sábado, dezembro 12, 2015






GELADA? CONFIRA O QUE EURICO MIRANDA PODE FAZER NA SIBÉRIA
Em agosto, o cartola vascaíno disse que, se fosse para pensar em Série B, ele iria para bem longe, na Sibéria. Se for para ver futebol por lá, os principais clubes estão na... Segundona
Rio - "Já falei que a palavra rebaixamento, aqui, é proibida. Se eu achar que o Vasco vai ser rebaixado, vou procurar o ponto mais distante da Sibéria e vou para lá." A declaração data de 14 de agosto. Foi corajosa e, talvez, imprudente, pois o time estava na lanterna do Brasileirão. Mas é esse o estilo de Eurico Miranda, o presidente vascaíno que nunca teve muitas papas na língua, especialmente na hora de falar sobre o clube cujo comando ele retomou em novembro do ano passado.
Com o empate deste domingo contra o Coritiba, por mais que tenha lutado, não teve jeito: o Vasco até subiu na tabela, mas não fez o suficiente para evitar mais um rebaixamento no campeonato nacional. Em 2016, vai ter de disputar a Série B pela terceira vez em sua história.
Mas, calma, Eurico. A longínqua Sibéria pode não dar praia, mas há muito o que se fazer e conhecer em seu vasto território, na porção asiática da Rússia, com uma superposição de regiões e províncias a leste dos Montes Urais. Caderninho a postos? É só anotar, então, algumas atrações que valem a visita:
Como chegar lá?
Olha aí: para alcançar a Sibéria, já se pode apagar da lista um de seus principais atrativos: que é dar uma voltinha pela ferrovia transiberiana, a mais extensa do mundo, com mais de 9 mil quilômetros de trilhos entre Moscou e Vladivostok, lá no extremo oriente. Durante o percurso, são diversas as cidades que pedem escalas mais longas. Além disso, dependendo do pique, você também pode pegar as ramificações rumo ao centro da Ásia e dar uma passada pela linha transmanchuriana, em território Chinês, ou, quiçá, se quiser algo mais alternativao, pela transmongoliana.
A viagem pela segunda classe já proporciona o uso de uma cabine com ar-condicionado, acomodando quatro pessoas. Na terceira classe é uma bagunça que só, sem divisórias, mas com a possibilidade de se fazer contato com famílias russas completas, ainda que o inglês não costuma ser muito falado por ali -- quanto menos o português.
O lago
Lagoa Rodrigo de Freitas? Muito bonita, mesmo, um cartão-postal maravilhoso do Rio. Mas não se pode fazer comparações com o lago Baikal, pelo menos não em relação ao tamanho, já que se trata do terceiro maior do mundo. Além de ser o mais antigo do mundo, de que se tem nota, com cerca de 20 milhões de anos.
É uma boa área para fazer passeios de lancha ou barco e chegar à ilha Okhlon. Há quem diga que é possível participar até mesmo de rituais xamânicos dos nativos. O que será que sai daí? Se não for do interesse, porém, tudo bem. Dá para apreciar uma bela paisagem no local. A cor do céu, em especial, promete um espetáculo. Agora, mesmo se for para a ilha, é preciso levar uma blusa, já que, mesmo no verão, as temperaturas ali podem nem passar dos 15ºC, e os ventos podem fazer o queixo bater durante a noite.
Se a pedida for fazer mais exercícios físicos, porém, dá para deixar os veículos náuticos de lado e contornar a margem do Baikai de bicicleta ou por trilhas, ao mesmo tempo em que se observa a arquitetura pétrea de outros tempos. O isolamento da região também resulta em fauna e flora com espécies que só existem por lá.
Irkutsk, terra do escritor Valentin Rasputin, é a cidade mais próxima do Baikai, às margens do rio Angara, e a transiberiana passa por lá. A arquitetura típica da Sibéria e os diversos museus são atrativos por lá.
Parque Florestal de Ergaki
De piqueniques familiares, com pinhão cozido na fogueira, a alpinismo profissional, dá para fazer um bocado de coisas neste parque aos pés das montanhas Saiani, ao sul da região de Krasnoyarsk, na Sibéria ocidental. Você encontra cachoeiras e lagos para mergulho, desde que tolere águas geladas que só.
Se tiver preguiça de se molhar e não encontrar um raio de sol para se secar, dá para tentar subir a montanha, mesmo, e admirar a linda paisagem lá do topo, com a vegetação da taiga. A altitude das trilhas pode variar de 1.500 a 2.000m. Existem centros de recreação também que alugam cavalos. No inverno, é a vez da turma do esqui downhill, do snowboard ou mesmo do snowmobile.
As cidades mais próximas são Kyzyl, Abakan, Minusinsk e Krasnoyarsk, sendo que Abakan é a de acesso mais prático para o parque. Aí entra em ação o fogão a gás. Se não der para encarar as noites de sono em uma barraca em meio à natureza, não se preocupe: há chalés preparados para acolher os turistas, ainda mais aconchegantes no inverno.
Mais cidades
Em Tomsk, reduto universitário, a vida noturna pode ser agitada, com bares e baladas e uma circulação maior de forasteiros que vêm de diversos locais da Rússia ou mesmo da Ásia. Um em cada seis habitantes é estudante. Em Omsk (e quem não se lembra do jogo de tabuleiros War?), a 2.700 km de Moscou, você pode encontrar até KFC, Subway e Friday's nas ruas. Novosibirsk é a maior cidade siberiana, a 265km de Tomsk, e a terceira maior de todo o país, com vasto parque industrial. Antes, já serviu de exílio para Fiódor Dostoievski. Para visitar, vale um pulinho numa praça que leva o nome do antigo líder comunista Vladimir Lenin, com estátua gigante em sua homenagem. Também tem o Museu do Trem, nos quais se pode visitar o tipo de vagão que carregava os prisioneiros do regime para rincões siberianos, nos chamados gulags, campos de trabalho forçado. À noite, o Balé de Novosibirsk é obrigatório.
Esportes?
Não consegue ficar tão longe do esporte, mas não quer saber do futebol? Bom, na Rússia, um caminho recomendado é o do hóquei no gelo, certo? É o que se tem de mais popular por lá, com jogos frenéticos e torcida barulhenta. Se não aguentar mais tanta decepção com o time do coração, o Avangard Omsk é um time vitorioso, que vale seguir. O Sibir Novosibirsk também é presença constante nos playoffs. Na Conferência Oeste, Divisão Tarasov, são vários os times siberianos, na verdade. Você pode ver brigas épicas:
E que tal o Bandy? É outro esporte de inverno, derivado do hóquei, também jogado com taco e patins que busca o gol, que tem dois tempos de... 45 minutos, com times de... 11 jogadores de cada lado. Lá, ganha o nome de hóquei russo, terceira modalidade mais popular do país, atrás do futebol. Há times da Primeira Divisão em Irkutsk, Krasnoyarsk, Novosibirsk e Kemerovo.
Se não entender muito das regras e preferir algo mais universal, você vai encontrar o basquete em Krasnoyarsk, com o time local, Enisey, inscrito na Liga VTB, que reúne os principais times russos e de outros países da região. Dependendo da tabela, é possível ver partidas com atletas ex-NBA por lá.
Mas... Bem, se o futebol é aquilo que faz a cabeça, mesmo, fica o aviso: a região não desfruta de grandes clubes. O Sibir Novosibirsk, Baikal Irkutsk, Enisey Krasnoyarsk e o Tom Tomsk estão todos na... Segundona.
Dicas
Se for para experimentar o inverno russo é recomendado que se viaje dezembro e fevereiro, quando há mais neve e menos lama. Acreditem, na época de chuvas, qualquer passeio por lá pode levar uma eternidade e gastar todo o estoque de analgésicos, de tanta dor de cabeça que dá. A população local, mesmo, perde a paciência e julga que esse é um fator espanta-turista praticamente imbatível.
Entre maio e outubro (que abrange o verão e o outono setentrional), pode chover frequentemente. Ah, e nas estações mais quentes, mesmo que o termômetro não fique tão vermelho assim, pode haver muitos mosquitos, dependendo da área siberiana.

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