segunda-feira, setembro 22, 2008




AMENIDADES
Naquela igreja na fronteira do Brasil com a Argentina, o padre começa o sermão:
- Irmãos estamos hoje aqui reunidos para falar dos ”Fariseus. Aquele povo desgraçado como esses argentinos que estão aqui.
Ohhhhhhh! - Coro generalizado na igreja e logo depois, o maior tumulto.
Os argentinos saíram xingando o padre, houve briga na porta da igreja. O prefeito levou a mão na cabeça, indignado.
Acabada a confusão, o prefeito foi falar com o padre na sacristia:
- Padre, pega leve, os argentinos vêm para cá, gastam nas lojas, nos restaurantes, trazem divisas para a cidade. Não faça mais isto, por favor.
Durante toda a semana a cidade não falou de outra coisa senão do padre e o sermão do domingo. Aquele zum zum zum todo foi deixando as pessoas curiosas para saber como seria no domingo seguinte. É bem verdade, que uma parte estava até satisfeita, pois não morriam de amores pelos hermanos.
Finalmente, chega o domingo, o prefeito vai à sacristia e recomenda:
- Padre, o senhor lembra da nossa conversa, não? Por favor, não arrume nenhuma encrenca hoje, certo?
Começa a missa e o padre chega ao sermão:
- Irmãos, estamos aqui reunidos hoje, para falar de uma pessoa da Bíblia:
Maria Madalena. Aquela mulher, a prostituta que tentou Jesus, como essas argentinas que estão aqui.
Mal acabou de falar e não deu outra! Pancadaria na igreja, algumas internações no pronto-socorro local e o prefeito novamente foi ao encontro do padre:
- Padre, pelo amor de Deus! o senhor não me disse que ia pegar leve? Se o senhor não parar com isso, vou ter que pedir sua retirada imediata da paróquia.
Naquela semana, o zum-zum-zum foi maior ainda.
O papo era só o sermão e ninguém perderia a missa do próximo domingo nem por decreto! Na manhã do domingo, a Igreja parecia final de Campeonato Brasileiro. Não tinha lugar para ninguém.
O prefeito entra na sacristia escoltado pela polícia e adverte:
- Padre, pega leve, senão te levo em cana!
A igreja estava abarrotada. Quase não se conseguia respirar de tanta gente.
Neguinho que há anos não pisava na igreja, parecia que era o mais devoto dos católicos.
Quando o padre aparece, tensão generalizada… Bochichos… Até que ele começa o sermão:
- Irmãos, estamos aqui reunidos hoje, para falar do momento mais importante da vida de Cristo: a Santa Ceia.
O prefeito então respirou aliviado.
- Jesus, naquele momento disse aos apóstolos:
- Esta noite, um de vocês me trairá.
Então João pergunta:
- Mestre, sou eu?
E Jesus respondeu:
- Não, João, não será você.
Pedro pergunta:
- Mestre, serei eu?
E Cristo respondeu:
- Não, Pedro, não será você.
E então Judas pergunta:
- Miestre, soy yo?
E o quebra-quebra foi geral!


























OPINIÃO DO DIA

“Quando chegamos ao local, isso se tornou o comentário comum dentro do carro. Estávamos num local de características completamente diferentes. Eram pessoas muito mais apavoradas. Na véspera tinha sido encontrados quatro corpos no local, mas acho que a isso eles já estão acostumados. Eles pareciam apáticos, mas profundamente coagidos. Só em casa eu consegui falar com a minha mulher: HOJE EU CONHECI UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO SEM ARAME FARPADO”. (presidente do TRE do Rio desembargador Alberto da Mortta Moraes em visita a favela da Coréia – O Globo – 16.09.2008)
- Pois é, bem que Vossa Excelência poderia ciceronear nobres ministros de instância superiores e nobilíssimos legisladores lá daquela Ilha da Fantasia a tour aqui no Rio pra eles conhecerem a realidade que agora o desembargador está conhecendo apesar de se juiz de carreira, na área criminal desde 1972.
- Talvez assim, eles caiam na real e vejam a que ponto chegou a republiqueta constitucionalíssima, devido a omissão, descaso, conivência e benevolência de autoridades dos três Poderes.












PRESO AMEAÇA DE MORTE JUÍZA, JÚRI E PROMOTORA
Homem condenado por homicídio não havia sido algemado.
O julgamento de um acusado de homicídio poderia ter terminado em tragédia na quinta-feira passada, em Cabuci, no noroeste Fluminense. Após receber a sentença de 17 anos por um homicídio, Rodrigo Vieira de Almeida, de 29 anos, foi retirado SEM ALGEMAS da sala de audiência por quadro policiais militares. Minutos depois, ele retornou e ameaçou de morte a juíza Katylene Pires, a promotora e os jurados. Os PMs que o vigiavam não conseguiram contê-lo.
Tanto a juíza como a promotora precisaram se esconder debaixo da mesa, chamando a polícia para retirar o criminoso da sala. (O Globo – 17.09.2008)(
PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR AOS NOBRES MINISTROS DO STF
Se algemado e condenado, o respeitabilíssimo STF anularia a condenação, mas se o vagabundo matasse alguém, quem anularia a morte???





















ESTAVA ESCRITO NAS ESTRELAS
(post e comentário de 04.09.2008 neste humilde blog RECUPERADOS)
Alguém tem dúvidas sobre qual serão os destinos destas impetrações?
SUPREMO VAI JULGAR O SUPREMO
Duas ações populares vão obrigar o Supremo Tribunal Federal a julgar a súmula vinculante que editou normatizando o uso de algemas. O delegado aposentado Paulo Magalhães questiona na Justiça Federal de Mato Grosso do Sul a competência do tribunal e pede anulação da súmula. E o Ministério Público no Rio Grande do Norte pediu “habeas corpus coletivo” para policiais e agentes penitenciários. (blog Cláudio Humberto – 31.08.2008)
- Veja a que ponto chega uma republiqueta! Os pleitos são altamente procedentes, pertinentes e incontestáveis, pois não tem cabimento que a mais alta Corte de Justiça de um país se reúna em plenário para sumular o uso de algemas, porém, há duas hipóteses: uma rejeitar os pedidos, sob várias alegações inépcia das iniciais, falta de legitimidade para a propositura das ações, como manda o bom Direito que encontra saída pra tudo, ou, até mesmo, ousadia de confrontar decisão do Supremo, haja vista que acima do respeitabilíssimo STF, só Deus, considerando o que já declarou o nobre presidente da corte ministro Gilmar Mendes, “o STF tem a prerrogativa de errar por último”. Mas, suponhamos que, num rasgo de humildade, a Corte decida pela admissibilidade das ações, se dando por suspeita e declinando da competência ao Egrégio Conselho Nacional de Justiça que inventaram. E quem preside o tal CNJ? Ora, ninguém menos que o presidente do STF. Quais seriam a possibilidades das ações prosperarem? ZERO.
- E tem gente, tida e havida como possuidora de “notório saber jurídico” que achou a decisão do STF de sumular uso de algemas muito natural, eu, como sou leigo, graças a Deus destituído de tal notoriedade, fazendo parte da plebe ignara da opinião pública e, portanto, como disse um dos nobres ministros, não sendo fonte de Direito, me agarro desesperadamente ao que aprendi ao longo dos meus anos, O BOM SENSO.
- E pensar que todo este imbróglio foi gerado por quê? Porque notórios corruptos, assíduos freqüentadores das páginas policiais, começaram a entrar em cana, flagrados na roubalheira, na sonegação, na formação de quadrilha e tudo mais que esteja tipificado no Código Penal, provocando uma comoção nacional em razão de gozarem do privilégio de serem íntimos dos Poderes e dos poderosos.
QUE REPÚBLICA!

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