sexta-feira, fevereiro 01, 2008

CENSURA NÃO COMBINA COM DEMOCRACIA
Pra variar, o Poder Judiciário é o grande censor da republiqueta.
A Federação Israelita resolveu seguir os passos da Santa Inquisição da Santa Madre Igreja, que procurou a Justiça para vetar o Cristo de Joãozinho Trina na Beija-Flor, e entrou na Justiça contra o carro que a Viradouro pretendia desfilar retratando os horrores do Holocausto. Até parece que foi o carnavalesco Paulo Barros quem gerou Hitler ou ligou as câmaras de gás nos quais os judeus foram assassinados barbaramente pelo insano austríaco travestido de tirano alemão. Ora, a história não se apaga e mostrá-la não é escárnio às vítimas como alega o nobre representante da federação, se o gosto é duvidoso, são outros 500 cadáveres . Censurar arte é estupidez.

Por outro lado, salvo melhor juízo, não seria recomendável que, Sua Excelência,a MM. Juíza Juliana KALISCHSZTEIM, com o sobrenome que leva a crer seja de descendência judia ou tenha assumido o apelido (sobrenome) de seu consorte, proferisse tal decisão, haja vista que, nestes casos, o representante do Poder Judiciário costuma dar-se por suspeito, declinando de sua competência para outro magistrado apreciar o pedido.
Não podemos esquecer que em outro ano, uma escola exibiu em seu desfile um carro alegórico com vítimas da tortura brutal imposta pela ditadura militar no Brasil, e,nem por isso, torturadores ou torturados recorreram à Justiça para censurar a alegoria.

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