quarta-feira, setembro 03, 2014






PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Entre os novos e honestos que entrarão na Casa, vários vão se corromper, mas quem acredita que algum dos velhos picaretas já instalados vai se regenerar? (jornalista Nelson Motta – O Globo – 11.04.2014)








Deputados e senadores querem mais cidades no país
- Responda rápido você acha que esta malta lhe representa, se achar continue votando e legitimando a eleição desta horda!

ASSEMBLEIA DE SP REEMBOLSOU R$ 20,4 MILHÕES A DEPUTADOS
SENADORES PEDEM REEMBOLSO POR GASTO DE ATÉ R$ 230 MIL
OS CAMPEÕES DO COTÃO
Todo mês os cofres públicos bancam gastos que os 581 congressistas dizem ter feito no estrito exercício de sua atividade parlamentar.
A verba disponível para cada um dos deputados e senadores vai de R$ 21 mil a R$ 44 mil, dependendo do Estado de origem. São permitidas despesas com aluguel de escritório, de carro, gasolina, telefone, alimentação, entre outros.
Tanto a Câmara quanto o Senado conferem apenas se o custo que o parlamentar diz ter tido se enquadra nas regras de reembolso.
No último dia 2, a Folha mostrou que o Senado gastou R$ 23 milhões em 2013 para ressarcimentos como os do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que disse ter usado quase R$ 200 mil para manter seu website –trabalho orçado no mercado em menos de R$ 10 mil.
Hoje você confere nesta página os campeões da Câmara em gastos no ano passado. De restaurantes de luxo a consultoria de cerca de R$ 300 mil, passando por conta de telefone mensal média de R$ 11 mil, os 513 deputados tiveram reembolso total de R$ 160 milhões.
Veja abaixo os campeões em 2013 no uso do "cotão" da Câmara.
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GARFO DE OURO
A lista de restaurantes frequentados por Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) inclui alguns dos mais badalados "garfo e faca" da República.
O campeão de custo com alimentação em 2013 –R$ 41 mil, média de R$ 160 por dia útil– pediu o maior ressarcimento por gasto no restaurante especializado em culinária nórdica Aquavit, um dos mais caros e exclusivos da capital federal, recentemente fechado.
Assim como em outros casos, Peninha evitou apresentar uma nota fiscal só. Foram quatro, de numeração sequencial e mesmo valor: R$ 252,20 cada uma.
O deputado diz ter atividade parlamentar muito intensa, compatível com "uma média de R$ 100,00 por dia". Diz ainda que foi ao restaurante em ocasiões diferentes, mas que pediu as notas no mesmo dia.
Já em janeiro de 2013, apesar de o mês ser de férias no Congresso, Peninha foi ressarcido em R$ 191 por uma conta no Restaurante Ilha de Pirão, um beira-mar de Porto Belo, a autointitulada "capital catarinense dos transatlânticos".
"Tenho casa no município e por esse motivo, durante o recesso, é onde recebo as pessoas ligadas a minha atividade parlamentar."
O ANTENADO
Apesar de a Câmara oferecer de graça a todos os parlamentares a assinatura de quatro jornais e uma revista à sua escolha, Paulo César Quartiero (DEM-RR), líder dos fazendeiros expulsos em 2009 da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, declarou gasto de R$ 10 mil na rubrica "assinatura de publicações". Ele não explicou os motivos.
CHOVENDO NA HORTA
Chico das Verduras (PRP-RR) é desconhecido por boa parte dos colegas.
Em primeiro mandato, integra o chamado "baixo clero", grupo de deputados com baixíssima influência em Brasília e que se limita, na maioria das vezes, a votar de acordo com a orientação dos líderes das bancadas.
Apesar de ter em toda a legislatura apresentado apenas dois projetos e de a Câmara possuir um qualificado quadro de assessores, Chico foi o que mais gastou com consultoria –R$ R$ 325 mil, sendo R$ 275 mil para o escritório Senna Advogados Associados. "A quantidade de consultores não é suficiente para atender a demanda", diz o deputado, acrescentando: "É meu primeiro ano de mandato. Compreender o processo legislativo é difícil para os novatos e precisamos de consultoria para melhorar a capacidade de influenciar e fazer críticas construtivas."
IMAGEM É TUDO
Rubrica destinada a informar o eleitor sobre o trabalho do deputado, a "divulgação do mandato parlamentar" serve muitas vezes à promoção pessoal e eleitoral dos parlamentares.
O campeão de gasto em 2013 foi Júnior Coimbra (PMDB-TO), pré-candidato a governador de Tocantins, com R$ 292 mil para divulgar seu mandato. O deputado imprime e distribui a eleitores do Estado informativos periódicos de suas ações na Câmara e prioriza esse gasto em detrimento de outros, como alimentação e hospedagem.
"Priorizo a divulgação com o objetivo de aproximar o mandato do cidadão e tornar mais transparente todos os meus posicionamentos e decisões na Câmara", diz Coimbra.
FALA QUE EU TE ESCUTO
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) é o campeão nos gastos com telefone, com a média de R$ 11 mil por mês em ligações. Em um único mês (agosto), o petista pediu o reembolso de R$ 19,8 mil. Ele gastou o total de R$ 132 mil para falar ao telefone no ano passado, entre ligações de fixos e celulares. Uma conta de celular do deputado chegou a 10,2 mil em janeiro. Mesmo com o alto montante, Lopes considera justo gastar com telefonia para falar com prefeitos e secretários municipais. "Nosso mandato é a serviço da comunidade. Se temos uma informação, temos obrigação de transmiti-la aos municípios." O deputado diz que prefere falar ao telefone do que visitar os mais de 500 municípios de Minas. "A minha nova forma de trabalhar é informar por telefone. Isso é bom uso do dinheiro público porque falo com mais gente", afirmou.
E-MAIL PRA QUÊ?
Na era da internet, Jair Bolsonaro (PP-RJ) gastou R$ R$ 149 mil para reembolso de serviços postais. O deputado envia boletins e informativos sobre o seu mandato para mais de 90 mil eleitores no Rio de Janeiro pelos Correios. Ele diz que o gasto com postagem é necessário porque seu "público alvo" não tem o hábito de usar computadores –militares aposentados e pensionistas. "A internet é para o mundo jovem, o pessoal acima de 50 anos não acompanha isso. Não pretendo devolver nada, eu prefiro usar na divulgação do meu mandato." Bolsonaro diz que envia "três ou quatro" boletins informativos por ano, com gastos de Correios que chegam a R$ 73 mil em um único mês.
VOLTA AO MUNDO
Os gastos do deputado Átila Lins (PSD-AM) com passagens aéreas e fretamento de aeronaves no ano passado permitiriam a um cidadão comum dar a volta ao mundo. A Câmara desembolsou R$ 197 mil para o deputado viajar de Brasília para o Amazonas. O deputado fretou mais de dez aeronaves com o dinheiro da verba porque diz que, dentro do Amazonas, não há aviões de carreira para diversos municípios. As viagens de barco, segundo Lins, demoram até 24 dias. Como a base eleitoral do parlamentar é no interior do Estado, ele afirma que os gastos são necessários para manter contato com a população local. "Ele é o deputado do interior, o mais votado fora de Manaus", disse um de seus assessores para justificar a despesa. Agências de viagens consultadas pela Folha estimam em cerca de R$ 100 mil –a variar de acordo com a hospedagem– os gastos com uma volta ao mundo.
SUPERLOTAÇÃO NA GARAGEM
Em seu primeiro mandato na Câmara, o deputado Vinicius Gurgel (PR-AP) gastou o equivalente a sete carros populares para alugar veículos e embarcações. Ao todo, o parlamentar pediu R$190 mil em reembolso. A justificativa é que o Estado tem problema de infraestrutura, com muitas estradas de terra e locais de difícil acesso –por isso ele precisa viajar de carro ou barco. Para visitar sua base eleitoral no Amapá, explicou a assessoria, Gurgel opta por dois carros Toyota Hilux SW4. O deputado, no entanto, não aluga carro em Brasília. Na capital federal, pega carona com assessores ou recorre a táxi.
MEU ESCRITÓRIO, MINHA VIDA
A Vila Olímpia abriga o escritório político que mais teve custo para a Câmara. O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) recebeu R$ 244 mil em reembolso por gastos para manutenção de escritório na área nobre da capital paulista. O gasto é de cerca de R$20 mil por mês para manter o seu funcionamento. O valor inclui despesas com água, energia, telefone e impostos
Segundo o deputado, a escolha do imóvel foi motivada pela região, próxima à Assembleia Legislativa de São Paulo, secretarias estaduais e ao Palácio do Governo paulista. O congressista reconheceu que o aluguel é alto, mas "resultado da valorização imobiliária da região". Ele apontou ainda que o valor se refere a gastos com água, energia, telefone e impostos.
REI DA GORJETA
O deputado Nelson Meurer (PP-PR) é o campeão de gastos com hospedagem. Foram R$ 79 mil, média de R$ 310 por dia útil. A maioria dos gastos é registrada em um hotel no centro de Curitiba, classificado com três estrelas. No site, a diária de um quarto simples é de R$160. Pelas regras da Câmara, o deputado pode custear hospedagem para ele ou assessores, menos em Brasília. A assessoria não localizou o congressista para comentar o gasto.


AMANHÃ TEM MAIS

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