sexta-feira, agosto 03, 2012



QUEREM TRANSFORMAR O MENSALÃO EM MELAÇÃO
Finalmente, ontem, após longos SETE ANODS iniciou-se o julgamento do Mensalão. Presentes, sem um traço de rubor e constrangimento, os nobres ministros Dias Tófoli e Gilmar Mendes. O julgamento promete cenas explícitas de pugilato. Logo de plano, o nobre causídico Marcio Thomas Bastos apresentou uma questão de ordem, cristalinamente procrastinatória, tentando desmembrar o processo dos réus que não gozam a excrescência do foro privilegiado, carinhosamente chamado de prerrogativa de foro, instituto, ou melhor, excrescência que aqui conta com muitos admiradores e naqueles países “atrasados” do primeiro mundo que não têm “as leis mais avançadas do mundo” nem a Constituição “Cidadã”, inclusive nos EUA, onde até o todo poderoso presidente senta no banco dos réus nos foros de primeira instância, se você falar em foro privilegiado perguntarão de qual reino você é oriundo. Visivelmente contrariado, percebendo a tentativa protelatória, o honrado e sério ministro relator Joaquim Barbosa rejeitou a questão de ordem, seguida por oito de seus pares, visto que, tratava-se de matéria vencida, exaustivamente discutida nos autos e na Corte em várias ocasiões. Divergiu do relator o nobre revisor ministro Ricardo Lewandowski que, por uma hora e 25 minutos, isto mesmo, por uma hora e 25 minutos leu seu extenso e enfadonho voto, com direito a citações do Pacto de São José, Convenção Americana dos Direitos Humanos, Ada Pelegrino, Canutilho, zilhões de ementas e tudo mais que tem direito, divergindo do relator comungando com a tese defendida pelo nobre causídico que tentou rediscutir matéria vencida e decidida pelo Plenário da Colenda, diria até Colendíssima Corte. Aliás, não fosse nosso país sério com instituições de alta credibilidade, daria até pra pensar que tratava-se de uma tabelinha.
Não faltou, claro, o bate-boca entre o relator e o nobre revisor, tendo aquele afirmado que, por DOIS ANOS, o processo esteve em mãos deste e somente agora tenta rediscutir tema decidido anteriormente pela maioria do colegiado.
Fiquei emocionado os predicados ditos por Sua Excelência, o ministro relator ao referir-se ao nobre causídico, qualificando-o de brilhante jurista e ex-ministro da Justiça, esquecendo-se de incluir no seu currículo a enobrecedora condição de ex-advogado do mafioso Carlinhos Cachoeira que corrompeu metade da República e o estado inteiro de Goiás.
Se o presidente não agir com pulso firme e se fazendo impor como fez com um dos nobres advogados medalhões que, desrespeitosamente, tentou peitá-lo, o final do julgamento coincidirá com o jogo inaugural da Copa de 2014.
Ah, já ia me esquecendo, quanto a argüição de suspeição para julgamento do processo contra os nobres ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes por iniciativa do nobre procurador-Geral do Ministério Público Federal por razões notoriamente conhecidas ouviu-se um silêncio ensurdecedor.

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