quarta-feira, janeiro 07, 2009





AMENIDADES
Os portugueses vão às forras.
Certo dia Maria chamou o Manuel e disse:
O Manuel quero confessar-te uma coisa: dos cinco filhos que temos, sabes o Pedro, pois é, o Pedro não é teu filho, o gajo é filho do Joaquim, nosso vizinho.
Manuel não se descontrolou, foi ao quarto de Pedro:
- Arrumas tuas malas que vamos para o Brasil.
- Mas assim de uma hora para outro, pai – disse Pedro.
- É, de uma hora para outro, vou te deixar no Brasil, porque mais um filho-da-puta lá, menos um, não fará diferença nenhuma.






















ACREDITE SE QUISER
ISTOÉ - Como membro do Judiciário, como o sr. recebeu a notícia da prisão do presidente do TJ do Espírito Santo? O que fazer para acabar com a corrupção na Justiça?
Marco Aurélio - Há meios e meios para investigar. Não podemos implementar a Justiça a ferro e fogo a ponto de colocar em risco a respeitabilidade da instituição. A prisão foi necessária? A busca e a apreensão ocorridas no gabinete de um deputado federal desaguaram em um melhor quadro na apuração dos fatos? A resposta é negativa. E o desgaste institucional, quer com a prisão do presidente do TJ do Espírito Santo, quer com busca e apreensão, foi muito grande. Irrecuperável aos olhos da sociedade e do povo brasileiro. Precisamos abandonar esses atos extremos que não contribuem para um avanço cultural.
ISTOÉ - O que deveria ter sido feito nesses casos?
Marco Aurélio - Investigar e investigar. E punir exemplarmente aqueles que tivessem cometido desvio de conduta. Não se pode dar uma esperança vã à sociedade. Claro que a turba, a multidão, quer sangue e circo. Mas o Estado não deve entrar nisso. Cabe ao Estado marchar com segurança, preservando as instituições e os cargos existentes. (nobre e eminente ministro do STF Marco Aurélio de Mello em entrevista à revista IstoÉ – 31.12.2008 – Edição 2043)
Você, como eu, que faz parte desta turba, responda rápido;
O que desmoraliza as instituições e os cargos existentes, as investigações da polícia, mostrando ao público certas autoridades, pagas com o dinheiro da turba, envolvidas em máfias, vendas de sentenças, quadrilhas e fraudes em concurso de juízes ou os próprios desembargadores e um ministro do STJ, altamente remunerados, fazendo parte de quadrilhas e máfias ou se corrompendo?
Por que um servidor público de baixo escalão pode ser preso por corrupção e envolvimento em quadrilhas e um nobre presidente de tribunal de Justiça que, muitas vezes, deve ter condenado à prisão um ladrão de galinha não pode ser preso?
Que justiça é esta que a prisão é aplicada dependendo do cargo que o corrupto ou quadrilheiro ou mafioso exerça?
Será que a turba considera circo ou vergonha ver autoridades do Judiciário envolvidas em quadrilhas, vendendo sentenças e liminares, roubando dinheiro público e fraudando concursos para ingresso na magistratura?
Se um eminente ministro do STF concedeu hábeas-corpus, baseado na presunção de inocência, a dois corruptos que tentaram corromper um delegado federal, com vídeo e áudio, não se fazendo busca e apreensão de documentos comprobatórios, será que o Excelso Pretório condenaria estes criminosos regiamente remunerados com o dinheiro de impostos recolhidos pela turba?
O que a turba acha de a mais alta Corte de Justiça de seu país se reunir em sessão plenária para sumular uso de algemas, com nítida intenção de blindar o Teflon Don?
Como membro da turba e pelo que leio em cartas publicadas em jornais de membros da turba, acho que, em vez de sangue e circo, a turba quer ver é uma Justiça igualitária, punição exemplar tanto para gente da turba, quando para a casta superior; instâncias superiores da Justiça se preocupando também com os direitos fundamentais do cidadão de bem; ministros da mais alta Corte de Justiça imparciais e justos, independente da banca de advocacia que defenda o réu ou o seu poder econômico; ministros não se manifestando, antecipada e publicamente, sobre temas que irão julgar a posteri; ministros que se abstenham de atacar publicamente em sessão plenária no STF agentes policiais, juízes e promotores de instância inferior fazendo coro às agressões verbais proferidas por advogados medalhões; uma Justiça que faça prevalecer o interesse da turba sobre o interesse individual de um corrupto ou de um bandido cruel e ministros que respeite o que pensa a turba, afinal, é quem lhes remunera regiamente.
Por fim, data máxima vênia, sugiro que o nobilíssimo ministro ausculte a turba, através da leitura de cartas de leitores aos jornais, pra saber o que realmente ela quer que, com certeza, não é sangue e circo e, na oportunidade, afira a credibilidade do Poder Judiciário, mormente, as instâncias superiores.
Talvez, neste imenso picadeiro, a turba seja a grande atração como palhaço do Gran Circo Brasil.

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