o Sarney ir lá e ameaçar ler um livro dele. Aí já é crueldade! Na Constituição de 88 tá escrito que é proibida a tortura no Brasil!
E tá todo mundo falando mal da Roseana porque ela licitou 80 kg de lagosta. Mas a Roseana é fofa: os 80 kg de lagosta eram pra botar nas quentinhas do presídio. Arroz cru, feijão azedo e por cima uma lagosta! Quentinha Roseana Gourmet!
E o nome do presídio: Pedrinhas. Esse Pedrinhas deve ser parente do Sarney. Presídio Pedrinhas Sarney!
Tudo no Maranhão leva o nome do Sarney. "Maranhão tem 26 maternidades com o nome Sarney." Também, pra nascer aquela parentada toda!
E sabe qual o apelido da família Sarney? Morimbundos de Fogo! E sabe como o Sarney chama o Maranhão? MYranhão! E a sigla do Maranhão, MA: Me Ajudem! Rarará! (Zé Simão – Folha – 12.01.2014)
E a sigla do Maranhão, MA: Me Ajudem! E eu sempre adorei aquele livro do Sarney: "O Dono do Mar...anhão". Rarará! (Zé Simão – Folha – 11.01.2014)
E atenção! Eu sei como acalmar os presídios no Maranhão! É só o Sarney ir lá e ameaçar ler um livro dele. Aí já é crueldade! Na Constituição de 88 tá escrito que é proibida a tortura no Brasil!
E tá todo mundo falando mal da Roseana porque ela licitou 80 kg de lagosta. Mas a Roseana é fofa: os 80 kg de lagosta eram pra botar nas quentinhas do presídio. Arroz cru, feijão azedo e por cima uma lagosta! Quentinha Roseana Gourmet!
E o nome do presídio: Pedrinhas. Esse Pedrinhas deve ser parente do Sarney. Presídio Pedrinhas Sarney!
Tudo no Maranhão leva o nome do Sarney. "Maranhão tem 26 maternidades com o nome Sarney." Também, pra nascer aquela parentada toda!
E sabe qual o apelido da família Sarney? Morimbundos de Fogo! E sabe como o Sarney chama o Maranhão? MYranhão! E a sigla do Maranhão, MA: Me Ajudem! Rarará! (Zé Simão – Folha – 12.01.2014)
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