GILMAR MENDES: AGENTES PÚBLICOS AGEM COMO 'MILÍCIAS' PARA DISTORCER LEGISLAÇÃO
Publicada em *04/09/2008* às 23h50m Isabel Braga, Cristiane Jungblut, Gerson Camarotti, Carolina Brígido e Bernardo Mello Franco - O Globo
BRASÍLIA - Num encontro com integrantes da CPI do Grampo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, criticou nesta quinta-feira a existência de grupos de juízes, procuradores e policiais federais que atuariam, SEGUNDO O MINISTRO, COMO UMA ESPÉCIE DE "MILÍCIA", DISTORCENDO O CORRETO PROCESSO INVESTIGATIVO E LEGAL NO PAÍS. Gilmar se referiu especificamente às Varas Judiciais que tratam de crimes de lavagem de dinheiro, onde a proximidade entre esses profissionais atrapalha o processo. Em tom de desabafo, o ministro disse que isso não poderia continuar ocorrendo. O ministro, segundo três parlamentares que participaram do encontro, usou a expressão "milícia" ao falar desse problema. Mas eles ressaltaram que ele se referia a essa força-tarefa criada pelos profissionais e não como uma milícia nos moldes daquela que age no Rio de Janeiro. Num tom duro, o ministro disse que essa força-tarefa de juízes, integrantes do Ministério Público e policiais federais mistura as fases de instrução judicial, coleta e produção de provas, levando à autorização excessiva de escutas telefônicas. Para ele, os juízes ficariam tão próximos da produção de provas que não teriam o distanciamento necessário do caso. Gilmar revelou ainda que o grampo em seu telefone ocorreu enquanto ele usava um celular dentro do carro, indo para o Palácio do Planalto. Na conversa, o ministro reclamou também que esses grupos fazem pressão em juízes para eventuais decisões, criando um clima de terror. Segundo os parlamentares, ele fez críticas à gestão de Paulo Lacerda à frente da Polícia Federal, cargo que ocupou antes de assumir a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de onde foi agora afastado.
- Tem coisas que você lê na imprensa da republiqueta, se verdadeira, custa acreditar que uma alta autoridade tenha se manifestado desta forma.
- Por quê as investigações criminais de lavagem de dinheiro e outros crimes de colarinho branco incomodam tanto?
- Aliás, Sua Excelência deveria se informar melhor sobre como agem as milícias que aqui no Rio disputam grandes territórios com os traficantes e a republiqueta assiste a tudo deitada eternamente em berço esplêndido!
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