terça-feira, setembro 16, 2014





PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Entre os novos e honestos que entrarão na Casa, vários vão se corromper, mas quem acredita que algum dos velhos picaretas já instalados vai se regenerar? (jornalista Nelson Motta – O Globo – 11.04.2014)


Congresso Nacional adia votação de projetos
- Mas...



AMENIDADES
A jornalista entrevista um famoso deputado:
- Deputado, o senhor pode nos dizer como começou a sua carreira de político?
- Ah! Foi logo na infância... eu ainda estudava no primário...
- No primário? - espantou-se a jornalista.
- Sim! Um dia meu pai me chamou e disse: "Filho, a partir de hoje eu vou lhe dar mil cruzeiros toda as vezes que você tirar uma nota maior que 7." Então, eu cheguei para a minha professora e falei: "Escuta, dona Clotilde, a senhora não gostaria de ganhar 500 cruzeiros de vez em quando?"

PENSAMENTO DO DIA:
... Ao contrário do que pode parecer, voto nulo é coisa muito séria. Tão séria que não deve ser considerada estúpida. (jornalista Elio Gaspari – O Globo – 01.01.2006)

TCU investiga se deputados usam empresas de fachada para locar carro

72 DEPUTADOS SÃO LIBERADOS PARA FALTAR, E O NÚMERO PODE IR PARA MAIS DE 160
Em tese, faltar a sessões destinadas a votações sem apresentar justificativa implica desconto no salário e, em casos extremos, até a perda do mandato parlamentar, como prevê a Constituição Federal. Mas, na prática, por uma inovação do comando da Câmara, uma numerosa e crescente bancada de deputados está dispensada de esclarecer os motivos de suas ausências. Seus integrantes podem faltar por qualquer razão sem o risco de perder o mandato e parte da remuneração mensal de R$ 26,7 mil.
Desde que o registro de comparecimento dos parlamentares passou a ser publicado na internet, a relação dos deputados dispensados de justificar as ausências não parou de crescer. Levantamento exclusivo da Revista Congresso em Foco aponta que hoje ao menos 72 (14%) dos 513 deputados têm suas faltas abonadas automaticamente.
Apenas integrantes da Mesa Diretora e líderes e presidentes de partidos tinham esse direito até 2006. Mas sucessivas decisões da própria Mesa estenderam o benefício a outros parlamentares, como os presidentes de comissões permanentes, e até ex-presidentes da Câmara e do Senado. São 41 postos fixos da estrutura da Casa e outros que funcionam temporariamente ou variam de acordo com as circunstâncias.
Mas uma decisão já aprovada pela Mesa Diretora amplia essa bancada, ao garantir o benefício aos presidentes das comissões temporárias. Até a primeira quinzena de maio, o site da Câmara indicava a existência de 91 comissões temporárias em funcionamento – 70 especiais, 18 externas e três de inquérito. Caso a regra seja aplicada, mais de 160 deputados – quase um terço da Câmara – estarão desobrigados de esclarecer suas ausências. Ou seja, livre do desconto no salário e do risco de perder o mandato.
DEPUTADOS DÃO GOLPE COM FÉRIAS DE SERVIDORES E GERAM PREJUÍZO DE R$1 MILHÃO
O novo esquema nos gabinetes tem três estágios principais. Primeiro, os servidores públicos recebem aumento de salário em até 1.300%. Depois, são demitidos com os benefícios superfaturados. Por último, voltam para a Câmara, recontratados pelos parlamentares
No centro do poder, em Brasília, parlamentares encontraram um novo esquema para onerar a máquina pública. Em uma canetada, servidores lotados nos gabinetes da Câmara dos Deputados veem os salários aumentarem em até 1.300% poucos dias antes de serem exonerados. Apesar de recente, a alteração no contracheque garante ao funcionário o dinheiro de férias não gozadas, além de um terço desse benefício, calculado em cima do maior e último valor. Nos últimos 12 meses, a prática, que não é ilegal, pode ter causado prejuízo de pelo menos R$ 1.131.443,10 aos cofres públicos.
Levantamento do Centro de Coordenação e Documentação da Câmara, feito a pedido do Correio a partir da Lei de Acesso à Informação, revela a frequência nas alterações salariais dos servidores antes das demissões. Nos últimos 12 meses, foram registrados 422 casos de funcionários que tiveram vencimentos aumentados, 198 deles foram dispensados num intervalo de dois meses após o reajuste. A saída desses servidores, porém, é momentânea. Passados 90 dias, prazo estipulado pela Casa da recontratação, a maioria retorna para o mesmo gabinete com salários inferiores aos da demissão.
Lotada no gabinete do deputado Alberto Filho (PMDB-MA), a servidora Áurea Helena Oliveira Matos viu o salário passar de R$ 2.220 para R$ 10.190 em agosto do ano passado. Dois dias após o reajuste de 359%, Áurea foi demitida. Vencido o tempo legal para a recontratação, Áurea voltou para o mesmo gabinete, novamente com salário de R$ 2.220. Lá, outras duas pessoas tiveram aumento, saíram e também retornaram após três meses. Em um dos casos, o reajuste foi de 712%, de R$ 1.470 para R$ 12.940. Em conversa com o Correio, na segunda-feira da semana passada, Áurea justificou a rápida saída do gabinete para “fazer uma cirurgia”. No mesmo dia, o chefe de gabinete, Jaime Ferreira Lopes, confirmou se tratar de um “acordo” para garantir aos servidores uma indenização na demissão porque funcionários comissionados “não têm direito a indenizações trabalhistas”. Jaime prometeu ainda colocar a reportagem em contato com o deputado, mas não atendeu mais às ligações do Correio.
Regras
Ao ser exonerado, o servidor tem direito a receber a indenização referente às férias não gozadas, além de um terço de férias, tudo em cima do maior salário. Se no contracheque a remuneração é de R$ 12.940 e o servidor tem dois meses de férias acumuladas, ele recebe R$ 25.880, mais um terço de férias de R$ 4.313, chegando a um total de R$ 30 mil. Acordado com o parlamentar, três meses depois, o servidor é novamente contratado e retorna para as atividades normalmente.

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