PRA REPUBLIQUETA DOS
EMBARGOS INFRINGENTES E DAS LEIS MAIS AVANÇADAS DO MUNDO TUDO ISSO É CULPOSO
A PROPÓSITO:
- Fala isso pros “iluminados garantistas”
dos três podres Poderes e para os não menos “iluminados notáveis” do país dos
bacharéis, vamos ouvir que a sociedade quer tribunais de exceção!
E NINGUÉM VAI PRA CADEIA
AH, QUE INJUSTIÇA!!!
- Me inclua fora dessa!
COISAS DO
INACREDITÁVEL PODER JUDICIÁRIO DOS EMBARGOS INFRINGENTES
- Não duvidem, é capaz do bizarro Poder Judiciário
absolvê-lo por “falta de provas” ou converter aquelas peninhas que conhecemos
em pagamentos de cestas básicas!
SP E RIO ENDURECEM E
VÂNDALOS SERÃO TRATADOS COMO ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Após confrontos nas 2 capitais terem 29 detenções, governos
querem usar lei federal que entrou em vigor no mês passado e prevê pena de até
13 anos e 4 meses de prisão
Os governos de São Paulo e Rio vão endurecer contra os
manifestantes que praticarem atos de vandalismo. Suspeitos de integrarem o
Black Bloc serão investigados em um único inquérito e passarão a ser
enquadrados por associação criminosa. A cúpula de segurança paulista ainda
liberou o uso de balas de borracha para conter manifestações violentas.
...
- Besteira pura, o inacreditável Poder Judiciário está aí
mesmo para descaracterizar a tipificação e botar todo mundo na rua. Aliás, no
mesmo dia da notícia, vi na telinha um nobre causídico dizer que a medida é
“ilegal e arbitrária”, até porque, digo eu, na republiqueta, ao contrário do
resto do mundo que, pra variar, “está totalmente errado”, leis e “iluminados
garantistas” defendem e protegem a bandidagem!
- Mas, se vingar o enquadramento, que tal incluir no pacote a
quadrilha responsável por isto e os cretinos que em nome da prefeitura enviaram
as justificativas ao jornalismo da Band.
- Agora, quantos tiveram que ir à Justiça pra conseguir os
medicamentos estocados como refugo e quantos não morreram por falta deles?
AMENIDADES
Um casal conversando.
- Você sabia que a vizinha roubou duas toalhas nossas?
- Quais toalhas?
- Aquelas que nos roubamos no motel.
PENSAMENTO DO DIA
Partido no Brasil é como banana, dá em penca! Partidos, não.
Repartidos. Porque vão repartir tudo mesmo! (Zé Simão – Folha – 02.04.2013)
LEI ROBERTO CARLOS
Sabe aquele grupo “Procure saber”, que reúne grandes estrelas da MPB e atuou na questão do direito autoral? Vai ganhar personalidade jurídica e entrar numa nova batalha pra lá de polêmica.
Pretende ingressar no STF ao lado daqueles, como Roberto Carlos, que são contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.815.
Ajuizada pela Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel), a ADI pede o fim da necessidade de autorização dos biografados para a publicação de livros.
Há controvérsia...
A produtora Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano Veloso, sustenta que “não se trata de censura”:
— O que queremos é combater os aproveitadores e agressores da honra alheia.
Ela cita o caso de Guilherme de Pádua, assassino de Daniela Perez, que escreveu o livro “A história que o Brasil desconhece”, sobre o crime.
Em tempo...
A relatora da ADI é a ministra Cármen Lúcia. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 02.10.2013)
Sabe aquele grupo “Procure saber”, que reúne grandes estrelas da MPB e atuou na questão do direito autoral? Vai ganhar personalidade jurídica e entrar numa nova batalha pra lá de polêmica.
Pretende ingressar no STF ao lado daqueles, como Roberto Carlos, que são contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.815.
Ajuizada pela Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel), a ADI pede o fim da necessidade de autorização dos biografados para a publicação de livros.
Há controvérsia...
A produtora Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano Veloso, sustenta que “não se trata de censura”:
— O que queremos é combater os aproveitadores e agressores da honra alheia.
Ela cita o caso de Guilherme de Pádua, assassino de Daniela Perez, que escreveu o livro “A história que o Brasil desconhece”, sobre o crime.
Em tempo...
A relatora da ADI é a ministra Cármen Lúcia. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 02.10.2013)
- Pois é, nossos “intelectuais” defendem a liberdade de
expressão e de pensamento quando lhe convém, no caso das biografias, quando são
a favor, isto é, maquiadas onde todos são heróis!
- Os argumentos da nobre produtora não resistem a uma simples
avaliação superficial, uma vez que, para os “agressores na honra alheira”
tem-se ação própria de injúria, calúnia e difamação, e o exemplo não poderia
ser mais infeliz pra fundamentar seu ponto de vista, haja vista que inverdades
ditas em livros, o caminho natural é resgatar a verdade através de outro livro,
portanto proibir a publicação biografias, sejam elas autorizadas ou não e as
mais autênticas são as não autorizadas, é censura, sim!
LEI ROBERTO CARLOS
De Paula Lavigne sobre a posição do grupo “Procure saber” nesta questão das biografias não autorizadas:
— Pior do que não saber, é saber errado. A imprensa divulga de forma errada os propósitos do grupo. É uma campanha desigual, onde a mídia distorce os nossos objetivos por interesses próprios. “Lei Roberto Carlos?” Quem propõe mudar a lei é a Associação dos Editores, Anel. Não somos a favor de proibir ou censurar. Somos contra a violação da intimidade e da privacidade de uma pessoa, direitos dos mais caros e delicados da nossa Constituição. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 07.10.2013)
De Paula Lavigne sobre a posição do grupo “Procure saber” nesta questão das biografias não autorizadas:
— Pior do que não saber, é saber errado. A imprensa divulga de forma errada os propósitos do grupo. É uma campanha desigual, onde a mídia distorce os nossos objetivos por interesses próprios. “Lei Roberto Carlos?” Quem propõe mudar a lei é a Associação dos Editores, Anel. Não somos a favor de proibir ou censurar. Somos contra a violação da intimidade e da privacidade de uma pessoa, direitos dos mais caros e delicados da nossa Constituição. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 07.10.2013)
- Então, tá!
LEI ROBERTO CARLOS
O Procure Saber, do pessoal da MPB, se reúne hoje para
afinar o discurso contra as biografias não autorizadas.
O grupo já esteve com a ministra Cármen Lúcia, relatora, no STF, da Adin que pede o fim da necessidade de autorização dos biografados.
Lei Roberto Carlos II...
Num encontro com escritores ontem, na Feira de Frankfurt, a ministra Marta Suplicy quis saber a opinião da turma sobre a polêmica.
Ruy Castro acusou “um grupo de estar manipulando a volta da censura para defender interesses de direitos autorais”. Lembrou que existem uns 3 mil livros sobre Kennedy nos EUA, e nenhum biógrafo pediu licença. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 09.10.2013)
O grupo já esteve com a ministra Cármen Lúcia, relatora, no STF, da Adin que pede o fim da necessidade de autorização dos biografados.
Lei Roberto Carlos II...
Num encontro com escritores ontem, na Feira de Frankfurt, a ministra Marta Suplicy quis saber a opinião da turma sobre a polêmica.
Ruy Castro acusou “um grupo de estar manipulando a volta da censura para defender interesses de direitos autorais”. Lembrou que existem uns 3 mil livros sobre Kennedy nos EUA, e nenhum biógrafo pediu licença. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 09.10.2013)
- A propósito:
Marinus Marsico, procurador do Tribunal de Contas da União,
recomendou à Agência Nacional de Cinema que a produtora do filme "O vilão
da República", cuja trama contará a ação do comissário José Dirceu na Casa
Civil da Presidência, procure "evitar que a obra constitua em apologia e
culto à personalidade".
Como se faz isso, não se sabe. O doutor não quer um filme
apologético e argumenta que os recursos públicos captados pela Lei Rouanet não
podem ofender os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade.
Como se faz um filme sobre temas atuais com essas condicionantes, também não se
sabe. Em 1982 a ditadura demitiu o atual ministro Celso Amorim da presidência
da Embrafilme por ter financiado o filme "Pra Frente Brasil", com
suas cenas de tortura.
À primeira vista, Marinus Marsico teria um viés antipetista.
Falso. Ele é um defensor da Bolsa da Viúva e o uso da Lei Rouanet como alavanca
marqueteira é uma preocupação justa. Ele já pediu que a filha de Fernando
Henrique Cardoso devolvesse salários recebidos como funcionária do Senado sem
comparecer à repartição. Batalha contra servidores que faturam acima da teto
legal e contra as indenizações milionárias da Bolsas Ditadura. Sua recomendação
à Ancine é apenas mais um episódio de um surto de obstáculos à liberdade de
expressão.
Neste ano já deram os seguintes casos: o presidente do
Tribunal de Justiça do Paraná proibiu a publicação de notícias sobre um
processo que tramitava no Conselho Nacional de Justiça. O cantor Roberto Carlos pediu a retirada das
livrarias de uma obra sobre a Jovem Guarda, que lhe deu fama cantando
"Quero que você me aqueça neste inverno e que tudo o mais vá pro
inferno". Uma juíza proibiu que a editora americana Harper
Collins venda no Brasil a tradução do livro "Gilded Lily" ("A
Lily Dourada"), no qual a jornalista canadense Isabel Vincent conta a
história da bilionária Lily Safra e de seus quatro matrimônios, dois dos quais
terminaram com a morte trágica dos maridos. O último foi o banqueiro Edmond
Safra, asfixiado em 1999 durante um incêndio em seu apartamento de Mônaco. A
proibição estende-se à comercialização de uma edição em inglês que está na rede
desde 2010 e custa US$ 9,78.
Ao mandar ao arquivo a Lei de Imprensa da ditadura, o
Supremo Tribunal Federal poderia ter construído um novo arcabouço para defender
a liberdade de expressão. Infelizmente, ficou no papel de um Judiciário
confuso, ineficiente e ineficaz, parafraseando-se o seu presidente.
Manipular ou calar a voz dos outros é um velho instinto do
gênero humano, variando apenas na forma como isso é feito. O procurador Marsico
quer que "O vilão da República" não resulte em "apologia e culto
à personalidade" do comissário Dirceu. Faz isso dentro das regras do
Direito e das normas de um regime democrático.
No dia 11 de setembro de 1973, dentro das regras na censura
e das normas da ditadura, a Polícia Federal mandou um aviso à imprensa:
"De ordem superior, recomendo parcimônia nas notícias
relativas aos fatos ocorridos no Chile, posição do presidente Allende e
evolução dos acontecimentos ocorridos naquele país". (Elio Gaspari – O
Globo – 02.10.2013)
LEI ROBERTO CARLOS
De Sônia Jardim, do Sindicato dos Editores, sobre a participação do grupo “Procure saber”, que reúne estrelas da MPB, ao lado de Roberto Carlos na batalha contra o fim da necessidade de autorização dos biografados para a publicação de livros.
— Eles podem ter o Roberto Carlos do lado deles, mas nós temos vários reis que defendem o fim deste absurdo.
Abaixo a censura...
Ela se refere aos 45 autores, como Ruy Castro, Luis Fernando Verissimo e Ferreira Gullar, que assinaram o manifesto contra a “censura”, lembrando que “o Brasil é a única grande democracia na qual a publicação de biografia depende de autorização do biografado”.
A decisão do leitor...
Sônia acha um exagero que citem o caso de Guilherme de Pádua, que escreveu sua versão do assassinato de Daniela Perez, para justificar a proibição de biografias:
— Sou solidária à Glória Perez, que perdeu a filha assassinada. Mas a exceção não pode servir de regra. Quem tem que decidir se quer ler ou não uma biografia não autorizada é o leitor. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 03.10.2013)
De Sônia Jardim, do Sindicato dos Editores, sobre a participação do grupo “Procure saber”, que reúne estrelas da MPB, ao lado de Roberto Carlos na batalha contra o fim da necessidade de autorização dos biografados para a publicação de livros.
— Eles podem ter o Roberto Carlos do lado deles, mas nós temos vários reis que defendem o fim deste absurdo.
Abaixo a censura...
Ela se refere aos 45 autores, como Ruy Castro, Luis Fernando Verissimo e Ferreira Gullar, que assinaram o manifesto contra a “censura”, lembrando que “o Brasil é a única grande democracia na qual a publicação de biografia depende de autorização do biografado”.
A decisão do leitor...
Sônia acha um exagero que citem o caso de Guilherme de Pádua, que escreveu sua versão do assassinato de Daniela Perez, para justificar a proibição de biografias:
— Sou solidária à Glória Perez, que perdeu a filha assassinada. Mas a exceção não pode servir de regra. Quem tem que decidir se quer ler ou não uma biografia não autorizada é o leitor. (coluna Ancelmo Góis – O Globo – 03.10.2013)
BIÓGRAFO DE CLARICE
PEDE QUE CAETANO MUDE POSIÇÃO SOBRE BIOGRAFIAS
Caro Caetano,
Nos EUA, quando eu era menino, havia uma campanha para
prevenir acidentes na estrada. O slogan rezava: "Amigos não deixam amigos
bêbados dirigir". Lembrei disso ao ler suas declarações e as de Paula
Lavigne sobre biografias no Brasil. Fiquei tão chocado que me sinto obrigado a
lhe dizer: amigo, pelo amor de Deus, não dirija.
Nós nos conhecemos há muitos anos, desde que ajudei a editar
seu "Verdade Tropical" nos EUA. Depois, você foi maravilhoso quando
lancei no Brasil a minha biografia de Clarice Lispector, escrevendo artigos e
ajudando com o alcance que só você possui. Admiro você, de todo o meu coração.
E é como amigo e também biógrafo que te escrevo hoje. Sei
que você sabe da importância de biografias para a divulgação de obras e a
preservação da memória; e sei que você sabe quão onerosos são os obstáculos à
difusão da cultura brasileira dentro do próprio Brasil, sem falar do exterior.
Fico constrangido em dizer que achei as declarações suas e
da Paula, exigindo censura prévia de biografias, escandalosas, indignas de uma
pessoa que tanto tem dado para a cultura do Brasil. Para o bem dessa mesma
cultura, preciso dizer por quê.
Primeiro, achei esquisitíssimo músicos dizerem que biógrafos
querem ficar com "fortunas". Caetano, como dizem no Brasil: fala
sério. Ofereço o meu exemplo. A biografia de Clarice ficou nas listas de mais
vendidos em todo o Brasil.
Mas, para chegar lá, o que foi preciso? Andei por cinco anos
pela Ucrânia, pela Europa, pelos EUA, pesquisando nos arquivos e fazendo 257
entrevistas. Comprei centenas de livros. Visitei o Brasil 12 vezes.
Fiquei contente com as vendas, mas você acha que fiquei
rico, depois de cinco anos de tais despesas? Faça o cálculo. A única coisa que
ganhei foi a satisfação de ver o meu trabalho ajudar a pôr Clarice Lispector no
lugar que merece.
Tive várias vantagens desde o início. Tive o apoio da
família da Clarice. Publico em língua inglesa, em outro país.Tenho a sorte de
ter dinheiro próprio. Imagine quantos escritores no Brasil reúnem essas
condições: ninguém.
Mas a minha maior vantagem foi simplesmente ignorância.
Não fazia ideia das condições em que trabalham escritores e
jornalistas brasileiros. Não sabia quanto não se pode dizer, num clima de medo
que lembra a época de Machado de Assis, em que nada podia ofender a
"Corte".
Aprendi, por exemplo, que era considerado
"corajoso" escrever uma coisa que todo mundo no Brasil sabe há quase
um século, que Mário de Andrade era gay. Aprendi que era até inusitado chamar
uma cadeira de Sergio Bernardes de feia.
Aprendi o quanto ganham escritores, jornalistas e editores
no Brasil, e quanto os seus empregos são inseguros, e como são amedrontados por
ações jurídicas, como essas com que a Paula, tão bregamente, anda ameaçando.
É um tipo de censura que você talvez não reonheça por não
ser a de sua época. Não obriga artistas a deixarem o país, não manda policiais
aos teatros para bater nos atores. Mas que é censura, é. E muito mais eficaz do
que a que existia na ditadura. Naquela época, as obras eram censuradas, mas
existiam. Hoje, nem chegam a existir.
Você já parou para pensar em quantas biografias o Brasil não
tem? Para só falarmos da área literária, as biografias de Mário de Andrade, de
João Guimarães Rosa, de Cecília Meirelles, cadê? Onde é que ficou Manuel
Bandeira, Rachel de Queiroz, Gilberto Freyre? Você nunca se perguntou por que
nunca foram feitas?
Eu queria fazer. Mas não vou. Porque o clima no Brasil,
financeiro e jurídico, torna esses empreendimentos quase impossíveis. Quantos
escritores brasileiros estão impedidos de escrever sobre a história do seu
país, justamente por atitudes como as suas?
Por isso, também, essas declarações, de que o biógrafo faz
isso só por amor ao lucro, ficam tão pouco elegantes na boca de Paula Lavigne.
Toda a discussão fica em torno de nossas supostas "fortunas".
Você sabe que no Brasil existem leis contra a difamação; que
um biógrafo, quando cita uma obra ainda com "copyright", tem
obrigação de pagar para tal uso. Não é diferente de você cantar uma música de
Roberto Carlos. Essas proteções já existem, podem ser melhoradas, talvez. Mas
estamos falando de uma coisa bem diferente da coisa que você está defendendo.
De qualquer forma, essas obsessões com "fortunas"
alheias fazem parte do Brasil do qual eu menos gosto. Une a tradicional inveja
do vizinho com a moderna ênfase em dinheiro que transformou um livro, um disco,
uma pintura em "produto cultural".
Não é questão de dinheiro, Caetano. A questão é: que tipo de
país você quer deixar para os seus filhos? Minha biografia foi elogiosa, porque
acredito na grandeza de Clarice. Mas liberdade de expressão não existe para
proteger elogios. Disso, todo mundo gosta. A diferença entre o jornalismo e a
propaganda é que o jornalismo é crítico. Não existe só para difundir as
opiniões dos mais poderosos. E essa liberdade ou é absoluta, ou não existe.
Imagino, e compreendo, que você pense que está defendendo o
direito dos artistas à vida privada. Mas quem vai julgar quem é artista, o que
é vida privada e o que é vida pública, sobre quem, e sobre o que se pode
escrever e sobre quem e, sobre quem não? Você escreve em jornal, você, como o
artista deve fazer, tem se metido no debate público. José Sarney, imortal da
Academia Brasileira das Letras, escreve romances. Deve ser interditada também
qualquer obra crítica sobre ele, sem autorização prévia?
Não pense, Caetano, que o seu passado de censurado e de
exilado o proteja de você se converter em outra coisa. Lembre que o Sarney,
quando foi eleito governador do Maranhão, chegou numa onda de aprovação da
esquerda. Glauber Rocha, também amigo seu, foi lá filmar aquela nova aurora.
Não seja um velho coronel, Caetano. Volte para o lado do
bem. Um abraçaço do seu amigo,
Benjamin Moser
Benjamin Moser é autor de "Clarice" (Cosac Naify)
JESUS EXIGE AUTORIZAÇÃO
PRÉVIA PARA LIBERAR NOVO TESTAMENTO
ALTO LEBLON - Orientado por Paula Lavigne, Jesus Cristo
exigirá autorização prévia para liberar uma nova edição do Novo Testamento.
"Andam falando coisas absurdas sobre Minha Vida. A partir de agora, quem
quiser citar meu Santo Nome será obrigado a vir pessoalmente aqui no Paraíso e
pegar duas vias mimeografadas por São Pedro", trovejou. Após uma sábia
pausa, concluiu, num tom grave: "Ou será que terei de descer aí de
novo?".
Eficiente, Paula Lavigne também entrou no STF com um embargo infringente para que jornais, revistas e emissoras de TV sejam obrigadas a pedir autorização prévia sempre que quiserem fazer reportagens com a nata da MPB. "O Google também que terá pedir autorização para mim antes de exibir resultados com os nomes de Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan", completou Lavigne.
Dona de um espírito rebelde e sensual, Nana Gouvêa anunciou que lançará autobiografia não autorizada. Solidária, Luciana Gimenez cancelou sua participação na Feira de Frankfurt.
Eficiente, Paula Lavigne também entrou no STF com um embargo infringente para que jornais, revistas e emissoras de TV sejam obrigadas a pedir autorização prévia sempre que quiserem fazer reportagens com a nata da MPB. "O Google também que terá pedir autorização para mim antes de exibir resultados com os nomes de Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan", completou Lavigne.
Dona de um espírito rebelde e sensual, Nana Gouvêa anunciou que lançará autobiografia não autorizada. Solidária, Luciana Gimenez cancelou sua participação na Feira de Frankfurt.
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