QUEREM TRANSFORMAR O
MENSALÃO EM MELAÇÃO
Finalmente, ontem, após longos SETE ANODS iniciou-se o
julgamento do Mensalão. Presentes, sem um traço de rubor e constrangimento, os
nobres ministros Dias Tófoli e Gilmar Mendes. O julgamento promete cenas explícitas
de pugilato. Logo de plano, o nobre causídico Marcio Thomas Bastos apresentou
uma questão de ordem, cristalinamente procrastinatória, tentando desmembrar o
processo dos réus que não gozam a excrescência do foro privilegiado,
carinhosamente chamado de prerrogativa de foro, instituto, ou melhor, excrescência
que aqui conta com muitos admiradores e naqueles países “atrasados” do primeiro
mundo que não têm “as leis mais avançadas do mundo” nem a Constituição “Cidadã”,
inclusive nos EUA, onde até o todo poderoso presidente senta no banco dos réus
nos foros de primeira instância, se você falar em foro privilegiado perguntarão
de qual reino você é oriundo. Visivelmente contrariado, percebendo a tentativa
protelatória, o honrado e sério ministro relator Joaquim Barbosa rejeitou a
questão de ordem, seguida por oito de seus pares, visto que, tratava-se de matéria
vencida, exaustivamente discutida nos autos e na Corte em várias ocasiões.
Divergiu do relator o nobre revisor ministro Ricardo Lewandowski que, por uma hora e 25 minutos, isto mesmo, por
uma hora e 25 minutos leu seu extenso e enfadonho voto, com direito a citações
do Pacto de São José, Convenção Americana dos Direitos Humanos, Ada Pelegrino,
Canutilho, zilhões de ementas e tudo mais que tem direito, divergindo do
relator comungando com a tese defendida pelo nobre causídico que tentou
rediscutir matéria vencida e decidida pelo Plenário da Colenda, diria até
Colendíssima Corte. Aliás, não fosse nosso país sério com instituições de alta
credibilidade, daria até pra pensar que tratava-se de uma tabelinha.
Não faltou, claro, o bate-boca entre o relator e o nobre
revisor, tendo aquele afirmado que, por DOIS ANOS, o processo esteve em mãos
deste e somente agora tenta rediscutir tema decidido anteriormente pela maioria
do colegiado.
Fiquei emocionado os predicados ditos por Sua Excelência, o
ministro relator ao referir-se ao nobre causídico, qualificando-o de brilhante
jurista e ex-ministro da Justiça, esquecendo-se de incluir no seu currículo a
enobrecedora condição de ex-advogado do mafioso Carlinhos Cachoeira que
corrompeu metade da República e o estado inteiro de Goiás.
Se o presidente não agir com pulso firme e se fazendo impor
como fez com um dos nobres advogados medalhões que, desrespeitosamente, tentou peitá-lo,
o final do julgamento coincidirá com o jogo inaugural da Copa de 2014.
Ah, já ia me esquecendo, quanto a argüição de suspeição para
julgamento do processo contra os nobres ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes
por iniciativa do nobre procurador-Geral do Ministério Público Federal por razões
notoriamente conhecidas ouviu-se um silêncio ensurdecedor.
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