PERGUNTA QUE NÃO QUER
CALAR
Entre os novos e honestos que entrarão na
Casa, vários vão se corromper, mas quem acredita que algum dos velhos picaretas
já instalados vai se regenerar? (jornalista
Nelson Motta – O Globo – 11.04.2014)
Deputados e senadores
querem mais cidades no país
- Responda rápido você acha que esta malta lhe representa, se
achar continue votando e legitimando a eleição desta horda!
ASSEMBLEIA DE SP
REEMBOLSOU R$ 20,4 MILHÕES A DEPUTADOS
SENADORES PEDEM
REEMBOLSO POR GASTO DE ATÉ R$ 230 MIL
OS CAMPEÕES DO COTÃO
Todo mês os cofres
públicos bancam gastos que os 581 congressistas dizem ter feito no estrito
exercício de sua atividade parlamentar.
A verba disponível
para cada um dos deputados e senadores vai de R$ 21 mil a R$ 44 mil, dependendo
do Estado de origem. São permitidas despesas com aluguel de escritório, de
carro, gasolina, telefone, alimentação, entre outros.
Tanto a Câmara quanto
o Senado conferem apenas se o custo que o parlamentar diz ter tido se enquadra
nas regras de reembolso.
No último dia 2, a
Folha mostrou que o Senado gastou R$ 23 milhões em 2013
para ressarcimentos como os do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que disse ter
usado quase R$ 200 mil para manter seu website –trabalho orçado no mercado em
menos de R$ 10 mil.
Hoje você confere
nesta página os campeões da Câmara em gastos no ano passado. De restaurantes de
luxo a consultoria de cerca de R$ 300 mil, passando por conta de telefone
mensal média de R$ 11 mil, os 513 deputados tiveram reembolso total de R$ 160
milhões.
Veja abaixo os
campeões em 2013 no uso do "cotão" da Câmara.
*
GARFO DE OURO
A lista de restaurantes frequentados por Rogério Peninha
Mendonça (PMDB-SC) inclui alguns dos mais badalados "garfo e faca" da
República.
O campeão de custo com alimentação em 2013 –R$ 41 mil, média
de R$ 160 por dia útil– pediu o maior ressarcimento por gasto no restaurante
especializado em culinária nórdica Aquavit, um dos mais caros e exclusivos da
capital federal, recentemente fechado.
Assim como em outros casos, Peninha evitou apresentar uma
nota fiscal só. Foram quatro, de numeração sequencial e mesmo valor: R$ 252,20
cada uma.
O deputado diz ter atividade parlamentar muito intensa,
compatível com "uma média de R$ 100,00 por dia". Diz ainda que foi ao
restaurante em ocasiões diferentes, mas que pediu as notas no mesmo dia.
Já em janeiro de 2013, apesar de o mês ser de férias no
Congresso, Peninha foi ressarcido em R$ 191 por uma conta no Restaurante Ilha
de Pirão, um beira-mar de Porto Belo, a autointitulada "capital catarinense
dos transatlânticos".
"Tenho casa no município e por esse motivo, durante o
recesso, é onde recebo as pessoas ligadas a minha atividade parlamentar."
O ANTENADO
Apesar de a Câmara oferecer de graça a todos os
parlamentares a assinatura de quatro jornais e uma revista à sua escolha, Paulo
César Quartiero (DEM-RR), líder dos fazendeiros expulsos em 2009 da reserva
indígena Raposa/Serra do Sol, declarou gasto de R$ 10 mil na rubrica
"assinatura de publicações". Ele não explicou os motivos.
CHOVENDO NA HORTA
Chico das Verduras (PRP-RR) é desconhecido por boa parte dos
colegas.
Em primeiro mandato, integra o chamado "baixo
clero", grupo de deputados com baixíssima influência em Brasília e que se
limita, na maioria das vezes, a votar de acordo com a orientação dos líderes
das bancadas.
Apesar de ter em toda a legislatura apresentado apenas dois
projetos e de a Câmara possuir um qualificado quadro de assessores, Chico foi o
que mais gastou com consultoria –R$ R$ 325 mil, sendo R$ 275 mil para o
escritório Senna Advogados Associados. "A quantidade de consultores não é
suficiente para atender a demanda", diz o deputado, acrescentando: "É
meu primeiro ano de mandato. Compreender o processo legislativo é difícil para
os novatos e precisamos de consultoria para melhorar a capacidade de
influenciar e fazer críticas construtivas."
IMAGEM É TUDO
Rubrica destinada a informar o eleitor sobre o trabalho do
deputado, a "divulgação do mandato parlamentar" serve muitas vezes à
promoção pessoal e eleitoral dos parlamentares.
O campeão de gasto em 2013 foi Júnior Coimbra (PMDB-TO),
pré-candidato a governador de Tocantins, com R$ 292 mil para divulgar seu
mandato. O deputado imprime e distribui a eleitores do Estado informativos
periódicos de suas ações na Câmara e prioriza esse gasto em detrimento de
outros, como alimentação e hospedagem.
"Priorizo a divulgação com o objetivo de aproximar o
mandato do cidadão e tornar mais transparente todos os meus posicionamentos e
decisões na Câmara", diz Coimbra.
FALA QUE EU TE ESCUTO
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) é o campeão nos gastos
com telefone, com a média de R$ 11 mil por mês em ligações. Em um único mês
(agosto), o petista pediu o reembolso de R$ 19,8 mil. Ele gastou o total de R$
132 mil para falar ao telefone no ano passado, entre ligações de fixos e
celulares. Uma conta de celular do deputado chegou a 10,2 mil em janeiro. Mesmo
com o alto montante, Lopes considera justo gastar com telefonia para falar com
prefeitos e secretários municipais. "Nosso mandato é a serviço da
comunidade. Se temos uma informação, temos obrigação de transmiti-la aos
municípios." O deputado diz que prefere falar ao telefone do que visitar
os mais de 500 municípios de Minas. "A minha nova forma de trabalhar é
informar por telefone. Isso é bom uso do dinheiro público porque falo com mais
gente", afirmou.
E-MAIL PRA QUÊ?
Na era da internet, Jair Bolsonaro (PP-RJ) gastou R$ R$ 149
mil para reembolso de serviços postais. O deputado envia boletins e
informativos sobre o seu mandato para mais de 90 mil eleitores no Rio de
Janeiro pelos Correios. Ele diz que o gasto com postagem é necessário porque
seu "público alvo" não tem o hábito de usar computadores –militares
aposentados e pensionistas. "A internet é para o mundo jovem, o pessoal acima
de 50 anos não acompanha isso. Não pretendo devolver nada, eu prefiro usar na
divulgação do meu mandato." Bolsonaro diz que envia "três ou
quatro" boletins informativos por ano, com gastos de Correios que chegam a
R$ 73 mil em um único mês.
VOLTA AO MUNDO
Os gastos do deputado Átila Lins (PSD-AM) com passagens
aéreas e fretamento de aeronaves no ano passado permitiriam a um cidadão comum
dar a volta ao mundo. A Câmara desembolsou R$ 197 mil para o deputado viajar de
Brasília para o Amazonas. O deputado fretou mais de dez aeronaves com o
dinheiro da verba porque diz que, dentro do Amazonas, não há aviões de carreira
para diversos municípios. As viagens de barco, segundo Lins, demoram até 24
dias. Como a base eleitoral do parlamentar é no interior do Estado, ele afirma
que os gastos são necessários para manter contato com a população local.
"Ele é o deputado do interior, o mais votado fora de Manaus", disse
um de seus assessores para justificar a despesa. Agências de viagens
consultadas pela Folha estimam em cerca de R$ 100 mil –a variar de acordo com a
hospedagem– os gastos com uma volta ao mundo.
SUPERLOTAÇÃO NA
GARAGEM
Em seu primeiro mandato na Câmara, o deputado Vinicius
Gurgel (PR-AP) gastou o equivalente a sete carros populares para alugar
veículos e embarcações. Ao todo, o parlamentar pediu R$190 mil em reembolso. A
justificativa é que o Estado tem problema de infraestrutura, com muitas
estradas de terra e locais de difícil acesso –por isso ele precisa viajar de
carro ou barco. Para visitar sua base eleitoral no Amapá, explicou a
assessoria, Gurgel opta por dois carros Toyota Hilux SW4. O deputado, no
entanto, não aluga carro em Brasília. Na capital federal, pega carona com
assessores ou recorre a táxi.
MEU ESCRITÓRIO, MINHA
VIDA
A Vila Olímpia abriga o escritório político que mais teve
custo para a Câmara. O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) recebeu R$ 244 mil em
reembolso por gastos para manutenção de escritório na área nobre da capital
paulista. O gasto é de cerca de R$20 mil por mês para manter o seu funcionamento.
O valor inclui despesas com água, energia, telefone e impostos
Segundo o deputado, a escolha do imóvel foi motivada pela região, próxima à Assembleia Legislativa de São Paulo, secretarias estaduais e ao Palácio do Governo paulista. O congressista reconheceu que o aluguel é alto, mas "resultado da valorização imobiliária da região". Ele apontou ainda que o valor se refere a gastos com água, energia, telefone e impostos.
Segundo o deputado, a escolha do imóvel foi motivada pela região, próxima à Assembleia Legislativa de São Paulo, secretarias estaduais e ao Palácio do Governo paulista. O congressista reconheceu que o aluguel é alto, mas "resultado da valorização imobiliária da região". Ele apontou ainda que o valor se refere a gastos com água, energia, telefone e impostos.
REI DA GORJETA
O deputado Nelson Meurer (PP-PR) é o campeão de gastos com
hospedagem. Foram R$ 79 mil, média de R$ 310 por dia útil. A maioria dos gastos
é registrada em um hotel no centro de Curitiba, classificado com três estrelas.
No site, a diária de um quarto simples é de R$160. Pelas regras da Câmara, o
deputado pode custear hospedagem para ele ou assessores, menos em Brasília. A
assessoria não localizou o congressista para comentar o gasto.
AMANHÃ TEM MAIS
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