quinta-feira, maio 08, 2008









AMENIDADES

Dois homens, um pagodeiro e um rockeiro, foram condenados à cadeira elétrica e levados à sala de execução no mesmo dia.
O padre lhes deu a extremunção, o carcereiro fez o discurso formal e uma prece final foi rezada pelos presentes.
O carrasco, voltando-se para o pagodeiro, perguntou:
— Filho, você tem um último pedido?
— Sim, eu tenho! — disse o prisioneiro — Como eu adoro pagode e axé, gostaria de ouvir Os Travessos, SPC, Negritude, Raça Negra, Molejo, É o Tchan, Harmonia do Samba e Tchacabum pela última vez.
— Concedido! — disse o carrasco, mandando os guardas providenciarem os CDs.
O carrasco virou-se para o rockeiro e perguntou:
— E quanto a você, qual seu último pedido?
— Por favor, será que eu posso morrer primeiro?















AGÊNCIA OFERECE PAPO COM TRAFICANTE EM TOUR POR FAVELA
Passeio turístico pela Rocinha, no Rio, inclui conversa com "soldado" armado
"Vamos lá que vou te apresentar", diz guia durante a visita; secretário nacional de Segurança Pública vê "apologia ao crime"
De Vinicius Queiroz Galvão:
Muito além daqueles jipes que promovem passeios à moda de safáris na favela da Rocinha, a maior da zona sul do Rio, uma agência de turismo oferece agora uma outra modalidade de pacote, incluindo bate-papo com traficantes armados.
Incógnita, disfarçada de turista estrangeiro, a Folha fez o percurso promovido pelo guia Pedro Novak, da Private Tours, que consta do catálogo oficial da Riotur, a empresa de turismo da prefeitura carioca.
"Vamos caminhar dentro da favela, dar de cara com eles, com os "soldados", o pessoal armado que protege a área lá em cima. Dá para conversar, me conhecem", diz Novak ao explicar, por telefone, o roteiro.
Ao chegar à Rocinha, o primeiro sinal do tráfico é a presença de olheiros, que fazem a vigilância em cima de lajes -morteiros à mão, para emitir o alerta da presença policial.
No início da incursão pelos becos da favela, o guia diz ter encontrado um traficante. "Vamos lá que vou te apresentar."
É Marcos, que se diz "soldado do tráfico" e conta que já passou nove anos e oito meses na prisão. "Diversas vezes estive na cadeia. Ao todo foram três fugas e oito tentativas."
Para ele, a principal preocupação "é a polícia" e os "inimigos", a facção rival Comando Vermelho. Hoje, a ADA (Amigo dos Amigos) tem o controle da venda de drogas na Rocinha, onde Marcos, de arma na cintura, afirma ter aprendido a manejar "diversos calibres". Ao final da conversa, deixa um número de celular com o guia.
Mais acima no morro, um homem sentado tem visão privilegiada de quem sobe. Submetralhadora prateada na mão, rádio walkie-talkie pendurado no pescoço, conta que trabalha em turnos de 12 horas, com folga de 24 horas, ganha R$ 300 por semana, "pagos todas as segundas-feiras", e recebe cesta básica e remédios. (Folha de São Paulo – 04.05.2008)
PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR HOJE:
- Será que está incluído no tour o direito a uma foto autografada?
- Só mesmo numa republiqueta de bananas se faz turismo para contemplar a miséria e mostrar ao mundo a ausência do Poder Público e a presença do Poder Paralelo em comunidades carentes.

*** POST RECUPERADO
(postado em 11.10.2005, quando este humilde blog ainda era do IG)
VISTA ASSIM DO ALTO
Os jipes que levam turistas na Rocinha e Vidigal vão subir a Mangueira a partir do verão. Mostrarão a vida da comunidade, a quadra e a vila olímpica. Bella Seabra, sócia da empresa Jeep Tour, contratou mangueirenses para construirem um mirante na caixa d’água do morro. (Coluna Gente Boa - O Globo – 09.10.2005)
PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR:
Por quê esta empresa sobre estes morros, considerados área de alto risco sem ser atacada pelos traficantes e oficiais de Justiça, polícia, bombeiro, ambulância e prestadores de serviços públicos não sobem?
Das duas uma, ou os órgãos públicos são impotentes ou tem “acordo” nesta história! (comentário em 11.10.2005)













PROVAS FRÁGEIS
No caso do assassinato frio e bárbaro da menina Isabella, agora, estão se prendendo no fato de que a perícia não pode identificar se o sangue encontrado no carro e na cadeirinha, bem como no sapato da madrasta era da menina. Cá pra nós, isto é papo para o advogado de defesa e não a mídia ficar com esta conversa fiada. O papo é o seguinte, a menina foi morta entre o apartamento e a queda do sexto andar, ponto. Quem estava no apartamento eram somente, as três crianças, incluindo a vítima, e o casal, ponto. Há marcas de sangue da criança por todo o apartamento, ponto. Há impressões de marca da grade de proteção impressas na camisa do pai da criança, ponto. A perícia não constatou presença na cena do crime de qualquer outra pessoa, ponto. Não sendo o Espírito Santo, nem as crianças, só restam dois autores do crime, o resto é argumento pueril de advogado de defesa e ponto final.
PARECEM QUE NÃO CONHECEM A REPUBLIQUETA!
Com estardalhaço a mídia anunciou a prisão do casal acusado, com fortíssimos indícios e evidências, de ser o assassino da menina Isabella, lá de São Paulo.
Bobagem, já, já, os distintos estarão na rua, por hábeas corpus concedido pela nossa maravilha instância superior de Justiça, fundamentando-se nas nossas não menos maravilhosas leis.
Quem viver verá...












CENAS DE UMA REPUBLIQUETA, PARAÍSO DA IMPUNIDADE.
Instale-se um parque de diversos na Barra da Tijuca que funciona há onze anos, vou repetir onze anos, sem que o Corpo de Bombeiros tenha ciência de sua existência e muito menos tenha concedido licença para seu funcionamento. O resultado? Não pode ser outro, neste fim de semana um dos brinquedos quase arrancou o couro cabeludo de uma criança de 9 anos.
Apreenda-se um barco em janeiro, sem condições de navegação totalmente irregular, autue-se e nomeie seu dono como fiel depositário, não fiscalize e ele continue navegado, com excesso de lotação, com tripulação inabilitada, sem lista de passageiros. Ouça do representante da Capitania dos Portos que não tem condições de fiscalizar o transporte por navegação no Rio Solimões. O Resultado?
Por enquanto 34 mortos e 13 pessoas ainda desaparecidas.
Colocar o dono de uma embarcação como fiel depositário é a mesma coisa que apreender uma aeronave e colocar seu piloto como fiel depositário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário